segunda-feira, dezembro 21, 2015

A TAP e o destino português

Marcha atrás, marcha à frente, faz que anda mas não anda! Quando a corporação dos pilotos resolveu chantagear a companhia com greves e reivindicações ilegítimas, insurgi-me naturalmente como decerto muitos outros portugueses. E também expressei a opinião de que a gestão privada tem que ser a regra de qualquer empresa numa economia de mercado. Patrão estado, gestão pública, funcionários públicos com carreira assegurada, défices pagos pelos contribuintes, ausência de competitividade, isso era na falida união soviética e em outras utopias do género.

Dito isto é preciso assinalar que cada país tem as suas especificidades, e que não são mais de quatro ou cinco aqueles que deixaram atrás de si um território descontínuo ou um império cultural e linguístico que urge continuar a servir. Isto tem um preço que os portugueses não se negarão a pagar desde que o poder político se limite a defender o interesse nacional.

Ora o grande perigo nestas coisas é confundir o interesse nacional com interesses conjunturais ou corporativos. E Portugal é particularmente atreito a isso uma vez que não tem, ao contrário da Espanha ou da Inglaterra, um representante dos valores permanentes.
Daí pensar-se que incumbe ao estado proteger os postos de trabalho de uma empresa, seja ela a TAP ou a CP, e daí também a tentação ideológica, sempre passageira, que não permite vislumbrar o futuro.

Assim e sem mais delongas a TAP deve ser concessionada aos privados mantendo o estado uma posição accionista que lhe permita fiscalizar o integral cumprimento do caderno de encargos. Será sem dúvida um acordo difícil tanto mais que já se deram alguns passos contraditórios. Como em tudo, é preciso negociar, sem esquecer que o bom é inimigo do óptimo.


Saudações monárquicas


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