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domingo, abril 25, 2010

Maioria silenciosa, quem te representa?

Li algures que Cavaco Silva se prepara para vetar o ‘casamento gay’ - um mero título de jornal cujo conteúdo não fui averiguar. Mas foi o suficiente para imaginar uma série de coisas que se iam arrumando na minha cabeça: - em primeiro lugar e dependendo dos motivos que invocasse para o veto, se esses motivos revelassem a firmeza de defender os princípios em que assenta o velho Portugal, admiti desde logo que teria garantida a sua reeleição. E de forma esmagadora. Digo isto porque o ruído que as ‘vanguardas’ produzem sobre este assunto, (ruído que a comunicação social amplifica), não corresponde ao pensar da generalidade da população. O povo é conservador no verdadeiro sentido do termo, ou seja, conserva os valores e os princípios que garantem a sua sobrevivência como comunidade. É uma atitude natural, instintiva. Sucede que esta grande maioria silenciosa há muito que perdeu qualquer ilusão sobre a classe política e sobre aqueles que a dizem representar. Por isso se abstém nas eleições ou mesmo nos referendos. Aliás, como poderia acreditar em pessoas que propõem e aprovam leis que atingem a dignidade humana (no caso da legalização do aborto) ou desqualificam a família (como o dito casamento gay)?! Que garantias de representação e sobrevivência pode dar um regime destes e gente desta?! Obviamente nenhumas.

Houve tempos em que a garantia de sobrevivência (contra as ambições externas e desvarios internos) assentava na aliança histórica entre o povo e o rei. E porquê com o rei?! Porque este era o aliado natural, ‘a figura humana da pátria’, representava a sua continuidade e perenidade. Melhor representante, melhor e mais seguro aliado, não podia existir.
Essa aliança foi entretanto destruída por aqueles que ocupam hoje o poder. São eles que lançam os foguetes, são eles que celebram o dia, são os mesmos que festejam o centenário da república! Já agora, aproveitem e perguntem-lhes porque é que estão contentes?! Será por sermos o país mais desigual da Europa?! O mais dependente?! O mais falido, juntamente com a Grécia?! Vão lá, dirijam-se à assembleia da república, interrompam a sessão solene, e perguntem-lhes.

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