Sem
surpresa as celebrações da república de Abril seguiram o guião habitual.
Em atmosfera reduzida, graças ao vírus, mas sem esquecer o
essencial, o supremo magistrado encerrou as comemorações com um
discurso de fazer inveja ao mais inflamado jacobino! E para que não
restassem dúvidas elencou os quatro feriados que merecem evocação
no actual regime – o dez de junho, dia da raça, de Camões, das
comunidades, e do que for preciso, porque a segunda república também
conta, e ele não seria quem é se não fosse assim; o primeiro de
Dezembro, entretanto recuperado, para fingir que somos independentes;
o cinco de Outubro, onde lhe fugiu a boca para a verdade, confundindo
o regime (nunca referendado) com a ideia de pátria; e claro, o 25 de
abril que a fazer fé no seu discurso corresponde à prometida
felicidade terrestre! Boa oratória, terá convencido as almas mais
simples, esqueceu-se dos monárquicos, não é grave, e da monarquia, apenas lembrada
naquela passagem dos 'novecentos anos de história'. O Bispo terá
gostado certamente, e a Igreja mantém-se paradoxalmente republicana.
Seja Cerejeira ou Clemente o seu patriarca!
Enfim, também já é tempo de recuperar os CCC. Sejam os "costas todos" desta terrinha.
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