sexta-feira, junho 26, 2009

E que tal falar de política?!

É admissível que um monárquico convicto se dedique a fazer quadras para o São João enquanto o país está mergulhado numa crise política profunda?! Uma crise que (de acordo com os analistas) pode levar à substituição de Sócrates por Manuela Ferreira Leite?!
A resposta é óbvia: - sim, um monárquico pode continuar a brincar ao São João, deve aliás distrair-se como puder, se essa eventualidade vier a acontecer.
Porquê?!
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Passo a explicar: - ser monárquico, aqui e agora, só tem um significado – é alguém que acredita que os problemas decisivos do País não se resolvem, sem resolver primeiro a questão do regime. Dito de outra forma – Portugal não tem um problema de governo mas um problema de regime. Problema, no sentido que este regime (republicano) não serve.
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Se isto for verdade, e eu estou convencido que sim, a mera substituição de Sócrates pela Manuela não serve para nada. Aliás, se a alternância servisse para alguma coisa, os trinta anos de rotativismo social-democrata já tinham resolvido os nossos problemas. E a verdade é que não resolveram. Pior, agravaram a situação, endividaram os portugueses, estamos cada vez mais dependentes e perdemos horizontes!
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Mas o melhor argumento para as quadras do São João (e que define bem a perversão do regime) é o seguinte: - Sócrates não está no poder por ser socialista ou social-democrata, por ser mais favorável aos grandes investimentos públicos ou aos pequenos investimentos privados, ele está no poder porque tem sido até agora quem melhor serve a estratégia dos donos do regime. Por isso concita apoios em sectores aparentemente contraditórios, desde a banca aos grandes escritórios de advogados, desde as grandes empresas privadas às corporações mais influentes!
Alguns e algumas fazem-lhe oposição em público mas não deixam de o apoiar no essencial.
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No caso da Ferreira Leite seria a mesma coisa. Também por isso, ela só será eleita se (e quando) servir melhor que Sócrates aqueles interesses específicos. É esta a lógica do regime. É esta a lógica nos regimes onde os árbitros são eleitos e por isso também jogam. Com esta lógica percebe-se que os indigitados pouca influência tenham no desempenho dos seus cargos.
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E esta é uma razão decisiva para eu continuar a ser monárquico – é que os tais ‘interesses específicos’ não correspondem aos interesses dos portugueses nem de Portugal. Se correspondessem, não permaneceríamos, como um estigma, na cauda de todas as europas!
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Estão justificadas as quadras e está justificado o alheamento.

Saudações monárquicas

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