segunda-feira, janeiro 30, 2006

Faltam os ossos...

O paradigma mental que subsiste neste Portugal dos pequeninos, tem sido abundantemente dissecado por uma série de génios, mas o diagnóstico enferma quase sempre daquele problema que o direito apelida de ‘parte interessada’.
Com o possível distanciamento, permitido por uma longa oposição ao regime, tento adivinhar o percurso mental que se esconde por detrás da brilhantina:
- Casam-se ‘fontismos’ com ‘progresso’, a propriedade é um mal que convém ter sempre presente, nós fomos grandes apesar dos Reis, e uma bela de uma ditadura nunca fez mal a ninguém! Ainda por cima se assentar nas ‘Lendas e Narrativas’!
Até agora não disse nada, talvez com um exemplo a gente lá chegue:
- O Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais que temos, anda preocupado com a ‘avaliação de 11 milhões de parcelas de propriedades rústicas’, que ‘a despeito de serem propriedades de rendimento tributário baixo’, por uma questão de ‘equidade’ precisam de ver ‘actualizados’ os respectivos valores tributários! Tudo isto por causa dos municípios menos populosos do interior do País, que não beneficiam das taxas de construção...
Já perceberam?
Aquilo empobreceu, os proprietários das courelas tiveram que emigrar para o litoral para sobreviver, logo, há que aumentar os impostos a esses absentistas, porque como diz o ditado – ‘quem não tem dinheiro não tem vícios’!
Neste caso, o que é que descobrimos por baixo da careca?
O ódio à propriedade dos outros, a ditadura do Estado centralizador à boa maneira napoleónica, e finalmente, o pior – a incompreensão entre progresso e desenvolvimento!
Em lugar de semear qualquer coisa para que o deserto deixe de ser deserto, em vez de dar alguma coisa aos que heroicamente mantêm o que lhes foi legado, quer apressar o fim da transmissão.
Roeram-lhes a carne, preparam-se para lhes roer os ossos...

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