terça-feira, fevereiro 17, 2015

Pobres e mal-agradecidos!

Quando é para receber, viva a Alemanha! Quando é para pagar, morra a Alemanha! É esta a conversa que se ouve nos areópagos, na televisão, nos jornais.

Sou insuspeito, euro céptico de longa data, com provas dadas, bastando para o efeito escutar e entender, à distância de um click, a balada – ‘É o mar…’! E concluir que o nosso mar não passa pela Alemanha.

Estou portanto à vontade para opinar sobre aqueles que gostam de morder a mão que lhes dá de comer. Que gostam de não cumprir aquilo que se acordou. E assim inventam as mais esfarrapadas desculpas – desde as ‘dívidas’ da última guerra (!), às considerações mais descabidas sobre os ganhos ‘indevidos’ da Alemanha pelo facto de produzir mais, exportar mais, ganhar mais que os outros! 

Esquecem-se que a união europeia, tal como está desenhada, não foi uma invenção alemã! Se formos a ver, quem verdadeiramente transformou um mercado comum plausível, aceitável, num projecto utópico, tem sobretudo pronúncia francesa. Lembre-se a propósito a campanha 'napoleónica' para impor uma absurda 'constituição europeia'! A esses podemos designá-los europeístas de esquerda, federalistas de ocasião, quando se trata de dividir as suas dívidas com os outros!

A Alemanha e o marco alemão não precisavam, nem precisam desta união europeia para nada. A locomotiva sempre pode andar sozinha. Os atrelados (e os penduras) é que não.



Saudações monárquicas    

quinta-feira, fevereiro 12, 2015

‘Notáveis’ em quê?!

Escreveram uma carta a Passos Coelho e assinaram. Querem que o primeiro-ministro de Portugal apoie o programa do novo governo grego! Ou seja, querem que Passos renegue a austeridade e desvalorize tudo aquilo que foi conseguido em termos credibilidade! Dizem, com o empenho habitual, com a linguagem do costume, que seguimos o caminho errado, que esta é a grande oportunidade para a Europa crescer, a grande oportunidade para uma ‘solução multilateral’ das dívidas europeias. A oportunidade para sermos felizes para sempre. E concluem: - ´só este governo é que não quer!’

Se traduzirmos isto para a linguagem dos credores, se estes pudessem escrever uma carta, se ela fosse publicada com o mesmo destaque da outra, diriam muito simplesmente: - cambada de caloteiros! Notáveis oportunistas!

Eu vou mais longe e alargo o juízo da história a quem quiser enfiar a carapuça. Notáveis cobardes, quando abandonaram o projecto português, e o entregaram aos movimentos terroristas e às (inevitáveis) guerras civis que eclodiram em África e na Oceânia!
Notáveis mentirosos quando, com reserva de consciência, embarcaram no projecto europeu com a mesma filosofia com que sujavam as paredes de Lisboa: - ‘os ricos que paguem a crise’!
Notáveis espertalhões ao serviço de agendas estranhas aos interesses do povo português – judaica, maçónica, laicista, ou do tio Sam. Deve haver outras que desconheço!
Por último, notáveis reaccionários! Querem que tudo mude, todas as regras, menos aquelas que lhes convêm! À mesa do orçamento de Estado, de preferência. Enquanto choramingam sobre as causas humanitárias!


Saudações monárquicas

segunda-feira, fevereiro 09, 2015

UGT na prisão de Évora!

Vi a fotografia e fiquei siderado! Eram três conhecidos sindicalistas, antigos e actuais dirigentes da União Geral de Trabalhadores (UGT) em visita ao ex-primeiro-ministro José Sócrates. Sorridentes como se fosse a coisa mais natural deste mundo! Mas não é. 
Pelo contrário parece-me um facto suficientemente grave e que suscita as seguintes questões:

Terão ido a título pessoal, visitar um amigo em dificuldades?! Não acredito. Explico porquê - em primeiro lugar seria muita coincidência, logo os três, logo três dirigentes da UGT! Em segundo lugar, e este parece-me o argumento decisivo, o cargo de primeiro-ministro não serve para gerar amizades de natureza pessoal. Pois assim, como bem se compreende, também poderia servir para gerar inimizades ou preferências, o que é manifestamente deslocado e absurdo.

Em alternativa admite-se que terão ido em representação dos trabalhadores filiados naquela Central Sindical! E também não podemos acreditar. Seria um abuso de representação além de confirmar a dependência partidária (ou governamental) do sindicalismo português!

Resta então a hipótese de lá terem ido por algum motivo que a população desconhece, tal como eu desconheço! E é caso para dizer - aceitam-se palpites!
Que foram lá, não tenho dúvidas. Eu vi a fotografia.


Saudações monárquicas


(PS): Já depois de publicado o postal reparei que excluí a probabilidade dos referenciados sindicalistas serem todos eles filiados no PS. Seria mais uma jornada de solidariedade, e mais uma forma de pressionar a justiça. Mas afastei automáticamente esta hipótese uma vez que o grande líder Costa garantiu (desde o início) que o pessoal socialista não iria interferir com o processo judicial em curso. Foi por isso. 

sábado, fevereiro 07, 2015

Quando a geopolítica reaparece…

Uma longa maré cheia de sonhos e promessas, também de aviltamentos e traições, escondeu a dura rocha onde assenta a secular política europeia! E nós esquecemo-nos disso. 

Foi essa maré alta que propiciou a ideia de uma união benigna, do sul ao norte, de leste a oeste, que juntasse nos mesmos termos, no mesmo clube, várias europas, com tantas diferenças e tantas aspirações! O atlantismo de uns e a polaridade oriental de outros, o frio que obriga a trabalhar com o sol que proporciona o lazer! E cada um dividia aquilo que tinha a mais com os outros! O paraíso reinventado!

Uma quimera que fez o seu caminho, iludiu muita gente, e abriu espaço inclusivé para uma moeda única. Mas não nos esqueçamos, foi também o cavalo de Tróia onde se emboscaram todas as baixezas, naturais egoísmos, e como não podia deixar de ser, alguns delírios napoleónicos!

A maré vaza, porém, sempre acontece e com ela reapareceram os velhos rochedos esquecidos - antigas afinidades, alianças perdidas, culturas negadas. Este fenómeno do Syrisa, se calhar sem o saber, pode ser um passo nessa direcção. O regresso em força da geopolítica, dos interesses estratégicos permanentes, que a globalização não desfez, nem consegue mudar. Pelo menos enquanto não mudar a geografia.

Para Portugal é um aviso à navegação! Em vez de andar a reboque de outras culturas, ou a fingir outros interesses, deveria olhar para dentro de si e procurar o seu rumo.


Saudações monárquicas