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segunda-feira, janeiro 11, 2010

Referendar a república

Lembrou-se o PPM de referendar a monarquia! E para o efeito propõe-se iniciar a necessária recolha de assinaturas, inclusive através da internet.
Pois muito bem, o referendo do regime é um assunto recorrente neste interregno, foi uma promessa republicana, mas a verdade é que passados cem anos a república nunca foi plebiscitada.
Também tenho desenvolvido a teoria de que a haver referendo ele deve incidir em primeiro lugar sobre o regime que temos, se queremos ou não prosseguir nesta senda decadente e dependente. Para em seguida concluirmos pelo regresso ao regime que nos deu vida e grandeza, a monarquia. Penso até que tal tarefa incumbe prioritariamente aos republicanos, pelo menos aos mais conscientes, e isso tem lógica, pois como já em tempos escrevi - quem fez o nó que nos aperta a garganta, que o desate.
Penso também que em qualquer circunstância, é sempre melhor haver um referendo clássico do que não haver. Entendo por referendo clássico perguntar a uma população intoxicada pela propaganda republicana se quer a república, que apesar de tudo conhece, ou se quer a monarquia (desprestigiada pela propaganda) e que não conhece. Um referendo nestas condições daria por certo a vitória à república mas tinha duas vantagens para Portugal, a saber: -
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Responsabilizava as pessoas pelo regime que escolheram; e ressuscitava a questão do regime com todas as suas consequências.
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Uma das consequências seria a de pôr as pessoas a pensarem, até porque estou convencido que os resultados obtidos pela monarquia seriam surpreendentes pela positiva.
Mas, (há sempre um mas) muito embora defenda tudo isto desconfio dos promotores da iniciativa, porque o PPM há muito que deixou de ser referência para monárquicos e não só.
Com uma direcção divisionista (e vaidosa), que não fala de monarquia nos locais próprios (assembleia da república), mas não perde uma oportunidade para afrontar o pretendente ao trono, (fazendo claramente o jogo jacobino), dificilmente vai conseguir mobilizar os portugueses para a tarefa ingente de mudar Portugal, para melhor.
Por isso, é com as maiores reservas que olho para esta proposta de referendo, que noutras circunstâncias (por certo) me haveria de entusiasmar.

Saudações monárquicas

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