sexta-feira, março 26, 2010

O ‘Movimento das Bandeiras’

Como monárquico fico feliz por saber que uma bandeira com as cores de Portugal, foi hasteada e desfraldou (livremente) no cimo da avenida da liberdade! Mais precisamente no Parque Eduardo VII, bem à vista do Marquez, esse símbolo do autoritarismo que fez e faz as delícias de laicos republicanos e socialistas. Ao ponto de lhe erigirem uma estátua com aquele tamanho! Quem diria!

Mas fico ainda mais feliz como português por constatar que as novas gerações se inquietam com o estado do país. E começam a relacionar esse facto com o regime que temos. E começam também a agir. Posso estar a exagerar, sei que desfraldar uma bandeira monárquica às escondidas, pela calada da noite, não quer dizer nada, pode parecer um gesto inútil, uma brincadeira, mas não é. Há-de significar alguma coisa.

Significa desde logo que o ‘movimento das bandeiras’ (deixem-me chamá-lo assim) tem algum sentido de humor, e tem a pretensão de desafiar o regime através de meios pacíficos. Neste caso contrastando com a violência da implantação da república. Para além disso, obriga a população a pensar. A população e o governo.
E por muito tabu que invente, o governo sabe que a questão monarquia/republica não é um mero caso de polícia. E se a constituição se fecha à realidade, se não permite que os portugueses escolham o regime em que querem viver … desfraldemos então bandeiras!

E qual é a dúvida de voltar a içar uma bandeira que para Portugal significou liberdade e grandeza, se a outra, a actual, imposta sem referendo, foi sendo arriada por todo o mundo onde tínhamos responsabilidades de soberania! E se mesmo aqui, no rectângulo, está em pé de igualdade com a bandeira do Euro!
Sim qual é o problema de voltar a içar a nossa bandeira, com as nossas cores, e com a coroa do Fundador!
Por algum lado havemos de começar...

Saudações monárquicas

Dito e feito

A velha bóia de salvação chegou como um alívio ao hemiciclo. E quando foram a votos parecia que estávamos na praia - cada deputado cingia a sua bóia, diferentes apenas na cor e no boneco que se insuflava na proa. Girafas para o bloco, dinossauros para os comunistas, ps e psd encavalitados na mesma bóia e patinhos para o cds. O primeiro ministro (convenientemente ausente) foi até Bruxelas tirar umas aulas de natação. Nós por cá, vamos indo, e vamos assistindo ao naufrágio (em directo) pela televisão.
Tinhamos previsto que Manuela iria sacrificar-se em nome dos altos interesses da pátria com letra pequena. Onde se lê pátria, pode traduzir-se para classe política, interesses ocultos, sobrevivência a todo o custo do regime. O tal regime que faz cem anos!
A Manuela tem destas coisas vê pátria por todo o lado, já foi assim quando trocou as dívidas do Benfica por acções sem qualquer valor.
Alternativas?! Não há. Nenhum nem ninguém dos que votou contra tem alguma ideia para Portugal. Alguma ideia fora deste quadro de dependência europeia. Fora deste cenário esmoler. Apenas querem manter-se, durar nos privilégios que, curiosamente, querem cortar nos outros!
E lá vamos cantando e rindo, levados, levados, sim ...

quinta-feira, março 25, 2010

União nacional do PEC!

Vota o pec Aguiar Branco, vota o pec, é um favor que fazes ao país. Acabas de vez com o ppd-psd, e com o resto dos apelidos. Acabas de vez com a treta do dois em um, dois partidos sociais-democratas a fingirem-se diferentes! Vota o pec Manuela, vota o pec. Acabam-se os enganos, acabam os pactos para a justiça, acabam-se as leis que protegem políticos e partidos, acaba-se o regabofe na assembleia da república - 200 milhões de euros para 2010! Para fazer leis que protegem a nomenclatura não são precisos tantos deputados (230!)! Metade chegam perfeitamente e já se poupa alguma coisa.
Vota o pec Aguiar Branco, vota o pec, para que se clarifique (finalmente) o leque partidário português, para haver uma alternativa real ao centrão, ou seja, um partido conservador de direita, que não tenha medo nem vergonha de ser aquilo que é.
Daqui a pouco confirmaremos estas previsões. Ah, pois, as agências de rating, o patriotismo do défice, bolsado depois de anos e anos de gastos inúteis com a partidarite aguda. Uma doença fatal. E com os presidentes da república a viajarem pelo mundo com as patroas.
Quem tem medo dos papões do rating (uma novidade em termos de papões)?! Resposta: - quem tem muito a ganhar com este estado de coisas e muito a perder se acabarem as mordomias.
Querem fazer sacrifícios? Comecem pelos partidos, pela miríade de autarcas partidarizados e depois venham falar com os portugueses que trabalham.
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Saudações monárquicas

sexta-feira, março 19, 2010

Os idos de Março

Março faz lembrar a guerra e quando relacionamos a data com a história recente o acontecimento que ocorre é o onze de Março de 1975 – um golpe comunista sobre a revolução de Abril de 74, uma deriva totalitária que durou alguns meses e viria a ser neutralizada em 25 de Novembro do mesmo ano, graças sobretudo à intervenção de Jaime Neves e do regimento de Comandos. A solução de continuidade entretanto encontrada teve a habitual originalidade lusitana - Portugal continuou na órbita dos Estados Unidos e o Partido comunista foi autorizado a prosseguir os seus esforços para derrubar a democracia representativa. Daí degenerámos até à situação actual.

Mas não é deste onze de Março que vos quero falar, tão pouco da morte de César às mãos de Brutus, é de outro que poderia ter mudado o curso da história portuguesa.
Refiro-me ao ’11 de Março de 1959‘ ou ‘Golpe da Sé’, assim chamado porque os conspiradores tiveram algumas reuniões nos claustros da Sé de Lisboa, onde era pároco um dos conjurados.
O manifesto do movimento, curto e incisivo, falava em derrubar a ditadura de Salazar e deixava espaço para a revisão do regime. Entre os implicados, civis e militares, havia uma predominância de católicos, de monárquicos (esperançosos pelo fim do interregno) e muitos outros sem cor política definida. O sentimento comum era de salvação nacional perante a incapacidade do regime em se regenerar, e acima de tudo em perceber, para evitar, o descalabro ultramarino que se avizinhava. Recorde-se que a invasão de Goa ocorreu dois anos depois, em 1961, e nesse mesmo ano rebentou o terrorismo e a guerra em Angola.

No cerne da conspiração a figura e a coragem de um capitão de cavalaria, José Joaquim de Almeida Santos que haveria de pagar pela ousadia um preço bem alto.
A história é conhecida, travado à última hora por denúncia, o golpe abortou, o Capitão foi preso junto com outros implicados, conseguindo evadir-se mais tarde do forte de Elvas, onde aguardava julgamento. Na fuga participaram dois cúmplices, filo-comunistas sabe-se hoje, cúmplices que o haveriam de executar à traição no esconderijo da clandestinidade. Pelo meio uma jovem e bela mulher, amante do capitão e que os ajudou na fuga. Personagem insinuante, vivia com eles no abrigo, e haveria de admitir, trinta anos depois, que o seu testemunho fora falso, forjado, tal como o dos outros dois, no intuito de se salvarem de penas mais pesadas.
Consumado o crime, o corpo do capitão Almeida Santos foi encontrado por pescadores na praia do Guincho, alertados por cães em volta daquilo que parecia ser um cadáver mal enterrado na areia.
Estávamos no fim de Março de 1960 e a data do crime foi fixada pelos peritos em 15 de Março de 1960. Nos idos de Março, portanto, tal como a morte de César!

O resto da história chegou aos nossos dias de forma quase sempre desfocada, contada (ou descontada) em balada anti-fascista, laureada, em requiem de encomenda, para justificar crimes de esquerda, versões que têm vindo a ser desmentidas pelo tempo, por factos novos e novas revelações. E de cada vez resulta mais nítida a importância que teria o êxito do Golpe da Sé, como também resulta mais límpida a coragem do Capitão Almeida Santos (Dom Quixote em terras de Sancho Pança). E fica claro quem frustrou aquele movimento de capitães para cavalgar outro, treze anos de guerra mais tarde, e já sob estreito controle de comunistas e derivados.
Com os resultados que estão à vista. (a)
E subsiste a pergunta do costume - quem mandou matar o Capitão Almeida Santos?

Saudações monárquicas


(a) – Para quaisquer dúvidas sobre resultados que se queiram fazer, convidamos o eventual leitor a comparar o seu rendimento anual com o rendimento anual de um qualquer administrador da PT. Eu sei que é demagogia, eu sei que a empresa é privada (em Portugal é tudo privado quando dá lucro e é tudo público quando dá prejuizo), mas mesmo assim, comparem, e deixem passar a demagogia.

terça-feira, março 16, 2010

Portugal – um problema de estatutos!

Quem aterrar de surpresa no rectângulo pode estranhar tanto chinfrim à volta dos estatutos de um partido! Se estranhou é porque não conhece a terra nem a manha desta gente. Manhosos até dizer chega. Tudo lhes serve de disfarce, um barrete, um casaco virado do avesso, um cravo na lapela, o que for preciso, para se esconder e esconder o que vai lá em casa.
A televisão tem isto - o país virou PSD!
E todos querem alvitrar sobre os respectivos estatutos - se a seta deve virar à direita, se o laranja deve saber a tangerina, se não será melhor nomear uma comissão independente para rever os estatutos do PSD!
Estarei a desvalorizar a gravidade da situação?! O blackout, tão frequente nos nossos clubes de futebol, não poderá ser transferido para os partidos, afinal tão parecidos com os clubes de futebol?! No caso PS e PSD é uma evidência! Aliás, dois partidos sociais-democratas a fingirem-se alternativa só mesmo em Portugal. Eu não lhes disse que somos manhosos?!

Uma palavra sobre o Congresso do PPD, PSD, etc. : - naturalmente que depois de ler os estatutos eu não me inscrevia naquele partido. Porque
também acho ridículo tentar impor um blackout dois meses antes das eleições!
Tal como acho absurdo esperar a unidade das pessoas quando não existe uma proposta convincente e mobilizadora.
Em ambos os casos o sinal para o exterior é sempre de fraqueza. Fraqueza das lideranças.
É por isso que eu não voto no PPD, PSD, … e o que mais se verá!
É por isso que espero (ardentemente) pela clarificação deste partido, como Alberto João muito bem sugeriu, para que finalmente se clarifique o espectro partidário português.
Caramba, já lá vão trinta e tal anos!

quinta-feira, março 11, 2010

Finalmente!

Parece que (finalmente) estamos todos de acordo – não é o centenário do regime que estamos/estão a celebrar… mas o seu fim, e nessa circunstância faz todo o sentido.
A conclusão podia ser minha, do interregno, mas não é, são ilustres opinadores que o dizem!
Podia referir vários, mas bastam-me dois, um homem e uma mulher, um casalinho, para não haver discriminações: - Constança Cunha e Sá traça o diagnóstico da doença; Vasco Pulido Valente apenas se interroga até quando vai durar o paciente!
Com a devida vénia, não resisto a publicar o diagnóstico:

“…chegamos ao fundo de um poço que parece não ter fundo:
- o primeiro-ministro não tem condições para governar;
- a Oposição não tem condições para ir a eleições;
- o Presidente da República não tem condições para demitir o primeiro-ministro.
- E o país assiste, estupefacto, à crescente degradação do regime sem que ninguém tenha condições para travar a hecatombe que por aí se avizinha.”

Brilhante, mas a falta de condições não acaba aqui:
Em primeiro lugar, faltam condições ao ‘órgão de soberania restante’ – a justiça – pelo facto de ela ser, ao mais alto nível, propriedade da nomenclatura. E por isso só funciona quando lhe convém.
Em segundo lugar, a falta de condições estende-se ao próprio estado português. O que nos leva à seguinte reflexão: – mas do que é que estávamos à espera quando voluntáriamente nos constituímos num ‘estado exíguo’?! Num estado inviável?!
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Nestas condições... quem deve estar contente com isto, com este resultado, e regressamos às celebrações, é o pessoal do cinco de Outubro - republicanos iberistas, e afins.

segunda-feira, março 08, 2010

João Cidade e o Vale de Acór

João Cidade nasceu em Montemor-o-Novo no dia 8 de Março de 1495… e desde que o Interregno existe, todos os anos nesta data, faço a evocação do santo conhecido por São João de Deus. Um santo alentejano, português, que viveu longe da sua terra, que experimentou várias formas de vida, um homem que se converteu num momento, e que a partir desse momento dedicou a sua vida a cuidar do próximo.
João de Deus morreu no mesmo dia em que nasceu, com efeito, morreu em Granada no dia 8 de Março de 1550. Tinha portanto 55 anos.
Proclamado Padroeiro dos Hospitais e dos Doentes, Padroeiro dos Enfermeiros, São João de Deus é também, e por isso, o Padroeiro do Vale de Acór, obra da Igreja, acolhimento e consolação para muitas das doenças deste mundo.
Fundado em 8 de Março de 1994, o Vale de Acór faz hoje 16 anos.
E renovo os parabéns.

sexta-feira, março 05, 2010

As desigualdades de Gini!

‘O coeficiente de Gini’ mede a distribuição dos rendimentos, mede as desigualdades sociais, e coloca Portugal num honroso penúltimo lugar entre os países da União – com o coeficiente de 36%!
Pior mesmo só a Letónia, que apresentava valores da ordem dos 38% em 2008.
Transformando o Gini em conversa habitual diria que num país com dois habitantes (A e B) e que produzisse dois ‘papo-secos’ por dia, o coeficiente português significa que o habitante A come o seu papo-seco e quase metade (36%) do papo-seco destinado ao habitante B!
Considerando por outro lado que o principal motor da desigualdade são os rendimentos do trabalho, mais propriamente, o elevado crescimento dos salários mais altos, a situação a que chegámos é conhecida, e não podia ser outra: - salários médios muito baixos, salários baixos aquém do nível de subsistência e para a grande maioria, pensões de reforma miseráveis.
A tudo isto podemos juntar o desemprego e a vasta população de subsidiados.

No outro lado fica outro país, o país da ‘nomenclatura’, aqueles que vivem com salários e mordomias que nada têm a ver com o mercado português nem com a realidade da nossa economia.
Quem são?!
Todos sabemos quem são, fazem as leis que os favorecem, julgam os fracos e poupam os fortes, advogam em causa própria, rodam entre a política e as empresas; institutos, comissões e fundações são palavras familiares, intervêm nos bancos, passeiam-se por Bruxelas, são vistos nos camarotes do futebol. Estão próximos do orçamento de estado. São uma minoria insaciável.
Atrás deles, às migalhas, um séquito de pareceres, opinadores e artistas convidados.
Em comum, todos festejam o regime e a Europa.
Pudera!

quinta-feira, março 04, 2010

Se é bom para os privados...

Porque é que Cabora Bassa não é bom para o estado... a que isto chegou?!
Ah, já percebi, negócios para os amigos, aqueles grandes empresários e banqueiros que fazem figura de ricos (sem risco) porque só sabem enriquecer à sombra do estado.
Lembrei-me da lição de Abril - cada república que chega é sempre pior que a que nos deixou, ou seja, a próxima vai ser pior que esta. E já percebemos o enredo - fala-me da Grécia, esquece a Acrópole, fala-me dos gregos sacrifícios, diz-me, repete-me, que não tenho nada a ver com a Grécia, mas à cautela aperta-me bem o cinto, sem folgas, que este povo imbecil gosta de votar em ti!
Conheces a música?! Pode ser assim - Sócrates, atira-te à barragem e diz que te empurrarem...