Ontem
depois de ver as imagens dos 'trabalhadores' concentrados na Alameda
arrependi-me de ter elogiado o governo. E já agora todos aqueles que
nos querem fazer de parvos. E não vale a pena tentar justificar o
injustificável, incluindo o esforço patético de transformar uma
manifestação de massas numa aula de ginástica do Inatel. Tratou-se
de um decisão política, uma excepção sanitária, tal como havia
acontecido com o 25 de Abril e provávelmente vai acontecer com a
entrada em cena do outro pilar do regime, o nacional
futebolismo. A bater certo com a doutrina de 'pão e circo' própria
dos regimes que não se recomendam. Onde não há pandemia que os trave.
Hoje
voltamos à cerca sanitária e o 'serviço policial de saúde'
cumprirá zelosamente a sua tarefa assegurando que não haja
ajuntamentos e proibindo os portugueses comuns de sairem dos seus
concelhos. A mesma polícia que ontem aceitou passivamente que
camionetes apinhadas de comunistas atravessassem concelhos para irem
festejar o 'dia do trabalhador'. Que é como quem diz. Eu sei que foi
tudo legal, havia uma alínea a sustentar a excepção, mas é
precisamente por isso que tudo se torna mais grave. É o país que
temos, que não é nosso, tem dono, e se quiseres saber quem são os
donos podes vê-los nas datas de excepção. Tudo o mais é medo e
submissão.
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