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quinta-feira, março 26, 2020

A curva portuguesa


De um dia para o outro a política de saúde mudou! E a curva portuguesa que até aqui seguia a linha norte coreana, quanto menos testes menos infectados, vai seguramente ganhar formas dignas desse nome. Isto quer dizer que frases como a ´racionalização de testes' ou a 'falsa sensação de segurança' vão deixar de se ouvir. Agora o que importa é a 'detecção precoce dos casos positivos'* o que implica testar todas as pessoas que revelem algum dos sintomas conhecidos e todos os suspeitos (ainda que assintomáticos) de contaminação comunitária.

Ora bem, isto é equivalente a duas coisas: - o número de infectados vai disparar e o número de testes não vai chegar. E mesmo que chegasse não existe capacidade no terreno para implementar o rastreio que a situação exige. Sem esquecer que na 'linha da frente' vão acontecer baixas não se vislumbrando também quem as possa substituir. A não ser a tropa (por obrigação patriótica) ou em última análise os inesgotáveis cubanos!

Uma última sugestão para o superavit do super Mário: - espero que um dia seja levado à conta de perdas e danos no Serviço Nacional de Saúde. E não só.



*Entretanto mantém-se a política de mandar para casa os casos (aparentemente) ligeiros transformando cada lar numa extensão do SNS. É uma ideia engenhosa, que os chineses tentaram no início, mas que desistiram rápidamente face à previsível contaminação do restante agregado familiar. Mas talvez resulte em Portugal. Se houver apoio e testes.

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