sexta-feira, outubro 03, 2008

A casa da república

Lavra forte estupefacção pelo país surpreendido que ficou com os critérios de distribuição de casas que a Câmara de Lisboa vem efectuando, pelo menos, ao longo destes últimos vinte anos. Eu tenho menos dúvidas porque sei perfeitamente onde vivo e o que a casa gasta.
Com efeito, se recuarmos um pouco no tempo começamos a compreender que a Câmara de Lisboa é uma herança do partido republicano (e da maçonaria) que a conquistou em 1908 através de eleições livres e democráticas ainda na vigência da monarquia constitucional.
Foi a partir da Câmara que ‘treparam’ depois até à república própriamente dita, (os métodos são conhecidos) e foi do seu varandim que no dia 5 de Outubro de 1910 acenaram à multidão de ‘adesivos’ que acorreu à Praça do Município para saudar o novo regime.
De então para cá e especialmente depois de Abril de 1974 a Câmara voltou a ser trampolim ou via verde para o acesso a Belém, o que vem confirmar que continuou a ser ocupada (com as naturais excepções) por pessoas da mesma estirpe.
Portanto é lógico que os actuais herdeiros se sintam proprietários da Câmara e como qualquer proprietário agem em conformidade. Não têm que definir critérios, aquilo é deles e distribuem as casas a quem muito bem entendem. É costume, é legal e ponto final.
Como por outro lado também são proprietários da ética – a célebre ética republicana – não existe mais nada a acrescentar.

Saudações monárquicas.

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