Mais
logo a bola irá começar a rolar e por isso, com pensamento
positivo, vamos olhar em frente. O Belenenses só joga sexta-feira e
o que eu espero é que a equipa, que na altura da interrupção
atravessava um bom momento, consiga aguentar-se no balanço. Mas nada
de ilusões, isto é uma lotaria, ninguém sabe como se comportarão
os jogadores, e os mecanismos de conjunto, depois de uma interrupçâo
muito mais longa que qualquer pré-época conhecida! E sem ter havido
os essenciais jogos de preparação. Eu sei que é igual para todos.
O que não é igual para todos são as cinco substituições
previstas, que posso compreender, mas que acabam por ser mais uma
descontinuidade em relação aos vinte e quatro jogos anteriores. E
aqui sim, favorecendo claramente os plantéis mais numerosos e
homogéneos em termos de qualidade.
Dito
isto, falemos então dos enormes constrangimentos que por certo irão
rodear estas dez últimas jornadas. Para tal basta ter ouvido ou lido
as recentes entrevistas dos presidentes do FC Porto e Benfica,
amplamente difundidas, e perceber qual o clima que está instalado.
Uma profunda desconfiança, uma profunda hipocrisia e desunião, que
aliás tenho vindo a sinalizar nos meus postais. E agora 'ouvimos,
vimos e lemos' que está tudo teso e a única preocupação não é
salvar o futebol, mas o 'salve-se quem puder'! Soubemos por exemplo
que o FC Porto teve que pedir dois milhões á banca (com aval da
Federação!) para pagar salários! E o Benfica que tenta fazer
figura de rico, através de uma comunicação social cartilheira,
também não deve estar melhor. Vai portanto começar mesmo o
'torneio dos quarenta milhões'! Como vai acabar não faço ideia.
Uma
última observação sobre a tentativa de furar os 'estádios á
porta fechada' comparando o tema com outros espectáculos que têm
acontecido com público. Em primeiro lugar vamos ver daqui por
algumas semanas qual será o efeito deste desconfinamento apressado;
em segundo lugar o futebol não é um espectáculo qualquer, tem uma
vertente desportiva, baseada numa relação de rivalidade. Não é o
mesmo que ir ao cinema. Em terceiro lugar, em época de excepção e
com medidas de excepção, permitir que alguns estádios, porque têm
capacidade para isso possam receber uns milhares de espectadores
afectos á equipa da casa, enquanto outros, devido às reduzidas
dimensões, só lá possam ter meia dúzia, é aprofundar as
desigualdades, subvertendo mais uma vez a filosofia de que nesta
emergência...'estamos todos no mesmo barco'.
Saudações
azuis
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