quarta-feira, setembro 15, 2010

Reaccionários

Os que reagem ao projecto de revisão constitucional do PSD, porque reagem a qualquer projecto que seja apresentado, são naturalmente reaccionários. Falam em ricos e pobres, reivindicam o estado social, mas esquecem-se que foi à sombra da actual constituição que construímos o maior fosso entre ricos e pobres da UE. Sim, é o nosso, e não me digam que a constituição não é para aqui chamada! Porque se a constituição não conta, se não serve para nada, então pode (e deve) ser revista de alto a baixo, todos os dias, até servir para alguma coisa. Mas eu acho que serve para alguma coisa, serve para manter privilégios, serve para manter uma nomenclatura inamovível, e serve para afundar o país. Se é isto que os reaccionários pretendem, não sabemos, mas que é este o resultado, não temos dúvidas.
Por isso qualquer proposta de revisão é bem-vinda, é um começo, e é preciso começar por algum lado. Desde logo expurgar a constituição dos seus estigmas. Estamos a falar da inspiração soviética e dos tiques terceiro-mundistas. Depois é preciso reduzi-la ao essencial. Na verdade, para que a constituição seja um máximo denominador comum, uma plataforma de entendimento entre os portugueses, deve ser uma fotografia de família e não uma fonte de controvérsia. Por outro lado, se aspira a alguma longevidade, deve reflectir as grandes linhas que enformam a casa portuguesa. Nada de programas de governo, nada de aventuras ideológicas, os primeiros porque atrapalham os governos, as segundas porque passam rápidamente de moda.
Já perdemos tempo demais, está na hora de mudar, está na hora de deixarmos de ser reaccionários.

Saudações monárquicas

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