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domingo, novembro 29, 2020

Mayan e a oportunidade perdida!

 

Miguel Sousa Tavares tem vindo a entrevistar na TVI os candidatos às próximas eleições presidenciais. E seja porque os candidatos consentem seja porque o entrevistador assim o entende, aquilo mais parece um concurso para o preenchimento de uma vaga no ministério das finanças. Desta vez porém MST ofereceu um verdadeiro presente ao candidato liberal. Perguntou-lhe sobre a revisão constitucional em curso e se estavam em causa os actuais limites materiais de revisão! Mayan hesitou, pareceu confuso e não esclareceu. Perante isto MST voltou à conversa dos impostos. Onde o candidato, por acaso, também fraquejou.


A ver se nos entendemos. Que melhor controvérsia pode haver para um liberal que os limites impostos à sua liberdade de decisão e à sua independência?! E que melhor temática poderia escolher que a actual constituição, com perto de trezentos artigos*, inicialmente a caminho do socialismo, e que mau grado as oito revisões que já leva nunca deixou de o percorrer?!


Tiago Mayan que é do Porto, e reclama a celebração dos duzentos anos da revolução liberal tinha que dizer alguma coisa de relevante. Mas não disse. E vamos mais uma vez recordar os tais limites à soberania do povo, afinal o grande motor da dita revolução de 1820.


Actualmente são nove alíneas, nove limites, quase todos discutíveis, todos eles mentirosos. O primeiro reza, como rezava na constituição de Salazar, pela independência nacional e pela unidade do estado! Onde é que isso já vai quando o orçamento do país é aprovado em Bruxelas?! Sem esquecer que quem jurou a integridade nacional do 'Minho a Timor' (lembram-se!) também participou na redacção do 'Portugal rectangular e ilhas adjacentes'! E pergunta-se, vamos ficar por aqui?!


O segundo limite, já vos tenho falado dele, é a forma republicana de governo! Uma charada que ninguém percebe mas que tem servido para a propaganda anti monárquica como se a monarquia fosse coisa do passado e de países subdesenvolvidos. Uma estupidez que continua a estupidificar os portugueses.


Os restantes limites à soberania popular, com a excepção das autonomias regionais, são ainda restos da marca socialista. Comissões de trabalhadores, planos quinquenais, propriedade dos meios de produção, etc.


Mayan, e pelos vistos grande parte da direita portuguesa convive bem com isto.


Saudações monárquicas



*A constituição americana (1887) tem sete artigos originais e 27 emendas em 230 anos.

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