A ideia que tenho das eleições locais é que elas devem ser locais. Nesse sentido faz sentido votar em quem conhecemos de uma forma directa, sem necessidade de mediadores. Não é isso que acontece nos grandes concelhos urbanos onde a ideia de comunidade se foi perdendo e já ninguém conhece ninguém. Aí mandam os partidos e as eleições autárquicas acabam por ser uma caricatura das legislativas. Nessa lógica os partidos não olham a meios convocando para as disputar as suas principais estrelas como se a presidência da Câmara fosse um ofício reservado a profissionais da política!
Assim se explica a omnipresença das irmãs Mortágua por todo o lado, como também se explica a aparição da comunista Maria das Dores Meira em Almada uma vez que se trata da presidente cessante da Câmara de Setúbal que só não se recandidata porque a lei não permite. Vem portanto incumbida pelo partido e na esperança de recuperar a Câmara de Almada para a CDU! Aliás e para sermos inteiramente justos vem fazer o mesmo que o PS lhes fez nas últimas eleições quando recorreu ao talento mediático de Inês de Medeiros.
Claro que tudo isto tem pouco a ver com os interesses específicos do concelho de Almada e isso ficou bem patente em recente debate televisivo. Debate, diga-se, apenas reservado aos candidatos cujos partidos têm representação parlamentar. Não admira pois que os temas em discussão tenham sido praticamente os mesmos que dividem as várias oposições e o governo na Assembleia da República. Como também não admira que a abstenção continue nos níveis a que já nos habituou (50% ou mais)!
Uma nota final para o candidato do Chega, Manuel Matias, que conheço bem e tem obra em Almada na área da solidariedade social. Escolheu para lema da campanha - Libertar Almada – e só por isso merece destaque! Libertar Almada do socialismo, obviamente.
É uma tarefa difícil porque dos sete candidatos só o Manuel Matias é que não é socialista! O candidato pelo PSD, que também se chama Matias, e representa uma série partidos que talvez não sejam, mas ele sendo social democrata não pode deixar de ser. Quanto aos candidatos do PAN, sempre demasiado envolvidos nas questões climáticas, nunca sabemos o que são. A Iniciativa Liberal já se sabe, não é, nem deixa de ser.
Saudações locais
Sem comentários:
Enviar um comentário