segunda-feira, novembro 28, 2011

Que raio de fado!

Fado!
Que raio de fado!
Parece um destino
Mal encomendado!

Fado
Que nunca me esquece
E só me aborrece
Sempre o mesmo fado!

Fado
Se fosses diferente
Menos conformado
E mais insolente!

Fado
Triste cantoria
Da nossa agonia
Que raio de fado!

sexta-feira, novembro 25, 2011

As delicias do mercado e a segurança no emprego!

Bebés indignados, habituados à fartura dos supermercados, habituados a sair às tantas da madrugada para irem ‘curtir’, com o dinheiro dos papás, de pópó, manifestam-se na capital e pouco mais, querem emprego certo como era habitual, nos habituais ministérios – ‘educação’, saúde e ‘segurança social’. Nas suas reivindicações, bem orquestradas pelas duas habituais centrais (com os habituais chefes), escondem-se atrás da miséria dos outros como se estivessem preocupados com os outros!
Novidade, novidade, nesta história triste, o manifesto da loja ‘novo rumo’, mais própriamente o grupo de Mário Soares a tomar posição na próxima crise política, ou seja, quando o Gaspar bater com a porta e regressar a Santa Comba.
A república no seu melhor, sol na eira e chuva no nabal.

Saudações monárquicas

quarta-feira, novembro 23, 2011

Três mil em Manchester greve geral amanhã!

O PS sugere mais impostos, emociona-se com a fast food para bebés, o PC tem saudades da união soviética, o Bloco contesta a eliminação do cinco de Outubro, e a deputada dos ‘verdes’, que nunca foi eleita directamente, diz-se furtada! Do outro lado, a maioria que sustenta o governo mantém-se silenciosa. Entretanto, em Manchester, três mil portugueses gritam pelo Benfica. Afinal as almofadas existem, afinal sempre há uma folga para cortar nos subsídios! Porque amanhã, os mesmos que foram a Manchester aproveitarão para ficar em casa, em greve contra o custo de vida! E valeu a pena para assim continuarmos a brilhar na europa do futebol. O pior é a outra. Na outra europa somos pedintes! Assim vai o Portugal Futebol Clube onde parece não haver dinheiro para nada excepto para a bola! Aí, de facto, somos muito parecidos com os gregos.

Saudações monárquicas

segunda-feira, novembro 21, 2011

Janelas que se fecham, persianas que se abrem!

Esta Taça de Portugal de futebol, para quem gosta de se pôr a adivinhar, parece revelar uma fotografia do futuro. Desde logo a queda dos principais clubes do norte, até há pouco dominantes, porque apoiados numa economia mais produtiva, mas actualmente em crise. As empresas fecham, o desemprego aumenta, as autarquias estão sem dinheiro, e assim impossibilitadas de apoiar as colectividades das respectivas regiões. Tudo se conjugando para um inevitável empobrecimento. Enquanto isto, a sul, as coisas não mudam tanto. Com uma estrutura sócio-produtiva muito dependente do estado, continua a viver-se mais ou menos da mesma maneira, confirmando uma velha regra da economia - em alturas de crise os que produzem baixam de nível e são ultrapassados pelos que mantém uma renda fixa. Renda fixa, registe-se, proveniente de dinheiro emprestado pelo estrangeiro.
Acresce que o caldo de cultura centralista, fortemente enraizado no cérebro indígena, aproveita todas as oportunidades para se reforçar, reforçando a ajuda aos clubes do regime, ou seja, ao casalinho verde rubro. A comprová-lo basta ver ou ler a comunicação social.
Portanto, tudo se encaminha para uma suave sucessão republicana, e desta vez nem será necessária nenhuma demonstração de força atendendo ao grau de dependência exterior a que chegámos. Basta que o ministro das finanças (e de Bruxelas) diga o que paga e a quem paga e ponto final. É a quarta república a começar a dar as suas ordens. São os partidos únicos a serem exigidos pelos mais jovens! É o Atlético (que não tem nada a ver com este filme) a comandar a Liga de Honra! É o facto de, acima de Coimbra, já não haver nenhum clube da primeira Liga nos oitavos de final da Taça.
Convenhamos que são muitos sinais.

Saudações desportivas

quinta-feira, novembro 17, 2011

As datas do protectorado!

Desculpem lá ter escrito protectorado à antiga mas enquanto a troika não me exigir esse 'ajustamento' vamos continuar assim. O que parece que não vai continuar é o feriado do primeiro de Dezembro, dia da independência! Já tinha prognosticado este cenário, ou seja, trocávamos a independência pelo cinco de Outubro, eliminávamos os dois, e não se falava mais nisso! E deve ser isso que vai acontecer. Aliás, e como já escrevi tantas vezes, o Portugal independente não rima com o Portugal socialista. O socialista é por natureza 'internacionalista', não consegue imaginar-se independente, está sempre a contar com os outros! Está sempre desejoso de anexar Portugal aos destinos de uma potência qualquer, chame-se ela União Soviética, Estados Unidos, ou como agora, a União Europeia! A verdade, verdadinha é esta, embora andem sempre com o patriotismo na boca!

Por outro lado, o primeiro de Dezembro está associado às convicções mais profundas do povo português, facto bastante incomodativo para quem prefere naturalmente celebrar outras datas, por exemplo, as datas em que capturaram o aparelho de estado pela força das armas. Compreende-se.

Mas pergunta-se: - porquê então esta cedência relativamente ao cinco de Outubro?! Eu respondo - trata-se de uma troca, havia que ceder alguma coisa para acabar com o dia da independência. Obstáculo à também pretendida união ibérica. Além disso, ainda sobram dois feriados para se babarem, perdão, para discursarem às massas: - o 25 de Abril e o dia do trabalhador! Não se pode ter tudo.

E pronto, ficamos por aqui. Quem não estiver pelos ajustes, quem gostar muito de ser independente, paciência. Ou então pode repetir o gesto de 1640. Nem é preciso muita gente. Quarenta portugueses determinados, chegam perfeitamente.


Saudações monárquicas

quarta-feira, novembro 16, 2011

A selecção redentora

Não pertenço àquela geração que tem na selecção de futebol o único vinculo de identidade comunitária, e tão pouco me revejo no equipamento verde e encarnado que poderá simbolizar a republica portuguesa mas não a selecção de Portugal. Talvez por isso tenha sérias reservas quanto à instrumentalização que o regime fez e faz do futebol, uma espécie de ópio servido à população em quantidades industriais cujo único objectivo só pode ser a estupidificação do país! Descontados estes factos (e efeitos) a verdade é que os rapazes se portaram à altura ganhando assim o direito a estarem presentes no próximo Europeu. Na retina ficaram os golos e um enorme passe de Ruben Micael que finalmente sossegou as bancadas.
Mas pronto, foi só um jogo de futebol, não foi nenhum feito redentor, nem será o futebol que nos livrará dos padecimentos que se avizinham. Portanto, é preciso ter calma e pela minha parte peço desde já um especial favor aos comentadores mais alienados – evitem o nacional-benfiquismo, evitem chamar talismã ao estádio do Benfica ou outras idiotices do género. Idiotices que têm o condão de irritar todos aqueles que pensam (não serão muitos) que a equipa nacional (quando joga em casa) deveria jogar no estádio... nacional. Eu sei que actualmente não tem condições, mas também sei porquê! Porque os ‘responsáveis’ em lugar de investirem no Jamor, ‘deram’ esse dinheiro aos clubes que assim vão alugando os respectivos estádios à selecção! Ou seja, o contribuinte paga a mesma coisa duas vezes! Pagou os estádios do Euro e paga agora o aluguer para que a selecção lá jogue!
Enfim, deixemos isso, ganhámos, e pelo menos durante dois dias não se vai falar no deficit.

Saudações monárquicas

segunda-feira, novembro 14, 2011

Mudei de ideia!

No postal anterior escrevi sobre a provável supressão de dois feriados civis, proposta do governo da república alegando razões económico-financeiras. No fundo, e estou a citar, é para trabalharmos mais, para não fazermos ‘pontes’, para não irmos tanto à praia, para evitarmos os centros comerciais, razões ponderosas que podem fazer a diferença entre cumprir o deficit ou não cumprir. Aceito, vou fazer um esforço para acreditar nisso, e por isso, mudei de opinião. Ainda assim precisamos de escolher, precisamos de sacrificar dois feriados civis entre os cinco que temos. Pois bem, é o que vou tentar fazer:

Cinco de Outubro de 1910, data do implante da república – Caríssimos, este feriado tem que continuar. Porquê?! Porque seria um absurdo (e um desperdício) acabar com ele agora! Depois de um ano inteiro de comemorações, em que se gastaram milhões de euros em discursos e exposições, não estou a ver quem se responsabilizaria pela sua eliminação!

25 de Abril de 1974, golpe militar que derrubou a segunda república – Outro feriado impossível de eliminar! Pese o facto de Otelo ter ameaçado fazer outro 25 de Abril, a verdade é que enquanto isso não acontecer, é este, o de 1974, que estamos obrigados a comemorar. E também não estou a ver a classe política, que acedeu ao poder em virtude de tal data, abrir mão dos seus pergaminhos. Portanto, repito, este feriado vai continuar.

Primeiro de Maio, dia do trabalhador – bem, este feriado até poderia acabar, uma vez que existem cada vez menos patrões e a própria juventude não parece muito virada para o risco do empreendorismo! Bem pelo contrário, apenas aspira à segurança do funcionalismo público! Nestas circunstâncias o primeiro de Maio é uma data que nos reporta ao século passado, às lutas sindicais, coisa que não faz qualquer sentido num país onde o único (verdadeiro) patrão é o estado. Porém, atendendo ao carácter internacionalista da data, e atendendo também ao facto de toda a gente se sentir ‘trabalhador’, ninguém se atreverá a tocar no primeiro de Maio. Pelo menos nos tempos mais próximos.

Portanto, e por exclusão de partes, restam dois feriados civis para sacrificar – o 1º de Dezembro e o dez de Junho, datas que bem vistas as coisas, estão um bocadinho ultrapassadas. Senão vejamos:

O 1º de Dezembro de 1640, dia da restauração da independência, perdeu naturalmente significado num país que não quer ser independente! Recorde-se que Portugal é actualmente governado por uma troika estrangeira, está reduzido à condição de protectorado, e as respectivas elites não se cansam de afirmar o seu arreigado federalismo. Ou seja, querem ver Portugal incluído noutro destino histórico, diferente dos oito séculos passados, um destino que não sabemos bem qual será, mas que deve ser concerteza uma negação daquilo que fomos! Em suma, uma inexistência!

E se não existimos, fácilmente se conclui que o dez de Junho, dia de Portugal e de Camões, é também ele uma redundância que pode perfeitamente acabar. Como aliás qualquer pessoa percebe. Basta para tanto confrontar os versos do poeta em 'Os Lusíadas' - 'Fazei Senhor, que nunca os admirados Alemães, Galos, Ítalos, Ingleses, possam dizer que são para mandados, mais que para mandar, os Portugueses...'!


Resta-me pedir desculpa aos leitores se por uma vez segui a lógica do regime republicano.

sexta-feira, novembro 11, 2011

Os feriados que dividem

Reporto-me aos feriados civis, àqueles que estão no nosso inteiro domínio, que não dependem de concordatas, que dependem apenas da vontade de os celebrarmos ou não, e sobre esses a primeira coisa que me ocorre dizer é o seguinte: - pobre povo (e pobre regime) que precisa de uma justificação económico-financeira para eliminar datas ideológicas cuja única função consiste em justificar a vitória (com todos os direitos e mordomias) de uns quantos portugueses (os vencedores) sobre outros portugueses (os vencidos)! Pobre Pátria que se alimenta do ódio, da propaganda, da divisão, e que para cúmulo não percebe que as celebrações de guerras civis destroem irremediavelmente quaisquer hipóteses de mobilização nacional, quaisquer hipóteses de coesão social. Por último, pobre Portugal, que já não reages, quando se aventa a hipótese de apagar da memória a data da independência (1º de Dezembro) com o paupérrimo (e terrível) argumento que essa data já não diz nada aos portugueses! E incomoda os castelhanos!
Pobre de mim, que nasci no lugar errado e no tempo errado.

terça-feira, novembro 08, 2011

As repúblicas do Euro!

Quem são?! E porque estão falidas as repúblicas do euro?! Com excepção da Alemanha, mas incluindo a França, que se esconde atrás do corpanzil da senhora Merkl, as repúblicas da união andam todas de mão estendida! Porque será?! E não estamos a falar de periféricos, estamos a falar da França e da Itália que, recorde-se, sempre beneficiaram do facto de serem fundadoras da ‘caranguejola’! Pois é, mas a verdade é que as repúblicas não cumprem, gastam mais do que têm (embebidas na propaganda eleitoral) e quando se torna necessário fazer sacrifícios denotam pouca ou nenhuma coesão social! Portanto eu repito a pergunta – porque será que as repúblicas não se governam nem se deixam governar?!
Eu sei que para os sábios que temos o regime político não é responsável por nada, é como se não existisse, e quando alguém levanta a questão é logo acusado de desmancha-prazeres! Surgem então as evasivas do costume, de quem afinal está contente com a situação! De quem afinal ganha com a situação!

Saudações monárquicas

Nota: Hoje, no jornal Público, Pedro Lomba (um rapaz com potencial) define bem quem são os situacionistas e qual o seu discurso de circunstância. É de ler.

segunda-feira, novembro 07, 2011

Sessenta milhões de chineses!

Um lampião a sonhar é pior que dois lagartos a delirar e muito pior que três andrades a chorar! Ao lampião já não lhe chega o orçamento de estado, o orçamento da Câmara, o perdão da dívida, quer mais, quer mais dinheiro da televisão, mesmo que para isso tenha que jogar de madrugada, sim, porque o dinheirinho é tudo na vida! Pois bem, entusiasmado com a sua actual condição de clube mais ibérico de Portugal (ironias do destino e da propaganda republicana) o lampião olha com inveja para o Real Madrid e já se imagina a jogar para a diáspora, para os PALOP, e com cachets a condizer. Quem sabe se não será serviço público de televisão, com direito a hino e a içar da bandeira?! Tudo é possível neste sítio à beira mar plantado. Pelo menos até ao dia em que os adversários se revoltem e exijam a metade dos… sessenta milhões de chineses!
Já gora e por curiosidade gostava de saber duas coisas: - em primeiro lugar quanto é que lucrou o Real Madrid e quanto é lucrou o Osasuna; em segundo lugar, se os adeptos de um e outro clube gostaram do novo horário dos jogos!

Saudações ‘desportivas’

sexta-feira, novembro 04, 2011

Temos um novo primeiro-ministro!

Não há dúvidas, é calvo e calmo, parece pessoa simpática, é fluente em grego e passa a vida na nossa televisão. O primeiro nome também é familiar, foi nome que invocámos em Aljubarrota, e o apelido, embora mais difícil, lembra a palavra pai! Estou obviamente a falar de George Papandreou. E o homem vai dizendo coisas que fazem algum sentido, por exemplo, quer perguntar aos gregos se querem continuar no Euro! Ou se querem continuar nesta união europeia que se transformou naquilo que nunca deixou de ser – o eixo Paris – Berlim a mandar, e os ingleses com um pé dentro e outro fora. Os outros?! Bem, há que distinguir: - uns, as monarquias do norte da Europa, vivem bem sem esta Europa, até porque são contribuintes líquidos, os outros, as repúblicas, sejam periféricas ou não, andam à boleia desta caranguejola como se fossem crianças de berço! Mas o berçário acabou e é aqui que entra de novo o nosso novo primeiro-ministro! Que diz e eu concordo: – e que tal referendar esta cegada a que gostamos de chamar ‘união europeia’!


Saudações monárquicas

quinta-feira, novembro 03, 2011

Empobrecer!

É claro que o primeiro-ministro se exprimiu mal, ele deveria ter dito que o país precisa de enriquecer deixando para isso de viver na dependência de outros países, de credores desconhecidos, de agiotas, etc., conhecida fórmula de empobrecimento colectivo, de submissão, de sujeição, de escravidão. Mas Passos Coelho de facto não se soube explicar. E como não se soube explicar, como confundiu a recuperação da dignidade com a palavra empobrecimento, deu azo a que o bloquista Fernando Rosas viesse a terreiro clamar contra o discurso de um primeiro-ministro que anuncia como programa de governo tornar o país mais pobre! E nesse aspecto formal acaba por ter razão. Mas em substância não tem, pois quem vive de acordo com aquilo que produz nunca é pobre. Antes pelo contrário, é rico. Mas isso Fernando Rosas já não percebe.


. Saudações monárquicas