quarta-feira, novembro 16, 2011

A selecção redentora

Não pertenço àquela geração que tem na selecção de futebol o único vinculo de identidade comunitária, e tão pouco me revejo no equipamento verde e encarnado que poderá simbolizar a republica portuguesa mas não a selecção de Portugal. Talvez por isso tenha sérias reservas quanto à instrumentalização que o regime fez e faz do futebol, uma espécie de ópio servido à população em quantidades industriais cujo único objectivo só pode ser a estupidificação do país! Descontados estes factos (e efeitos) a verdade é que os rapazes se portaram à altura ganhando assim o direito a estarem presentes no próximo Europeu. Na retina ficaram os golos e um enorme passe de Ruben Micael que finalmente sossegou as bancadas.
Mas pronto, foi só um jogo de futebol, não foi nenhum feito redentor, nem será o futebol que nos livrará dos padecimentos que se avizinham. Portanto, é preciso ter calma e pela minha parte peço desde já um especial favor aos comentadores mais alienados – evitem o nacional-benfiquismo, evitem chamar talismã ao estádio do Benfica ou outras idiotices do género. Idiotices que têm o condão de irritar todos aqueles que pensam (não serão muitos) que a equipa nacional (quando joga em casa) deveria jogar no estádio... nacional. Eu sei que actualmente não tem condições, mas também sei porquê! Porque os ‘responsáveis’ em lugar de investirem no Jamor, ‘deram’ esse dinheiro aos clubes que assim vão alugando os respectivos estádios à selecção! Ou seja, o contribuinte paga a mesma coisa duas vezes! Pagou os estádios do Euro e paga agora o aluguer para que a selecção lá jogue!
Enfim, deixemos isso, ganhámos, e pelo menos durante dois dias não se vai falar no deficit.

Saudações monárquicas

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