sexta-feira, dezembro 16, 2005

Escola Pública ou Escola do Estado?

Há males que vêm por bem. Referimo-nos a esta pseudo-polémica sobre os crucifixos na parede, com ateus e laicos à mistura.
Pode ser o princípio da luta sem quartel que teremos que travar contra o estalinismo instalado, há longas décadas, no ensino e na escola a que é uso chamar ‘pública’. Não é pública coisa nenhuma, são escolas do Estado, à maneira soviética, norte coreana ou salazarista.
Se a escola fosse realmente pública, estava a cargo da sociedade civil e com a necessária autonomia, ao abrigo portanto, da insanável ‘paixão’ que o Estado sempre alimenta, quando se trata da educação dos seus ‘rebentos’! O Estado é um péssimo educador e para o comprovar, não precisamos ir muito longe, chega-nos a recente experiência da Casa Pia.
Agora o que ninguém esperaria da tentação ‘educativa’ do Estado, é esta nova versão dos ‘comissários políticos’, espécie de ‘guardas vermelhos’ da ‘constituição de Abril’, que vistoriam escolas e corredores à procura de símbolos da religião Católica! Aliás, a dita ‘constituição’, e pese as inúmeras revisões que sofreu, mantém-se no essencial como um verdadeiro cavalo de Tróia, por onde se infiltram todos os parasitas e todas as moléstias que de há trinta anos para cá afectam a sociedade portuguesa, descaracterizam o País e nos atiram, irremediavelmente, para a cauda da Europa.
Os traidores são os mesmos, com o punho cerrado e cartilha em punho, lá continuam a querer impor à maioria da população os seus conceitos minoritários, que esta já rejeitou, na rua e nas urnas!
É tempo de pedir responsabilidades ao regime constitucional em vigor, pela situação lamentável do ensino ‘público’ em Portugal, um dos mais caros da Europa e em contrapartida, o que piores resultados apresenta, quer à vista desarmada quer nas estatísticas! No último ranking disponível, a OCDE colocava-nos atrás da Turquia!
Já aflorámos este tema do ensino, num texto anterior, em que começámos por propor algumas medidas profilácticas, nomeadamente – desparasitar o sistema. De seguida, a imediata e óbvia entrega da escola à sociedade civil, e por fim sugeri, a renovação da secular parceria com a Igreja Católica, parceria que nos identifica como povo e está na essência da nossa realidade como Pátria. O resto é conversa.
Se a criancinha se incomoda ou lhe faz confusão o crucifixo ou outro símbolo da nossa identidade, só podemos concluir que está no sítio certo, a escola, para esclarecer as suas dúvidas e desfazer confusões, desiderato que, pelos vistos, a respectiva família não conseguiu alcançar!
Resta falar dos professores, que infelizmente fazem parte do problema e não da solução! São funcionários públicos a leccionar em escolas do Estado, como agradaria a Kim Il Sung (pai e filho). Os nossos impostos pagam a sua formação e também os livrinhos que ensinam aquelas pérolas da cultura aos nossos jovens, como por exemplo: Portugal renasceu em Abril de 1974, desmentindo outro nascimento ocorrido em 28 de Maio de 1926 (com o Dr. Salazar), que por sua vez já tinha negado um nascimento anterior, datado de 5 de Outubro de 1910. Não esquecer ainda, a mãe de todos estes nascimentos que têm vindo a ser desmentidos, uma francesa com barrete frígio, que pariu em parte incerta, nos idos de 1820!
Ora bem, este é o tipo de coisas que os nossos professores ensinam e nos levam rapidamente a duas conclusões: não há Pátria nem aluno que aguente tantos nascimentos falhados, isto por um lado. E por outro, que assim será sempre muito difícil crescer!
Eu sei que nesta altura os professores protestam e sentem-se ofendidos. Mas eu tenho muita pena de dizer o que vou escrever – com os meus impostos só aceito pagar a formação profissional dos seguintes portugueses: os militares e os trabalhadores da saúde. Uns para defenderem a saúde de Portugal, outros para defenderem a saúde dos portugueses. Sobre a Justiça, temos que conversar. Fora disto, aprendam nas instituições a cargo da sociedade civil, sejam Misericórdias, Instituições privadas de solidariedade social, empresas e outras organizações, (onde existam critérios de competência), a quem o Estado deve entregar os meios para cumprirem os seus objectivos.
Quem é que fiscaliza tudo isto? Os órgãos eleitos, com naturalidade e responsabilidade.
A democracia há-de servir para alguma coisa!
Falta aqui a cereja em cima do bolo – ‘e quem guardará os guardas’, perguntou Luís XI?
Eu pergunto – E quem fiscalizará os eleitos?
Em teoria, os eleitores. Mas na prática, só o Rei assegura tal tarefa. E com a vantagem de ser uma certidão de narrativa completa! Aí, qualquer um pode ler, sem dúvidas nem desmentidos – nascemos em Guimarães, no ano de 1143. Crescemos em monarquia, tivemos as crises próprias da idade, tornámo-nos livres e independentes... e fomos nós que pusemos os crucifixos na parede.
Sobre ensino, estamos esclarecidos.

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