quarta-feira, junho 30, 2010

Portugal na gaveta!

O pai da república falou e disse: - ‘temos de ganhar peso na Europa’!
Daí à necessidade de uma política ibérica vai um salto de pulga e Mário Soares não se fez rogado, saltou para um futuro conselho de ministros luso-castelhano!
Eu gostava de me lembrar, mas já foi há tanto tempo... qual teria sido a argumentação de Cristóvão de Moura para convencer as Côrtes a votarem a união entre os reinos de Portugal e Espanha! Teria sido também por uma questão de peso?!
O que eu sei, e me lembro bem, é que a primeira preocupação da política lusitana foi tornar-se independente de Castela, e a segunda, foi ganhar peso no mundo para ter peso na Europa. Precisamente o contrário do que pensa e diz o pai da república! Outros tempos, dirão os que pretendem agora elevá-lo à condição de deus vivo neste portugal dos pequeninos. Pois sim, pois não, digo eu.
Afinal donde provém esta mania das grandezas?! Um sonho napoleónico ou uma noite mal dormida?! Nunca lhe explicaram que foi a duras penas que aqui chegámos?! Que de Espanha nem bom vento nem bom casamento?! Outros tempos, repetem os fiéis. Cala-te boca.
Há uma hipótese de trabalho que ainda não foi explorada – terá Mário Soares aderido à monarquia?! Só pode, e sendo assim bate tudo certo. Porque de uma coisa ninguém tem duvidas - a Espanha continuará a ter Rei, porque a Espanha sabe que é aí que reside a sua força. Não é por acaso que não se ouvem propostas de adesão ibérica vindas de Madrid. No máximo podem vir propostas de anexação... ou compra, como podemos observar ao vivo, nesta história da Vivo!

Saudações monárquicas com rei português

terça-feira, junho 29, 2010

Os imbecis

É para isto que serve um blog, para descarregar raivas e frustrações, minhas naturalmente, quem não gosta não lê, mas fica registado. Daqui a alguns anos pode ser que este texto desconexo ganhe algum sentido! Acontece muito.
Perdemos quando não podíamos perder, contra uma selecção que faz bilros o tempo todo. Perdemos a jogar práticamente em casa, e quando se joga em casa enfrenta-se o adversário olhos nos olhos, não ficamos à espera dele, recuados, dando-lhe esse suplemento vitamínico que ele à partida não tinha. Perdemos porque não podemos depender de um jogador, por mais credenciado que seja, alimentando ilusões e expectativas que a realidade se encarregou de desfazer. Cristiano Ronaldo bem quis corresponder mas tudo lhe saía mal, ao ponto de parecer um principiante a jogar à bola!
E não foi só neste jogo, foi em todos.
Perdemos porque não houve a coragem de denunciar o exibicionismo dos livres tipo play station, lances que poderiam ter sido melhor aproveitados já que dispomos de grandes especialistas no jogo aéreo. Especialistas que íam lá à frente... em vão! E depois aqueles locutores enervantes mais preocupados em ‘vender’ o ‘benfiquista’ Coentrão do que em valorizar a selecção portuguesa. É também por aqui que perdemos, e é por aqui que nos tornamos minúsculos.
Ilacções positivas, duas, o que já não é mau: - evitamos que a propaganda republicana (mais o seu centenário) contamine o que resta da unidade nacional; e espero eu, esperamos todos, que durante uns tempos o Ronaldo nos poupe aos saltinhos de calcanhar e outras imbecilidades semelhantes. Se jogar à bola, simples, pode ser que para a próxima... venha a ser útil à equipa portuguesa.

sábado, junho 26, 2010

Visto de Marte

Visto de longe, com a nitidez que só a distância consente, este campeonato do mundo revela coisas curiosas! Evidências que escapam aos analistas politicamente correctos.

Se começarmos pelos que ultrapassaram a fase de grupos, reparamos em três selecções siamesas, separadas à nascença pelas fracturas continentais. Estamos a falar da Coreia do Sul, do Japão e do Chile! Tão parecidas na maneira de jogar, a mesma rapidez no intuito de superarem a falta de robustez física, um colectivismo feroz, e mesmo assim, as mesmas dificuldades para se apurarem! Recorde-se que apesar do seu futebol electrizante, a equipa dos Andes esteve sempre à mercê do ferrolho suíço. Mas o ferrolho é isso mesmo, é um ‘relógio’ que não serve para atacar.

Seguem-se as colónias ibéricas, uma mistura de habilidade e força, temperada pela manha do colonizador. Ficaram confortavelmente instaladas nos primeiros lugares e são favoritas. Umas mais que as outras.

Um capítulo para os europeus e aqui temos que clarificar o que se vê de Marte: - vemos claramente a Inglaterra e a Holanda, os donos das minas, e vemos a Alemanha, que sempre quis meter o pé em África. O duelo que se avizinha tem ressonâncias que nem as vuvuzelas conseguem silenciar. A Alemanha, menos forte que o costume, tudo indica que será de novo vencida em terras africanas.
Ah, claro, falta a Espanha! Mas em África, castelhano... só em Ceuta! Que era nossa! A gente trata do assunto.

E chegámos finalmente a África!
Aqui cabe distinguir a única selecção africana que se apurou, e com grande naturalidade – Portugal! É certo que o Ghana também conseguiu passar mas o Ghana não é uma selecção que represente África, é apenas uma selecção de africanos, neste caso ‘ashantis’ do golfo da Guiné. O que é substancialmente diferente. As restantes selecções de africanos foram todas afastadas, como era previsível, incluindo o misto franco-guineense que representava a França!
Aliás, isto é tão verdade que o próprio Mandela não teve dúvidas em receber os portugueses num gesto carregado de simbolismo! Foi como se dissesse – vá, joguem e ganhem que é a única maneira de África ganhar!

Não posso terminar sem uma palavra para o madeirense Ronaldo – eh pá, passa a bola!

Saudações desportivas

quinta-feira, junho 10, 2010

Portas abertas!

Neste dia vale a pena reler o prólogo que Amaro Monteiro escreveu em – “Portas Fechadas. Balada Para Um Capitão Executado”. Amaro Monteiro era (é) monárquico, e só quem viveu antes e depois do tempo, pode compreender a intensidade patriótica destas linhas: -


"(…) Fecho o “Prólogo” com advertência para mim importantíssima: mau grado acontecimentos em que comparticipei há cerca de 30 anos, não me considero “resistente anti-fascista”… Não consegui ser herói.
Meditando, de 1960 em diante, sobre eventos e pessoas que conheci ou vislumbrei na fase do meu militantismo anti-salazarista, nisso me achei deveras deslocado…
O rebentamento de Angola 61 deu o impulso final para que as energias se me concentrassem na defesa de Portugal pluri-continental e pluri-racial. De 1962 a 1974, em Moçambique, lutei quanto pude pela Ideia morta. “Aderi” ao antigo regime? Não. Mantive reservas que nunca desapareceram. Todavia, em África, a minha actuação operou naturalmente uma colagem que, nas opiniões comuns, me identificou com aquele. Não a rejeitei nem procurei fugir-lhe após o “ 25 de Abril”; pelo contrário, assumi-a com orgulho e arrogância. A colagem continua, em certos aspectos, a orgulhar-me treze anos volvidos; noutros é-me indiferente. A minha Pátria morreu. Sinto-me apenas nacional deste país.

Lisboa, 23 de Setembro de 1987"

terça-feira, junho 08, 2010

Qual das três?!

Cheguei tarde (à polémica) onde se fazia a pergunta que com a devida vénia recupero – afinal qual das três repúblicas que já levamos foi (ou é) a pior?!
Descontado o facto de, em minha opinião, já estarmos a entrar numa curiosa quarta república, aliás muito semelhante à segunda, a minha resposta foi (mais ou menos) a seguinte:

Parafraseando a cantiga de uma geração sem esperança - a república é sempre a perder. Por isso a pior é sempre a última porque é a inevitável consequência das outras duas. A primeira república era apesar de tudo mais ingénua, numa linguagem tauromáquica poderia dizer-se que marrava de frente; a segunda era manhosa, cultivou a mentira, e deu cabo da herança ao tentar apropriar-se (ilegitimamente) da história; esta terceira é a pior porque mantém todos os defeitos da primeira e acrescenta-lhes a matreirice da segunda. Senão vejamos: - anti-clerical quanto baste, não descansa enquanto não banir os símbolos católicos do espaço público. Não perde uma oportunidade para afrontar a moral cristã.
É criminosa – lembremos apenas Sá Carneiro. E impune - porque tem a justiça no bolso e a comunicação social na sua dependência. Nenhum dos seus próceres será alguma vez julgado. Neste aspecto ultrapassa o estado novo! Basta ver os processos que não chegam ao fim.
E finalmente é a pior porque foi ela que feriu de morte a nossa independência política. A descolonização desastrada seguida de uma união apressada foi o pior que nos podia acontecer.
É esta a minha resposta, excessivamente extensa para uma pergunta tão simples. Poderia ter dito apenas que as três são uma e a mesma república.


Saudações monárquicas

quinta-feira, junho 03, 2010

Patriotismo tem preço

Afinal há outros assuntos para além da selecção! E o assunto é... a PT!
Ultrapassado o quadro de Aljubarrota, já aqui referenciado em anterior postal, entramos directamente no período filipino. Ou seja, vivemos aquela fase em que o Cristóvão de Moura besuntava as mãos dos patriotas indígenas no intuito de os transferir para o partido castelhano. Com uma diferença – na altura a soberania não estava cotada nem era vendida na bolsa. A negociação tinha (e teve) uma apreciável dimensão política, foi discutida em Cortes e até houve quem votasse vencido! Também é verdade, e a história conta-nos isso, que Filipe II esteve quase para desistir da aventura lusitana, assustado com a pedinchice nacional! A Telefónica que se cuide.
Mas houve outra diferença – Cristóvão de Moura foi considerado traidor e desde 1640 que o seu palácio jaz em ruínas!
Mas nós não temos que nos preocupar, temos a selecção, que mais havemos de querer?!

Saudações monárquicas