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sexta-feira, julho 16, 2010

O estado da nação

Sócrates pegou nos resultados de um inquérito (dados de 2008) que apontavam para uma diminuição da pobreza e concluíu que a política seguida pelo seu governo estava no rumo certo. Números são números, números são factos, e assim, desta maneira ardilosa, silenciou a esquerda recalcitrante. Virando-se então para a direita, valorizou a perfomance da economia portuguesa face à crise, enquanto acusava o PSD de tentativa de destruição do estado social. A direita reagiu, mas reagiu mal.
E foi mais um debate ganho por Sócrates... contra a nação.

Este debate poderia ter sido diferente se por um acaso houvesse ali, naquela assembleia de cativos, um político corajoso que contestasse Sócrates no seu próprio terreno. Dou um exemplo - quando o primeiro-ministro elogiava o comportamento da economia portuguesa face às suas congéneres europeias, poderíamos concluir, ao contrário do próprio, que essa é a maior prova da nossa persistente posição periférica. Portanto esse elogio deveria ser antes motivo de preocupação. O mesmo se diga quando Assis se agarra à Europa com unhas e dentes, numa clara demonstração de falta de alternativa política. Aqui era preciso lembrar-lhe a frase de outro socialista – há vida para além (dos subsídios) da união europeia!
E finalmente que dizer das reticências socialistas em alterar a constituição impedindo por essa via que os governos portugueses (sejam de direita ou de esquerda) tenham as mesmas armas para combater a crise que os nossos parceiros europeus! Será a nossa constituição um texto sagrado?!

Saudações monárquicas

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