Vamos por partes, como se dizia na terra dos meus avós: - Portugal é desde a revolução liberal (1820) um país governado por jacobinos. Sendo que a tradução actual de jacobino, sem grande margem de erro, significa 'laico, republicano e socialista'. Para além da elite jacobina que manda temos uma população penitente e alheada que obedece. Quando não aguenta, emigra.
Situada a questão foi sem surpresa que ouvimos Rui Rio proclamar num suposto fórum das direitas, que nem ele nem o PSD eram da direita! Disse a verdade. De facto fazer de um partido social democrata e do seu líder o farol da direita só mesmo em Portugal! Mas atenção os restantes comparsas no evento, e que se afirmam da direita, também não são. São quando muito liberais reciclados que naquela trilogia deixaram cair o socialismo. No resto mantém-se republicanos, embora alguns se tenham convertido a um catolicismo impraticável!
Com efeito, como podemos conciliar o catolicismo com a república maçónica, regicida e 'mata-frades'?!
Aliás André Ventura, o mais aplaudido da sessão, tem todas as características de um homem de esquerda em luta contra si próprio! Oriundo do PSD, admira Pedro Passos Coelho cujo avô admirava Afonso Costa, e cita Sá Carneiro um liberal portuense que se distinguia de Cunhal e Soares pelo facto de ser nacionalista. E por causa disso criou este imbróglio que dura até aos nossos dias: - um partido tipo albergue espanhol, que uns julgam ser de direita e outros juram que é de esquerda! Só que poucos se lembram que eram todos 'montanheses' e cantavam todos (alguns ainda cantam) a marselhesa.
Com isto não ponho em causa o esforço e até a coragem de André Ventura na tentativa de fazer oposição ao socialismo dominante. Porém, para ser consequente tem que se libertar primeiro da sua fatiota social democrata e ao mesmo tempo dos seus conflitos pessoais de interesses. E quando a suposta direita (CDS e IL*) se alia aos socialistas para impedir que o Rui Pinto seja ouvido na comissão de inquérito ao Novo Banco, o Chega não pode ficar calado. E terá de trazer o assunto para o topo da agenda política.
Até porque desta vez a Ana Gomes ficou sem discurso. Afinal a corrupção sistémica que Rui Pinto denuncia é ela própria a base do poder socialista. Uma trama que envolve escritórios de advogados, futebóis e outras cumplicidades ainda mais graves. É pois por aqui que a direita** tem que cortar a direito.
Saudações monárquicas
*Cotrim de Figueiredo não votou contra mas absteve-se acabando por fazer o jogo dos socialistas. E já na audição do Vieira me pareceu muito macio!
**A direita não se define a si própria. Podem ser 'as pessoas de bem' que André Ventura gosta de citar. Sabem do valor da tradição, do caminho comum que os antepassados construíram e há que prosseguir. São por isso conservadores. Distinguem-se das arcas frigoríficas porque não conservam tudo o que lá se põe, mas apenas o que tem valor. A revolução permanente é o pão nosso de cada dia.
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