O debate de ontem e que juntou os sete candidatos serviu para esclarecer duas coisas. Quem luta pelo primeiro lugar e quem luta para não descer. Isto em linguagem futebolística percebe-se melhor. E só há três candidatos que discutem a presidência. O actual inquilino de Belém, Ventura e Ana Gomes. Por isso o que interessa saber é quem ficou mais perto do objectivo e quem ficou mais longe. Comecemos por Ventura até porque é ele quem marca a agenda política. E ontem não foi diferente.
Em minha opinião é claramente o vencedor da noite. Com uma simples frase – eu sou o candidato da direita e Marcelo é o candidato do governo socialista, definiu os campos e os votos. E Ana Gomes ficou claramente fora de jogo. O facto do PS não ter apresentado candidato oficial é a prova mais do que evidente de que Marcelo é o melhor candidato que o governo podia arranjar. Agora ainda mais. Com o papão Ventura a ganhar terreno os socialistas não vão arriscar votos em Ana Gomes não vá o diabo tecê-las!
Assim arrisco-me a dizer que Ventura garantiu ontem o segundo lugar e que Marcelo será reeleito com os votos da esquerda. Um anátema e um preço que o futuro há-de cobrar.
Relativamente aos restantes candidatos penso que todos tiveram uma boa prestação tendo em vista o respectivo eleitorado.
Mayan continua a marcar pontos e pode ser a surpresa da noite eleitoral. Voltou a confrontar Marcelo com a sua obra – 'consigo na presidência Celorico de Basto vai continuar a ser o concelho mais pobre do país´.
Tino, quem diria, fez a declaração política mais importante do debate – 'com uma abstenção acima dos 50% nunca tomaria posse'.
João Ferreira tentou fixar o eleitorado comunista e para o efeito repetiu a palavra 'constituição' mais de vinte vezes. E ninguém foi capaz de lhe dizer que a constituição de que ele fala já foi revista sete vezes. Mas não chega.
Marisa evitou a derrocada e a transferência massiva de votos para Ana Gomes.
Voltando a Ana Gomes penso que não conseguiu nenhum dos seus objectivos. Ventura vai ficar à sua frente. O problema é saber se é por muitos. Também não conseguiu cativar votos à sua esquerda e assim terá de contentar-se com os saudosistas do MES. Um ponto a seu favor - falou na regionalização como factor de desenvolvimento do interior.
Saudações monárquicas
Nota básica: Portugal não cresce há décadas e é neste momento o segundo país mais pobre da Europa. E aquele onde a corrupção é maior. Uma corrupção que começa e acaba nos órgãos do estado. O principal responsável por tudo isto não pode deixar de ser o presidente da república.
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