quinta-feira, setembro 01, 2011

Despedir ou ganhar menos, eis a questão!

Anda tudo a assobiar para o lado, muitas palavras, poucos actos, a tradicional falta de objectividade lusitana, e se isto fosse futebol eu diria que ninguém quer rematar à baliza! Têm medo, pois claro, estamos a falar de funcionários públicos (ou semi-públicos), estamos a falar da vaca sagrada do regime. Quantos são?! Ninguém sabe. O que sabemos é que não podem ser despedidos, e por isso têm uma carreira certinha, os descontos certinhos, ganhando assim o direito a generosas reformas. Generosas quando comparadas com as de outros portugueses que se sujeitaram às leis do mercado de trabalho, quantas vezes obrigados a saltitar de empresa para empresa para continuarem a angariar o respectivo sustento! Para estes portugueses a vida não foi fácil, trabalharam muitos anos em organizações que entretanto faliram, ou sofreram reestruturações, despedimentos colectivos, muitos acabaram no desemprego de longa duração. As reformas destes portugueses não são brilhantes e ficam muito aquém (em igualdade de circunstâncias) das reformas dos trabalhadores da função pública. Porquê?! Porque o Estado, embora falido nunca decretou falência, embora necessitado de um eficaz despedimento colectivo, nunca o admitiu. E chegámos a esta caricata situação em que só é possível atacar a despesa do estado através da receita fiscal! Eu explico: - não havendo hipótese de despedir os funcionários públicos excedentários, a outra possibilidade (plausível e justa) seria estabelecer tectos salariais muito apertados e com efeitos imediatos. Como também não há coragem para isso, o governo espera ir remediando o assunto através do fisco, sabendo que os salários mais altos da função pública (incluindo o pessoal das empresas e parcerias que vivem á conta do estado) se alojam nos escalões também mais altos do IRS. É uma fórmula curiosa mas que apenas adia o problema e o problema não pode ser adiado. Contra esta minha opinião (já estou habituado) veja-se a excitação dos media em defesa desta 'classe média' que ganha mais de quatro mil euros mensais! Se isto é classe média em Portugal (como eles dizem) a que classe pertencem os que ganham o salário mínimo e todos outros (uma grande maioria) que levam para casa menos de mil euros por mês?! Pois é, não sou de esquerda nem a esquerda faz estas comparações.



Nota básica: - O Interregno sabe que em Portugal o Estado foi, é, e sempre será um grande empregador. Mas o Interregno também sabe que há limites e que esses limites eram (noutros tempos) fácilmente estabelecidos através de baixas remunerações. E o sistema funcionava sem prejuizo para o país e com uma dupla vantagem: - em primeiro lugar ninguém ía para o estado para ganhar dinheiro mas sim porque tinha vocação para o serviço público. Em segundo lugar o estado deixava de ser coito de jovens pouco empreendedores e pouco ambiciosos.





À atenção dos partidos políticos, das intersindicais, das maçonarias e demais compadrios.





Sem mais, subscrevo-me atentamente...

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