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sábado, junho 05, 2021

Desfazendo mitos... o atraso português!

 

Nuno Palma é um jovem historiador português a leccionar em Manchester e foi um dos oradores convidados para o recente 'encontro das direitas' organizado pelo MEL (Movimento Europa e Liberdade). Merece destaque em primeiro lugar pelos estudos que vem desenvolvendo no âmbito da história económica comparada mas também pelo desassombro das suas intervenções!


No fórum em questão, para além de desconstruir uma série de 'verdades históricas' que habitualmente nos impingem, atreveu-se a afirmar que estamos a divergir da Europa há mais de duzentos anos e o único período em que realmente convergimos foi durante o estado novo! Isto, só por si, pôs a esquerda em polvorosa. Que é o mesmo que dizer o país quase todo. E entre silêncios e ranger de dentes os media tentam disfarçar o assunto.


Mas Nuno Palma disse coisas muito mais importantes relacionando sempre a fortaleza das instituições com o seu regular escrutínio. Até porque no seu entender são as instituições, nomeadamente políticas, judiciais, etc., que determinam, ou não, a riqueza das nações.


Assim, e em traços gerais, estivemos sempre no pelotão da frente durante toda a Idade Média e entrámos destacados nos descobrimentos e na era moderna. Só começámos a divergir e perder posições em meados do século dezoito. E não foi por causa do terramoto mas pelas arbitrariedades de um poder que se julgava suficientemente rico para não dar satisfações a ninguém. Era o ouro da bazuca brasileira a funcionar! Por isso durante o século dezoito as cortes nunca reuniram. A partir de Pombal as coisas pioraram, e a expulsão dos jesuítas condenou o país ao analfabetismo secular!


O século dezanove é pois para esquecer, foi um século perdido para Portugal, imagino que com grande pena de muita gente que gosta de ler o Eça. Quanto ao século vinte já falámos. Só Salazar conseguiu convergir com a Europa reduzindo o analfabetismo, a mortalidade infantil e iniciando uma integração no espaço económico europeu (EFTA). Em contrapartida, e no jogo das culpas demo-republicanas, fabricou sem querer um país de esquerda onde ainda há comunistas e outras espécies em vias de extinção!


O orador terminou pessimista o que é compreensível! Tem a vaga esperança que as necessárias reformas venham da união europeia e que ao mesmo tempo as pessoas reparem que quando votam no socialismo estão a perpetuar a divergência, ou seja, o atraso português.


https://youtu.be/v4zr58fJq6s




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