Páginas
▼
terça-feira, agosto 28, 2018
sexta-feira, agosto 24, 2018
'O prazo de Nero'
Não
se inquietou Nero quando ouviu
o
vaticínio do Oráculo de Delfos.
“Os
setenta e três anos temerás”.
Tempo
teria ainda para desfrutar.
Trinta
e três anos tem. E alargado
é
o prazo que o deus agora lhe concede
para
pensar nos riscos do futuro.
Agora,
algo cansado, voltará a Roma,
mas
deleitosamente cansado desta
viagem
em
que todos os dias foram de prazer -
em
jardins, em teatros, em ginásios...
Noites
nessas cidades da Acaia...
e
o prazer, sobretudo, ah, dos corpos nus...
Isto,
Nero. Na Hispânia, entretanto,
Galba
em
segredo, recruta e treina as suas tropas:
Galba,
um ancião de setenta e três anos.
Konstantinos
Kafávis (1863-1933) poeta grego.
quinta-feira, agosto 23, 2018
Bruno sem lei!
Mudem
a Constituição, apelem ao presidente da república, desertem os
tribunais, mas não permitam que Bruno tenha a lei pelo seu lado. As
providências cautelares não podem acautelar qualquer um, ainda para
mais quando estão em causa os sagrados interesses da república de
Alvalade. Que somada à da Luz resulta naquilo que a gente sabe.
Nestas condições, o juiz, seja ele qual for, não pode aplicar a
legislação que eventualmente possa dar razão a Bruno, porque isso
seria, segundo reza a contestação, não apenas o fim do clube mas
também o fim do mundo! Além disso os jogadores de futebol profissional, que amam o Sporting desde pequeninos, não gostam do Bruno e podem ter pesadelos.
Agora,
aqui para nós que ninguém nos ouve, uma contestação que tem mais
de cinquenta páginas, e mais de duzentos e cinquenta argumentos... deve ser de facto muito frágil! Sem falar na campanha mediática anti-Bruno, sem precedentes, e sem contraditório! É caso para perguntar: - quem tem
medo da lei?! Quem tem medo das eleições?! Quem tem medo de Bruno?!
Nota jurídica: A dita 'suspensão', mesmo que a consideremos legítima, só se efectiva depois de esgotados os prazos de recurso a que qualquer pessoa (menos Bruno) tem direito. No decurso desse prazo o 'suspenso' mantém a sua capacidade eleitoral, quer passiva, quer activa. E aqui a conversa dos estatutos morre perante a lei imperativa. Eu devia ter sido advogado...
Nota jurídica: A dita 'suspensão', mesmo que a consideremos legítima, só se efectiva depois de esgotados os prazos de recurso a que qualquer pessoa (menos Bruno) tem direito. No decurso desse prazo o 'suspenso' mantém a sua capacidade eleitoral, quer passiva, quer activa. E aqui a conversa dos estatutos morre perante a lei imperativa. Eu devia ter sido advogado...
sexta-feira, agosto 17, 2018
Os novos adjectivos
Já não são assim tão novos e vieram substituir o famigerado 'fascista', um insulto caído em desuso! Surgiram então uma série de rótulos, ditos em catadupa, e que deixam o visado confuso e a maior parte das vezes paralisado.
A sequência é habitualmente a seguinte: - racista, xenófobo, nazi - e se a vítima ainda estrebucha - leva com o resto do reportório: - homofóbico, sexista e promotor de violências várias! Aliás este pacote já deve fazer parte do ensino obrigatório, das várias comissões de censura, e está presente na linha editorial de qualquer pasquim que se preze! E com nuances de redacção que o próprio Kafka não podia imaginar!
Começa normalmente assim - não serão publicados artigos de índole racista, xenófoba, homofóbica ou que de qualquer forma promovam a violência! As palavras chave são obviamente - índole e promovam - suficientemente vagas para discriminarem quem muito bem entenderem. Atenção que 'discriminar' também pode ser perigoso. O melhor mesmo é não escrever. Melhor ainda, não ler.
Saudações monárquicas
domingo, agosto 12, 2018
Comunicado de S. A. R. o Senhor Duque de Bragança
É
com grande tristeza que mais uma vez os portugueses assistem ao
flagelo dos fogos durante os meses de Verão. Mais uma vez as
populações sofrem fisicamente e economicamente as consequências de
fogos que são cada vez mais frequentes e de maior intensidade no
nosso país.
Este
ano tem sido a Serra de Monchique, que está a arder há vários
dias, criando um rastro de destruição e desespero nas populações
que aí vivem, às quais gostaria de transmitir a minha solidariedade
e da minha família.
Não
é compreensível que apenas um ano depois da tragédia de Pedrógão
a situação se mantenha e que as populações do interior do país
continuem desprotegidas. Passou apenas um ano de uma tragédia que
matou muitos portugueses e causou grandes perdas económicas e um
desastre ambiental.
Os
nossos governantes prometeram preparação, mas o que temos vindo a
assistir são sistemáticas situações de descoordenação de
entidades com responsabilidades na protecção. Depois da repetição
de uma situação com esta gravidade, é importante retirar as
devidas consequências - políticas e operacionais. É o que os
portugueses esperam e merecem depois de uma situação desta
gravidade.
É
definitivamente necessária uma séria reorganização do espaço
florestal que reduza a probabilidade e gravidade deste tipo de
situações. Essa reorganização deve partir do Estado e não dos
particulares, que em geral não têm capacidade económica para fazer
face ao que é necessário. Aliás, no ano passado, um dos piores
incêndios aconteceu numa mata propriedade do Estado, o Pinhal
d’El-Rei, plantada há sete séculos na região de Leiria.
Quanto
aos meios aéreos e terrestres disponíveis, estão longe de ser os
mais adequados, segundo as opiniões dos especialistas nacionais e
estrangeiros. Não faz sentido por em risco as vidas de quantos
combatem no terreno, e não lhes dar as armas necessárias!
Apelo
também a uma mobilização dos jovens, que devem ser sensibilizados
para esta grave questão e que poderiam dar o seu contributo. Na
ausência do serviço militar obrigatório, os jovens deveriam ser
incentivados para uma maior participação cívica sendo preparados
para ajudar os que combatem estas catástrofes, e outras que poderão
acontecer. A generosidade e coragem dos jovens levá-los-á a
participar com entusiasmo em iniciativas destas.
Considero
a bem dos portugueses e de Portugal que esta situação seja
definitivamente encarada como uma das prioridades do país.
D. Duarte, Duque de Bragança
D. Duarte, Duque de Bragança
Santar
(Nelas), 9 de Agosto de 2018
quinta-feira, agosto 09, 2018
Fogo na serra de Monchique
Quem te viu
arder do alto da Fóia
Tem os olhos
cansados, perdidos, chorados,
E da fresca
serra não guarda memória
Mas isso é
outra história
São águas passadas
nasciam rebanhos
Havia pastores,
moiras encantadas,
de muitos
amores
Hoje é um
deserto, verde, vegetal
Pronto a ser
queimado, sem qualquer pudor
Ao menor
sinal, basta haver calor
Tudo
planeado, destino traçado,
E se alguém
resiste é evacuado
Escurecem os
ares, há nuvens de fumo
Gente a
discursar e um país sem rumo!
terça-feira, agosto 07, 2018
Acompanhar os fogos!
Acompanhar os fogos é decididamente a nova estratégia para combater os incêndios e fazer política ao mesmo tempo. Tomemos como exemplo o fogo interminável que lavra na serra de Monchique e que tem sido acompanhado, ao segundo, por todas as corporações de bombeiros, ao minuto, por todos os técnicos e protectores civis de que dispomos, e de hora a hora, em cada telejornal, ficamos a saber que quer o primeiro-ministro quer o presidente da república também acompanham. E o português médio fica acabrunhado e interroga-se sobre a inevitabilidade do seu destino! Mas isto vai ser sempre assim?! Metade do ano a preparar a estação dos fogos e a seguir fazemos o respectivo acompanhamento?!
sexta-feira, agosto 03, 2018
Põe gelo nisso...
O interregno precisa de férias. Férias grandes. Não, não vou para a praia com este calor. Os meus antepassados algarvios fugiam do Algarve no mês de Agosto. Como eu os compreendo. Bem, hoje não dá para fugir para lado nenhum... Isto está a piorar.
quarta-feira, agosto 01, 2018
Um cão de família
Quem nasceu um dia numa Vila de lobos para além do Castro onde corre o rio Laboreiro, reconhece fácilmente um companheiro antepassado. Depois caminhámos para sul e deixámos para trás algumas raízes que hoje nos fazem falta. Aconteceu agora, por feliz coincidência, este feliz reencontro.