sábado, maio 30, 2020

O desconfinamento eleitoral


Há tanto tempo confinado perdi a noção do tempo. Guio-me então pelas estrelas e o sol é a maior que conheço. Um sol que ilumina e aquece e permite aos portugueses sonharem com a praia como última fronteira da felicidade!
Esta obsessão nacional é relativamente recente já que antigamente a população preferia um picnic no campo debaixo de uma sombra que a protegesse da canícula. Outros tempos e outras imagens. Hoje o que temos é um presidente da república a mergulhar em Cascais e um primeiro ministro a bronzear-se na Caparica. Sem luta de classes.
Porém uma nuvem negra ameaça o desconfinamento eleitoral. Em Lisboa e Vale do Tejo, capital e arredores, o contágio agrava-se e fica provado que a pronúncia do norte não tem a ver com o vírus. Há outros factores. O mais provável é ter que ver com o facto de cerca de três milhões de portugueses habitarem na área metropolitana de Lisboa e ainda com um pormenor que tem escapado à maioria dos opinadores – o coronavírus não está em campanha eleitoral!

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