Oh senhor presidente, com franqueza, nem no discurso de ano novo! Outra vez essa conversa da ética republicana! Mas quantas vezes é preciso explicar (para que não passe por ignorante) e quantas vezes tenho que o avisar (para que não caia no ridículo) que de cada vez que o senhor fala na ética republicana dá a ideia a quem o ouve (ainda há quem o oiça!) que vivemos oito séculos sem ética e que só nestes últimos cem anos é que descobrimos essa coisa, esse enigma sem representação na realidade, a não ser pelos piores motivos, a que vossa excelência chama ‘ética republicana’!
Já reparou no contra senso?! Que fazem afinal os seus conselheiros?!
Também não lhe explicaram que há pessoas com ética, com valores, e há outras que os não têm, afirmem-se elas monárquicas ou republicanas! Ou está-nos a dizer que temos uma história de oito séculos de independência e grandeza, sem ética, e que passámos para uma historieta de um século de pequenez e dependência, com ética?! Será assim?!
Eu sei que não, sei que diz isso sem convicção, a medo, porque não há mais nada para dizer, estamos em fim de festa, mas fica-lhe mal, é fracturante, deixe essas causas para o governo, e se já ninguém respeita ninguém, respeite ao menos a história portuguesa.
E depois aquilo que diz tem consequências, pegam-lhe na palavra, e temos agora o banqueiro Santos Silva (tinha que ser um banqueiro a presidir ao centenário da república) a repetir a mesma patetice! Com uma agravante, pois ameaça reduzir as comemorações, e vou citar, a ‘revisitar a ética republicana’! Mas como?! Aonde?! Faz parte de algum museu?! Vende-se nos centros comerciais?! Na loja dos chineses?!
E eu que pensava que iam celebrar os regicidas, os carbonários, o desastre da Flandres, a ditadura da segunda república, a descolonização exemplar da terceira, o estado da nação, da educação e da justiça, pilares de qualquer regime, ou o endividamento externo, e a previsível dependência que se avizinha. E a vizinha nunca é inocente. Mas não.
E quem pegou na deixa do banqueiro e ainda disse mais disparates foi a ministra Canavilhas da cultura: - “se mais não houvesse, bastava o sufrágio universal e a ética republicana para que se justificasse a celebração”!
Bem, o sufrágio universal da primeira república era mais redutor que o da monarquia constitucional, não é preciso ser ministra da cultura para saber isso. Quanto à ética republicana voltamos ao mesmo. E vai a senhora gastar dez milhões para celebrar a dita ética (obviamente contra a ética e contra a história) para assim, e volto a citar - “aproximar as várias camadas da população da história portuguesa”!
Com esta gente estamos perdidos.
Saudações monárquicas
Já reparou no contra senso?! Que fazem afinal os seus conselheiros?!
Também não lhe explicaram que há pessoas com ética, com valores, e há outras que os não têm, afirmem-se elas monárquicas ou republicanas! Ou está-nos a dizer que temos uma história de oito séculos de independência e grandeza, sem ética, e que passámos para uma historieta de um século de pequenez e dependência, com ética?! Será assim?!
Eu sei que não, sei que diz isso sem convicção, a medo, porque não há mais nada para dizer, estamos em fim de festa, mas fica-lhe mal, é fracturante, deixe essas causas para o governo, e se já ninguém respeita ninguém, respeite ao menos a história portuguesa.
E depois aquilo que diz tem consequências, pegam-lhe na palavra, e temos agora o banqueiro Santos Silva (tinha que ser um banqueiro a presidir ao centenário da república) a repetir a mesma patetice! Com uma agravante, pois ameaça reduzir as comemorações, e vou citar, a ‘revisitar a ética republicana’! Mas como?! Aonde?! Faz parte de algum museu?! Vende-se nos centros comerciais?! Na loja dos chineses?!
E eu que pensava que iam celebrar os regicidas, os carbonários, o desastre da Flandres, a ditadura da segunda república, a descolonização exemplar da terceira, o estado da nação, da educação e da justiça, pilares de qualquer regime, ou o endividamento externo, e a previsível dependência que se avizinha. E a vizinha nunca é inocente. Mas não.
E quem pegou na deixa do banqueiro e ainda disse mais disparates foi a ministra Canavilhas da cultura: - “se mais não houvesse, bastava o sufrágio universal e a ética republicana para que se justificasse a celebração”!
Bem, o sufrágio universal da primeira república era mais redutor que o da monarquia constitucional, não é preciso ser ministra da cultura para saber isso. Quanto à ética republicana voltamos ao mesmo. E vai a senhora gastar dez milhões para celebrar a dita ética (obviamente contra a ética e contra a história) para assim, e volto a citar - “aproximar as várias camadas da população da história portuguesa”!
Com esta gente estamos perdidos.
Saudações monárquicas
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