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sábado, maio 12, 2007

Há petróleo na Câmara

O desassossego é total, os partidos estão em polvorosa, as pessoas não dormem, largam tudo e dirigem-se para a Câmara de Lisboa, febris, mecanicamente, fazem lembrar a corrida ao ouro no velho oeste americano.
Este esforço cívico que mistura em partes iguais, ambição, calculismo, descaramento, e outras virtudes que ‘por pudor terei vergonha de confessar seja a quem for’, não recua perante nada, e muito menos se atemoriza com a apregoada falência camarária. Pelo contrário, o espírito de cidadania redobra, e vem ao de cima, como a gordura de uma mancha de petróleo!
Por causa dela, da Câmara bem entendido, soube-se que uma arquitecta bastonária, convicta em várias frentes partidárias, está disposta aos maiores sacrifícios – rasgou um dos seus cartões militantes, abandona o bastão, oferece-se à cidade!
O Governo não lhe fica atrás e promete desfazer-se… por causa dela! O seu número dois, a pedra mais brilhante do diadema socialista, ameaça avançar sobre a Câmara. Afinal, nenhum governo é mais importante do que este lugar almejado!
No meio do frenesim, os munícipes lisboetas devem interrogar-se sobre o sentido e o valor do seu voto!.. E a pergunta inevitável há-de surgir um dia – mas se a Câmara é assim tão importante para os partidos políticos, porque não incluir a Câmara de Lisboa como troféu nas legislativas?!
Talvez fosse melhor para a cidade.

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