'Falem
bem de mim, falem mal de mim, mas falem de mim'! Esta é uma
conhecida frase que assenta bem a André Ventura e à sua imparável
popularidade. Neste momento há quem o critique por desviar o foco
das atenções para os ciganos numa altura em que existem suspeitas
de negócios menos claros por parte do governo, ou de alguns
governantes. É um argumento que não convence. Cada coisa no seu
lugar. Se há um problema sanitário para resolver com algumas
minorias, e parece que há, sejam ciganos ou refugiados, então deve
ser resolvido. Da mesma maneira que as suspeitas de corrupção devem
ser apuradas.
Os
problemas do Ventura são outros e esses é que podem enfraquecer a
sua causa. Dou alguns exemplos:
- Quer ser o paladino do combate contra a corrupção mas insiste em ser comentador de 'futebol' em programas onde apenas se faz apelo a um facciosismo primário e rasca. E o futebol não sai dali nem mais transparente nem menos suspeito. Acresce que a sua visível antipatia em relação ao denunciante Rui Pinto é ela própria pouco plausível para quem quer combater de facto a corrupção. A corrupção em geral e não uma corrupção selectiva.
- Aliás e já que falamos de selectividade André Ventura que recentemente queria acabar com uma série de Fundações fictícias ou redundantes, iniciativa com a qual concordo, esqueceu-se de incluir no lote a Fundação Benfica e outras do mesmo jaez! O André Ventura acha mesmo que os clubes de futebol estão vocacionados para albergar fundações no seu seio?! Ou universidades?! E porque não um movimento político?! E a seguir um estado totalitário?!
- Outra das fragilidades de André Ventura tem a ver com a sua mania das castrações químicas e molduras penais exageradas. Devia bater-se para que as penas actuais se cumpram minimamente o que já seria bom. Bem sei que esta tecla irrita bastante a esquerda mas nem tudo o que irrita a esquerda é mau.
- Finalmente a quarta república que ele propôe e espera. Lamento desiludi-lo mas a quarta república já chegou, só não foi ainda oficializada. Faltam uns acertos que é a parte mais difícil. Será sempre um presidencialismo à portuguesa, cheio de truques e alçapões. E no fim das contas em vez de ser o presidente a mandar no executivo é o executivo que manda no presidente. Já tivemos isto.
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