Começou com o terramoto de Catalina Pestana ao “Sol” que confirma tudo o que toda a gente sabe ou desconfia: - “…Quando se fizer a história deste processo (Casa Pia), todos verão que, se houvesse legislação que permitisse investigar tudo o que foi dito a mim, à Polícia Judiciária e ao Ministério Público, o terramoto teria consequências devastadoras…”. Perante tal abalo o regime republicano tinha não apenas de abafar mais este escândalo (afinal cada republica tem o seu ballet) como tinha que tomar providências para não ser apanhado outra vez… “com as calças na mão”. Perdoe-se-me o plebeísmo. Assim, num toque a rebate, cada um fez o que tinha que ser feito: os partidos desavindos uniram-se (quem é que não tem rabos de palha...) a comunicação social domesticou-se, a maçonaria e outras forças ocultas manobraram na sombra, o governo mudou, mudaram os códigos, o tempo passou e o processo encravou. Mas um terramoto tem sempre as suas réplicas e elas aí estão a mostrar à saciedade como funciona a trilogia de Rousseau: liberdade… para ocupar o estado e colocá-lo ao serviço de interesses inconfessáveis; fraternidade… para sair impune contando com a ajuda dos irmãos e compadres; a igualdade fica para o próximo capítulo.
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