quarta-feira, março 30, 2011

O Brasil, claro

O Brasil, Cabo Verde, Angola (e Cabinda), os povos da Guiné, São Tomé e Príncipe, Moçambique, a Índia lusíada, Macau, Timor, e quem se sentir parte de uma grande comunidade cultural, com raízes na história e no coração, comunidade de interesses portanto, onde cabem a economia e as finanças, desde que não se passe a vida a falar de dinheiro. Uma comunidade assim tem futuro porque representa o futuro. O contrário da união europeia, que nos marginaliza, que nos escraviza, que alimenta a dependência, que serve apenas a alguns e onde tudo se resume a mais juro menos juro. Uma união assim, baseada na usura, não tem futuro, vai por certo implodir. São estas as perpectivas, e é bom que Portugal se despache, que reencontre rápidamente o seu caminho. Naturalmente que uma comunidade lusíada necessita de uma representação à altura, representação que só pode ser assegurada por um Rei. Um Rei que se confunda com a história da própria comunidade. Que pode continuar com os seus presidentes da república/chefes de governos, representantes efémeros, parcelares, descontínuos, desde que não interfiram na perenidade do projecto ou, o que seria pior, se arroguem naquilo que não são, nem podem ser.

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Saudações monárquicas

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segunda-feira, março 28, 2011

A caricatura de um estado

Se é verdade que o tamanho dos países se mede em séculos não deixa de ser triste assistir ao espectáculo de pequenez, de infantilidade, que é Portugal a desaparecer! Neste fim-de-semana, três ou quatro exemplos ilustram a fase mais minguante:

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- As eleições no Sporting! Uns quantos figurões, da política, das finanças, da corrupção, da justiça, de coisa nenhuma, de leão ao peito, a dirimirem soluções salvíficas, milagrosas, para aplicarem, ao mesmo tempo, ao Sporting e ao País! A comunicação social em peso, a televisão em directo, os resultados decisivos, a população suspensa, os desacatos habituais, os altos interesses em jogo!

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- O Professor Marcelo e o seu concurso infantil – ‘o que faz um presidente da república’!

Eu percebo o professor Marcelo, percebo a sua catequese, a república gosta dele, no caso dele (como de uns tantos) a república é sucessória, e ele tem a ambição suprema de suceder (um dia destes) no cargo. Nessa altura, o professor Marcelo terá oportunidade de responder (na primeira pessoa) à pergunta que fez às criancinhas: - o que faz, e para que serve, um presidente da república! Até lá, vamos esperar.

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- A Casa Pia em marcha atrás! Também tem a ver com crianças, infelizmente. Tem mais a ver com adultos, com a caricatura da justiça, num país onde existe pedofilia mas não existem pedófilos! Pelo menos na classe política.

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Há mais exemplos, mas estes chegam.

quinta-feira, março 24, 2011

Caíu

Caíu sem dó nem piedade, sem uma mão estendida, ninguém o agarrou, caíu com estrondo, como se a nação opressa, farta, deixasse cair um fardo pesado demais para as suas forças. Os portugueses respiraram de alívio, os mercados também. Há mais esperança, há mais futuro. A um canto ouviram-se alguns queixumes, uma ou outra lamúria, mas cedo se percebeu que a encenação dramática era manifestamente exagerada. Aliás, Sócrates já tinha cumprido o papel que lhe haviam destinado: - bloquear o processo da Casa Pia, onde havia nomenclatura a proteger; assegurar que o centenário da república corria bem; prosseguir com afã o programa laico republicano e socialista (anti-católico) encomendado pelo grande oriente lusitano; destruindo as bases da família através das chamadas causas fracturantes – aborto, casamento de homossexuais, com a eutanázia no horizonte; finalmente ligando-nos umbilicalmente à europa afrancesada e napoleónica, com pouca liberdade, muita desigualdade e zero de fraternidade. Em suma muito TGV, pouco submarino, e enorme dependência.
Pode dizer-se que este programa foi (internamente) cumprido à risca, e se a certa altura deixou de avançar, isso deveu-se à reacção dos europeus contra o centralismo burocrático, que ameaçava, e ameaça, transformar a união europeia, numa réplica (suave) da união soviética. De uma coisa estamos certos, não foi por vontade dos governos de Portugal que o sonho napoleónico não se concretizou. Antes pelo contrário, tudo fizeram, e tudo fazem, para acabar com a nossa soberania. Daí nunca terem arriscado consultar os portugueses.
Portanto, caíu, mas não cairam as ideias que nos afastam do nosso destino independente, marítimo, plural.


Saudações monárquicas

terça-feira, março 22, 2011

A crise são eles

A crise está na política, está nos políticos, só depois vem a economia e finanças. Não há crédito? O crédito é caro? É verdade, e porquê? Imaginem que o vosso negócio é emprestar dinheiro, eu pergunto: - baixariam os juros se este governo socialista vos aparecesse amanhã a pedir mais dinheiro acenando com um PEC nº 4? Eu não baixava. Mesmo que viesse avalizado com a assinatura de outros partidos. O governo não deixava de ser socialista e os prestamistas ( e as agências de rating) sabem que emprestar dinheiro a governos socialistas exige cuidados especiais. Porquê?! A esquerda funciona sempre da mesma maneira: - gasta o que não tem, promete o que não pode, incute nas populações uma cultura de facilitismo, com muitos direitos e poucos deveres, e ainda vira o dente quando o credor, à vista do calote, toma as suas precauções.
Tudo isto faz parte do código genético da esquerda, amplamente experimentado (e com resultados ruinosos) 'all over the World'.
Portanto, é falso o alarmismo lançado pela comunicação social (afecta à esquerda) sobre uma crise política, (que existe há muito), e que poderia prejudicar a imagem de Portugal. Pelo contrário, mudar de governo, abandonar o socialismo são boas notícias para os mercados. E para os portugueses mais desfavorecidos. A verdade nua e crua é que os juros da dívida só baixarão quando nos libertarmos destes governos de esquerda. Pela última vez, porquê?! Os governos de direita são mais credíveis e, muito importante, o seu código genético não é caloteiro. Nem pensam que o dinheiro dos outros é deles. Razões que os mercados tomam em consideração.

sexta-feira, março 18, 2011

As fragilidades republicanas

Sabe-se como é, lá como cá, em França, seja onde for, sempre que um chefe de estado é eleito, quem o elege, quem paga a campanha eleitoral, tem tendência a cobrar a factura da eleição. É humano, e por ser humano, é que os humanos perceberam que se tornava necessário encontrar um regime onde o chefe de estado fosse eleito, sim, mas não por uma maioria conjuntural, efémera e sobretudo ‘interessada’. E assim se chegou à monarquia, regime onde o chefe de estado é eleito pela história, sem depender de nenhuma facção, de nenhuma maioria (ou minoria), sem dever favores a ninguém. Livre portanto para representar tudo e todos, antes e depois. O Rei é, numa imagem feliz, ‘a figura humana da Pátria’.

O mesmo não acontece com o chefe de estado republicano, que raramente se livra de apuros ou comentários quando alguém, como o filho de Khadafi, insinua que a Líbia terá pago a campanha eleitoral de Sarkozy, e exige agora o dinheiro de volta. Dir-se-á que se trata de vingança líbia, atendendo ao protagonismo do presidente francês, empenhado em depor Khadafi! Pode ser, como pode ser o contrário.
Enfim, fragilidades republicanas, que neste caso fragilizam a França.

Saudações monárquicas

quinta-feira, março 17, 2011

Três momentos marcantes

Comecemos pela entrevista de Sócrates à televisão, pelo seu discurso recorrente: - as dívidas são solidárias, os nossos parceiros têm que as pagar também (ainda que por norma não tenham dívidas), para isso fazemos parte da união. Por conseguinte é a união que tem a responsabilidade de encontrar uma solução conjunta para este problema. Problema que como sabem resulta de um ataque sem precedentes dos mercados, mercados que não gostam de dívidas (insolúveis), mercados que não gostam da dívida portuguesa. Entretanto, e continuo a seguir o raciocínio da esquerda, o direito a contrair dívidas é pessoal e intransmissível, é soberano, mal acomparado, tal como o meu corpo, que é meu, podendo fazer dele o que quiser: - abortar, drogar-me, casar com uma alimária. E haja alguém que pague e seja solidário com isto! Sem falar no mau exemplo.

Outro momento inesquecível aconteceu na abertura do ano judicial: - o discurso a duas vozes do bastonário Marinho Pinto!
Na primeira voz, sem surpresa, atirou-se aos magistrados, com especial pontaria na direcção do juiz Carlos Alexandre que teve a ousadia de levar a julgamento aquela rapaziada do ‘face oculta’. Irritando sobremaneira, como se viu, o eterno defensor de inocentes próximos de Sócrates.
Na segunda parte, completamente distinta, Marinho assume-se como o grande justiceiro, alma imaculada da república, denunciando sem contemplações a corrupção que se abate sobre as colunas do estado. Termina (surpreendentemente) com rasgados elogios à obra da Igreja Católica, apesar de se confessar laico e sem religião aparente. Bonito! Quem não o conhecer, que o compre, diz o povo e digo eu.
Subsistem duas perguntas: - porque será que num país dito católico, os cargos de relevância judiciária estão (na sua totalidade) entregues a laicos, para não dizer maçons?!
Segunda pergunta: - não haverá ligação entre o estado da justiça e o compadrio que naturalmente resulta destas sociedades secretas?!
As perguntas ficam no ar.

Terceiro momento marcante: - a televisão pública é do Real Madrid! Só assim se explica que tenha transmitido (em horário nobre) um jogo entre castelhanos e uma equipa francesa. Bem sei que o treinador é o Mourinho, bem sei que jogava o Cristiano Ronaldo, bem sei que o povo gosta de ver. Mas há limites para o divertimento e para a propaganda.
Isto faz-me recuar no tempo, e a um tema já por mim glosado, sobre os gladiadores que eram recrutados aqui na península ibérica para abastecer e satisfazer as necessidades do circo romano. Também eles, os gladiadores, eram apreciados pela sua força e destreza. Os romanos pelo menos gostavam. Estou até convencido que se houvesse televisão nesse tempo, e se o regime em Portugal fosse igualmente pacóvio e subserviente, que os combates também seriam transmitidos, para todos vermos os nossos heróis lutar e morrer consoante o polegar de César.
Uma pergunta: - existe ao menos alguma reciprocidade? A TVE também transmite jogos do Porto ou do Benfica?

Saudações monárquicas

terça-feira, março 15, 2011

A guerra do Ultramar

A guerra ganha e perdida, perdida aqui, na metrópole, a guerra que separa o trigo do joio, a coragem da cobardia, que podia ter sido evitada, é verdade, mas não foi, portanto havia que fazer a guerra, guerra defensiva, guerra contra o terrorismo, guerra contra as potências que provocaram a guerra, que fomentaram o ódio racial, e outros interesses, para haver guerra, guerra inútil para os africanos, que ficaram sem nada, sem futuro. Se Angola é nossa?! Angola só existe na imaginação portuguesa, as fronteiras são as que marcámos, os povos de Angola são os que decidiram viver connosco dentro dessas fronteiras. Não sendo assim, emigram diáriamente para Portugal para continuarem a viver connosco nas mesmas fronteiras! Emigrariam (quase) todos se pudessem. Ficariam apenas os que a guerra fria lá deixou. Falei de Angola porque Angola é hoje o retrato da nossa frustração, da nossa hipocrisia, da fuga às responsabilidades assumidas em séculos e séculos. É também o contraponto da europa onde empobrecemos a juro alto.
Por isso, por tudo, e muito mais que tudo, que não cabe neste texto, inclino-me perante os combatentes que não se negaram a cumprir o que a Pátria deles esperava.

Tributo à memória

http://www.youtube.com/watch?v=6N5rFJWLbsk

domingo, março 13, 2011

Então e o regime, pá?!

Nem uma palavra sobre o regime!
Então o regime REPUBLICANO não tem nada a ver com o estado a que chegámos?! De certeza, pá?! Então pá, das duas, uma: se não tem, não serve para nada; se tem, mudem-no.

Mas não, os pequerruchos não querem mudar, querem apenas que o estado lhes dê emprego. Querem ser funcionários públicos, não é? Querem que o ‘monstro’ engorde mais um bocadinho!
São estes os filhos da nação - aos vinte anos já pensam em segurança! Imaginem quando chegarem aos sessenta!
Se não é assim, se estou enganado, para a próxima façam uma manifestação a favor dos empresários, para que nasçam e proliferem nesta terra, para que surjam mais empresas, firmes, e postos de trabalho ainda mais firmes. Mas atenção, empresários com sentido de risco. Nada de ‘empresários’ encostados ao estado. Desses já temos muitos.

Muito bem, a manifestação era laica! Uma palavra que me irrita, lembra-me ‘laico, republicano e socialista’! O que é que querem? Lembra-me. Mas eu percebo, a religião não era para ali chamada. Só que eu não consigo dividir-me. Além de que a memória prega partidas à gente! Pois não é que me lembrei do Afonso Costa, um grande laico por sinal, o tal que se propunha acabar com a Igreja Católica em duas gerações! Desculpem lá, mas lembrei-me.
Se não querem que eu me lembre destas coisas, para a próxima não digam nada, evitem a expressão. Está bem?!

A manifestação era apartidária! Porém, as palavras de ordem íam do ‘povo unido…’, que nos trouxe até aqui, às cantiguinhas revolucionárias do Zeca Afonso, sem falar na excitação dos rapazes da luta. Até o Tordo veio cantar a tourada! Meu Deus, que revivalismo! Que fósseis!
Quanto aos promotores, o curriculum anunciado na televisão não é famoso, acaba sempre na esquerda! Ela é do Bloco de Esquerda, ele foi comunista (já com o muro a cair!), e é agora bolseiro. O outro, o terceiro, mais magrito, não sei.
Então e a direita, pá? Esqueceu-se de ir à manifestação? Não me digas que a direita são os sociais-democratas e os centristas?! Oh pá, só se for em Portugal.

Finalmente o que se aproveita desta manifestação: - um sentimento de perca, de paraíso perdido, de desastre mental, de beco sem saída, que ameaça terminar em total dependência, dependência de tudo e de todos. E há aqui um engano, não é o emprego que é precário, somos nós, nós é que somos precários, e vamos continuar assim enquanto não mudarmos de mentalidade. Deixaremos de ser precários quando houver vontade para sermos independentes. E nestas coisas, como noutras, o exemplo vem de cima.

Saudações monárquicas

quinta-feira, março 10, 2011

Não escrevas

Eh pá, não escrevas, está quieto, larga a caneta, o computador, estás velho, só dizes mal, não escrevas isso, vai dar uma volta, entretêm-te, experimenta namorar, ou então não namores, vai ver o mar, não andas sempre com essa conversa do mar?! Pois então aproveita, espreita o horizonte, quem sabe se não vislumbras a tal armada invencível que nos virá salvar! Mas se for apenas poeira, ilusão, não te chateies, a vida é assim, senta-te numa esplanada, passa os olhos pelo jornal, lê as gordas, em diagonal, e ri-te, faz bem rir, podem pensar que és maluco, não importa, ri-te na mesma. E se os jornais de hoje trazem coisas para rir!

Por exemplo, Cavaco Silva embarcado na Sagres com criancinhas! O homem das auto-estradas, em direcção à Europa, o aluno mais obediente da UE, que mandou abater a frota de pesca, a mercante, que deixou envelhecer a marinha de guerra, ele aí está, após a posse, reconvertido ao mar! Um milagre! Como é que uma cerimónia chatérrima, sem liturgia, cheia de apertos de mão, sem significado, pode transformar o cinzento em azul marinho! Milagre, repito.

Também para rir, o puxão de orelhas a Sócrates, ao governo, à década, como se ele, Cavaco Silva, não estivesse por cá, ou fosse habitante de outro planeta! Como se nos últimos cinco anos não houvesse promulgado todas as ideias fracturantes, em nome do rigoroso cumprimento da bendita constituição! Temos sorte que a constituição ainda não se lembrou de nenhuma tropelia maior. Que a promulgação, essa, não havia de falhar.

Bem, mas vamos lá rir a bem, benzinho, que este segundo mandato está cheio de promessas de intervenção, afastado o calculismo que presidiu (preside sempre) ao primeiro mandato, tendo em vista a reeleição. Um pouco mais a sério aqui fica uma sugestão (de um ilustre correligionário) com a qual concordo inteiramente: - se os presidentes em Portugal só são activos e intervenientes no segundo mandato, (uma vez que não podem candidatar-se a um terceiro), porque não reduzir o assunto (leia-se calculismo) a um mandato apenas?! Assim mostravam logo o que valem, ou não valem, e não se perdiam cinco anos. Se calhar, meio mandato bastava.

Saudações monárquicas

quarta-feira, março 09, 2011

A posse

Ele jura sobre a Bíblia? Não.
Jura sobre o Evangelho? Não.
Jura sobre o Corão? Também não.
Jura apenas defender a constituição!
Mas qual constituição?
A última?
A do Miranda?
Profeta perdigoto!
E do outro?
Comunista reciclado!
A mais recente revista?
O PS consagrado?!
Com o PSD ao lado?!
É essa?
Posso ficar descansado?
Depende
Se fores parvo
Ou atrasado.

Da posse com os melhores cumprimentos…
Que ele cumpre.
O quê?


Saudações monárquicas

segunda-feira, março 07, 2011

O Palácio presidente

Não há coisa mais inapropriada que ver presidentes em palácios, galinhas em São Bento ou peixinhos fora de água.
Dei por mim a tirar estas brilhantes conclusões enquanto ouvia um mordomo-mor (ou coisa parecida) que muito compenetrado nos introduzia na intimidade do palácio de Belém. Por estes dias residência oficial do presidente Cavaco.
Eu sei que o palácio é do povo mas as casas do povo não são assim; sei também que ele é o eleito mas o sufrágio não nos pergunta se o eleito deve habitar em palácios, nem tão pouco que se devam construir palácios para o efeito. Além disso, não me parece boa ideia utilizar a casa, o lar, onde viviam as régias pessoas para lá meter os seus adversários políticos, quando não inimigos. Acho um abuso.
Entretanto, a visita guiada prosseguiu até à sala de audiências. Aqui chegados, o nosso cicerone anuncia solene: - esta é a divisão mais importante do palácio!
Esperei ver um trono, mas não. Imaginei um manto, uma coroa, também não. Descansei, a novidade resumia-se a uma mesa redonda, com duas cadeiras, uma mesa de trabalho para as habituais reuniões com Sócrates!
Não vou discutir a utilidade das reuniões, mas se é para trabalhar, um palácio parece-me um exagero. Se não é para trabalhar, se o palácio serve apenas para receber outros chefes de estado, não havia necessidade.
Explico: - se os ilustres convidados forem presidentes de repúblicas continua a não fazer sentido andarem a pavonear-se em palácios; se por outro lado forem reis (ou rainhas) não vale a pena aparentar aquilo que não se é. Os reis compreendem perfeitamente e até ficam aliviados.
Uma sugestão: sejam criativos, recebam as altas individualidades na doca seca, junto às gravuras rupestres de Foz Côa, na bancada VIP do estádio da Luz, eu sei lá, ele há tanto sítio representativo do Portugal republicano.

Saudações monárquicas

quarta-feira, março 02, 2011

A ridícula situação

Quando hoje nos lembramos das várias motivações que acompanharam a construção desta caranguejola europeia vimos com nitidez a série de embustes e manobras que presidiram à sua concepção. E nunca a palavra ‘presidiram’ foi tão bem achada! Também vimos angélicas intenções, em que muitos acreditaram, mas a conclusão final só podia ser esta: - um impasse.
Pois se os Soares da vida (um dos entusiastas da ideia) e as várias maçonarias republicanas querem uma Europa laicista, federal, com presidente, se possível com um César, à moda de Napoleão, a impor calendários e toponímias anti-católicas… é natural que a Igreja Católica pretenda outra Europa diametralmente oposta. Depois existem aquelas pessoas e grupos que apenas sonharam com uma Europa de negócios, enquanto outros apenas a utilizaram para fugir às suas responsabilidades históricas.
Porém, agora estamos todos no mesmo barco, só que não é barco, para nós portugueses, é uma casa de penhores onde buscamos avidamente, a troco de nada, umas migalhas para continuarmos na mesma. Ou seja, para continuarmos nesta ridícula situação.


Saudações monárquicas

Post-Scriptum: Na altura em que escrevo estará o primeiro-ministro português a receber instruções e reprimendas da patroa Merkel, e ainda não sabe se vai ser despedido com justa causa. Ele e nós.