Celebrar guerras civis é sempre uma atitude pouco inteligente. Esperar que os vencidos as celebrem é uma idiotice. Quando esse acontecimento marca decisivamente a decadência de uma comunidade ultrapassamos todas as barreiras do bom senso para entrarmos no capítulo da estupidez. Começa aqui o ensaio sobre a mesma.
Estupidez que a própria expressão denuncia! Com efeito proclamar o ímplante da república não é mais do que confessar que no dia 5 de Outubro de 1910 substituímos um regime legítimo por um regime postiço. E cada minuto da celebração será sempre entendido como um juízo de valor negativo sobre o regime monárquico, ou seja, sobre a nossa história secular. Admito que os estúpidos não percebam isto.
Mas passemos do implante às consequências do mesmo. Factos são factos. Em cem anos de república perdemos quase tudo o que construímos em oito séculos de monarquia! Perdemos mais de dois terços do território conquistado (e não há território que não tenha sido conquistado) não sabendo ainda se isto vai ficar por aqui. Perdemos a independência económica a favor da união europeia e vamos perdendo todos os dias a nossa identidade sem qualquer remorso. O que significa que a independência política perdeu valor e depende apenas do preço.
Nada que não fosse previsível. As repúblicas têm todas um problema fatal, não conseguem representar a tradição. Aquilo que distingue povos e nações. Esta incapacidade representativa está na origem de tudo. Por isso Portugal é hoje um estado exíguo, irrelevante, e só não é dispensável porque o império que construímos reclama a nossa existência. Nem que seja para nos insultar.
Saudações monárquicas
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