quinta-feira, agosto 11, 2016

Os fogos dez anos depois!

Este blogue já tem mais de dez anos, uma eternidade, uma inutilidade de opiniões, com uma dúzia de fiéis seguidores, que compreendem os tormentos de uma bílis avariada. E só nesse sentido faz sentido. Escrevi há dez anos sobre os fogos e o discurso mantém-se. Aparecem no Verão, assolam todo o território e são o prato forte dos noticiários. Quando dá jeito, e desta vez não dá, são arma de arremesso político. Este ano, fruto das altas temperaturas que se têm feito sentir, Portugal está transformado num mar de chamas que se estenderam, com particular gravidade, à ilha da Madeira! Neste caso a mão criminosa parece um dado adquirido, e sendo certo que o fogo posto é uma lepra generalizada, não convém misturar as situações. O continente tem problemas específicos para resolver. E por isso se fala de novo em 'reordenamento do território' expressão suficientemente vaga para continuar tudo na mesma. 

De facto reordenar o território, se fosse a sério, seria diminuir a floresta e aumentar a presença humana, ou seja, seria criar condições para que as populações regressem ás aldeias abandonadas, voltem a controlar  a sua 'terra', que só é 'terra' no mês de Agosto. Para isso tem que haver condições de sustento, por exemplo, rebanhos que tenham pasto em vez de pasta do papel! Eu sei que somos grandes produtores de pasta do papel e que isso também é riqueza nacional, mas há que fazer uma escolha. Ou se marcam zonas de florestação onde não existam pessoas nem bens e comete-se a respectiva vigilância e encargo às empresas florestais. E fora dessas zonas nem mais um eucalipto. Ou vamos continuar a assistir ao triste espectáculo que passa nas televisões. E a tendência é para piorar.

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