sexta-feira, agosto 14, 2009

Medina razão!

Medina Carreira tem razão. Só que não basta ter razão é precisa a solução! E a solução é política, se o problema é económico. E a solução proposta, um conjunto de homens bons, pessoas sérias, desprendidas do poder, capazes e trabalhadeiras, não existem, ou se existem não querem participar num jogo/sistema/regime… batoteiro. A história é simples e repetida.
Aliás, a ideia do Professor fez-me lembrar outro Professor – quarenta e oito anos de união nacional, mais ditadura. E um presidente da república para inaugurar fontanários!
Talvez seja útil reavivar a memória - todos se lembram que o rei D. Carlos também quis dar uma solução ao país. Solução que passava pelo fim das manigâncias partidárias, dos governos que caíam, apenas porque isso interessava à oposição!
Foi assassinado por causa disso.
E a verdade é que existe uma grande similitude entre o chamado rotativismo monárquico e a situação actual – em ambos os casos subsiste, ou uma batota regimental, que ninguém (nem o rei) conseguiu emendar, ou uma ideologia infantil, que também ninguém quer emendar!
E não querem emendar porque isso não convém ao nacional barriguismo.
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Mas vejamos o paralelo: - no rotativismo, os dois partidos que se revezavam no poder, sabiam que destituindo o adversário era a eles que (constitucionalmente) incumbia a tarefa de prepararem as próximas eleições! Que ganhavam sempre, bastando para tal prometer lugares e mordomias à clientela habitual. Clientela que mudava de casaca e de voto consoante as conveniências do momento. Foi esta batota que arruinou o país e permitiu o assalto ao poder por parte do partido republicano.
Não havia homens bons e honestos nesse tempo?! Claro que havia, mas afastavam-se da política.
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Actualmente as coisas passam-se com outra subtileza mas o resultado é o mesmo – os partidos do arco do poder também se revezam e também sabem que as promessas eleitorais são para esquecer após a vitória nas eleições. Mas, ao contrário do rotativismo monárquico, o (partido do) governo tem possibilidades de ser reeleito, uma vez que o período eleitoral é assegurado pelo governo em funções, ainda que com reserva de gestão.
Porém, se conseguimos maior estabilidade governamental, não diminuímos o clientelismo partidário. A situação piorou, porque os partidos se tornaram omnipotentes e omnipresentes, já que nem o presidente da república lhes escapa. Pois são eles que o produzem.
Ficámos, portanto, com todos os vícios do rotativismo monárquico e perdemos um árbitro, que não dependia dos partidos e por isso mesmo, podia ser árbitro.
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Sabemos que aqui na terra não existem regimes perfeitos. Mas existem uns melhores do que os outros.

Saudações monárquicas

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