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segunda-feira, julho 16, 2007

O sufrágio, ai, ai!

Não é vira, nem malhão e antes que me venham papaguear a frase do Churchill, repito o que venho dizendo no interregno, long time ago: Winston tinha em mente a Inglaterra, onde existia, e existe, pelo menos um órgão político que não é eleito pelos contemporâneos – a Chefia de Estado. Agora já posso prosseguir com o ai, ai, do sufrágio e para concluir que assim não vamos a lado nenhum. Já não bastavam os partidos metidos a martelo nas autarquias, já não bastava o Governo a concorrer à Câmara de Lisboa, para ainda termos que aguentar com o ridículo das manifestações de alegria pela vitória do comissário Costa, vitória essa que não é mais que uma pesadíssima derrota da partidocracia vigente! Verdade que até para aquelas explosões de contentamento houve que recorrer às célebres ‘camionetas à província’ para dar algum colorido à festarola! E para que não lhes faltasse nada, Sócrates encarregou-se de fazer um inflamado discurso aos ‘lisboetas’ de encomenda, que ao que parece tinham vindo do Alandroal!
É caso para perguntar como os brasileiros: mas eles não se enxergam?!
Não perceberam que o sufrágio, acoplado ao sistema republicano de partidos, já produziu todo o mal que havia para produzir na comunidade onde vigora! Não perceberam que a desconfiança na política e nos políticos é total e que as tentativas esfarrapadas para dar alguma legitimidade aos eleitos já não convencem ninguém!
Vejamos os números numa perspectiva futebolística para que se tornem mais convincentes: Costa com os seus 58.000 votos não conseguiu encher o estádio da Luz! Carmona e Negrão somaram 63.000 votos, e não fosse a arma do arguido, teriam conseguido encher o estádio da Luz! Roseta, que recolheu 20.000 votos, conseguiu uma boa assistência na primeira Liga!
Daqui para a frente iremos por certo assistir às tentativas por parte do Governo para consumar a união nacional na Câmara, antecâmara da prevista união nacional!
E já sem sufrágio!

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