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sexta-feira, outubro 08, 2010

Notícias da quadratura

Às vezes apetece-me participar na ‘quadratura do circulo’, mas não posso, não me deixam, é melhor assim. A sentença que me obriga a escrever (para desabafar) é de António Costa: - já não existe uma questão de regime! A monarquia é assunto encerrado!
Baseia tal conclusão no facto de não ter havido nenhuma manifestação monárquica importante durante estes dias de Outubro! Ou seja, para António Costa o país é totalmente republicano e esta é mais uma das conquistas do centenário! Uma espécie de fim da história a verde rubro! À pergunta sobre quem tinha sido o autor de tal façanha, Costa inclinou-se para Mário Soares enquanto os seus parceiros (de programa) se inclinavam para Salazar… com mais tempo de casa!

Ora bem, em relação a isto tenho a dizer o seguinte:

1. O primeiro ‘republicano’ que afirmou (publicamente) que Portugal já não tinha uma questão de regime, foi Marcelo Caetano! Tendo sido de imediato repreendido por Salazar que lhe explicou que o estado novo (segunda república) devia a sua sobrevivência a um conjunto de expectativas e uma delas consistia em dar algumas esperanças aos monárquicos. Noutro contexto e muito antes disso já o Rei Dom Carlos tinha brincado com o assunto dizendo que era o único monárquico da freguesia de Alcântara. Na altura Dom Carlos vivia no Palácio das Necessidades.

2. Mas António Costa ao decretar o fim da ideia monárquica tomando como base a visível escassez de simpatizantes monárquicos também poderia ter reparado que no arraial republicano a situação não era melhor! Para além do desinteresse geral sobre a data, sobressaiu, e de que maneira, a ignorância sobre o assunto. E isto leva-nos ao terceiro ponto, leva-nos até à propaganda.

3. Na propaganda em favor da ignorância política o regime republicano foi de facto eficaz! E António Costa prolonga o embuste exercitando a quadratura do círculo: - para ele vivemos no melhor dos regimes, a nossa constituição é óptima, e os nossos problemas são outros – temos problemas financeiros, económicos, educativos, judiciais, políticos, etc., ou seja, temos problemas com tudo aquilo que define um regime!

Saudações monárquicas

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