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quinta-feira, maio 17, 2007

Salta-pocinhas

Espécime lusitano, nasce, cresce e vive nos partidos, polivalente, saltita de poleiro em poleiro, percorre o país, percorre a função pública, esvoaça entre a Europa e o mundo, mas agarrado que está ao orçamento, volta sempre ao ninho.
Este interminável carrossel desfila quase diariamente perante os olhos deslumbrados dos eleitores, que bem tentam fixá-los aos lugares, mas em vão! À mínima oportunidade, escapam-se, obedecem a impulsos irresistíveis, sedentos de servir, nada e ninguém os segura!
O estudo das suas migrações é um capítulo à parte da ciência política e do pouco que se sabe, apenas sabemos das suas preferências por determinados percursos e poleiros: a Câmara de Lisboa, o Palácio de Belém e Bruxelas estão entre os lugares eleitos para nidificação.
Atento ao fenómeno, alarmado com a proliferação da espécie, o interregno sugere algumas medidas profilácticas para combater a praga:
- A terceira república deveria recensear estes salta-pocinhas, não é difícil porque são sempre os mesmos, e a partir daí poderia estabelecer uma escala de serviço, rotativa, de forma a satisfazer, simultaneamente, as necessidades dos partidos e o apetite voraz destes irrequietos passarinhos.
Poupava-se no orçamento e poupavam-se muitos incómodos aos eleitores.
A bem da nação…

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