sexta-feira, novembro 30, 2018

Isto já mete nojo aos cães!


Um país onde a grande notícia que invade as televisões e os jornais é uma conferência de imprensa onde aparece o presidente do Benfica a dizer que mantém o treinador, não pode ser um país a sério! Ainda por cima com a aparência de ser um desfecho que a central de informações da república andou a cozinhar durante a semana! Repito, o país onde isto acontece, e pelos vistos com vasta audiência, nem com mil anos de democracia consegue civilizar-se!

É afinal o mesmo país da ditadura e que a revolução dos cravos não quis destruir. Antes pelo contrário, aprofundou-lhe os vícios e deu-lhes contornos sicilianos. A união soviética, guia mental da intelectualidade lusa, com o advento da perestroika, conseguiu acabar com os 'clubes do estado' – clubes que mantinham prerrogativas especiais sobre os outros competidores. Em Portugal a vergonha mantém-se. 

Não admira pois que a outra notícia de relevo seja a nova casa do ex-primeiro ministro José Sócrates! Cujo proprietário é obviamente o primo. 'O filho meu tio' na inesquecível expressão do contemplado.


Saudações monárquicas

segunda-feira, novembro 26, 2018

Justiça - um teste à terceira república!

Em termos de justiça a terceira república fica marcada pelo processo da Casa Pia. Como bem se recordam e contra todas as expectativas (ou indícios) ninguém da classe política foi a julgamento. Como se a pedofilia não os atingisse. Decorrem entretanto vários processos bastante mediáticos e dois deles, pelo menos, entraram na fase de instrução. Fase em que ficamos a saber quem vai ou não ser pronunciado. Num desses processos está acusado um ex-primeiro-ministro, no outro o Benfica. Em ambos, entre outros crimes, destaca-se a corrupção. Existe portanto a curiosidade em saber se desta vez a rede da justiça consegue levar a julgamento peixe graúdo! Ou se vai ser como o costume, sardinha e carapau de gato! Este cenário, a verificar-se, indicia pelo menos um crime - o tráfico de influências. Sob a forma continuada e sem pudor.

Saudações monárquicas 

segunda-feira, novembro 19, 2018

Prós e Contras - um programa encomendado!

Houve um tempo, nos primórdios do programa, em que me deixei enganar, e assisti, pensando que na televisão pública talvez fosse possível realizar um debate sério sobre alguma coisa, um debate que contribuísse para o esclarecimento geral. Puro engano, pois rápidamente se percebeu, pela agenda, que o programa tinha apenas o intuito de alisar o caminho aos vários governos socialistas (que é o que temos tido) naquelas matérias em que pudesse existir alguma resistência popular. As famosas causas fracturantes foram e continuam a ser o ponto alto do programa e a táctica é sempre a mesma: - parte-se do princípio que a questão é premente e nacional, e que o país é uma campina rasa dividida ao meio. Foi assim quando se discutiu o aborto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e vai ser assim com a 'agenda' de um partido super minoritário (PAN) em relação às touradas. Criada esta aparente equivalência inverte-se a realidade e passa-se a ideia que a tradição é coisa de mentecaptos em vias de extinção. Só que o país real não é esta caricatura. É felizmente bastante mais complexo. Podem por isso fazer os referendos que entenderem que o sentimento popular não muda com duas cantigas. Nem com prós e contras de encomenda.


Saudações monárquicas


Nota. Em última análise pode e deve-se levantar de novo a questão do regionalismo. Autonomia para o Ribatejo, para os Açores, para Barrancos, para todas aquelas regiões que quiserem manter as suas tradições. E sem IVA.  

sexta-feira, novembro 16, 2018

Problemas tauromáquicos


Juntando os factos e olhando para as provas podemos afirmar com alguma segurança que a esquerda tem um problema tauromáquico. Problema que começou antes de Abril de 1974 com a tourada do Tordo e desembocou no actual partido dos animais. Sobre o Tordo a explicação é filosófica – zombar da filosofia ainda é filosofar! Logo, temos um Tordo aficionado que se desconhece! Já quanto aos anti-taurinos de hoje a questão está ligada aos equívocos geracionais. Tem muito a ver com a falta de educação e com a ignorância. Simplificando, quem passa a vida nos centros comerciais acaba por valorizar mais os ovos que as galinhas. E quem é viciado em Meo-arena não consome outras arenas.

A classe política é o espelho da nação. Há no entanto alguns manhosos como o socialista Carlos César que à última hora veio defender a baixa do IVA para a festa brava! Percebe-se porquê - os votos dos Açores, onde existe uma arreigada tradição taurina, são muito importantes. E para ajudar ao espectáculo o primeiro-ministro Costa mostrou-se surpreendido! O cúmulo da desfaçatez.

Saudações monárquicas


Nota: 
Havia outros temas que mereceriam desenvolvimento mas por questões de espaço e tempo deixo-vos apenas um breve resumo:

Assim, tivemos ontem o discurso de Luís Filipe Vieira na Assembleia da República, uma iniciativa dos deputados da ABP – Associação dos Benfiquistas no Parlamento, destinada a homenagear os campeões europeus do Benfica! Há quem diga que era para fazer as pazes entre o Simões e o Vieira! De qualquer modo, curiosa homenagem e curiosíssima organização esta ABP! Não sei se há, mas espero que não haja nenhuma AJB – Associação dos Juízes do Benfica! Com homenagens no Supremo!

Ontem também o assunto do dia, da hora, do minuto, foi Bruno de Carvalho. Aqui a curiosidade é que todos os participantes e comentadores estavam de rastos lamentando o facto do mesmo não ter sido preso. Não percebi se preventivamente, se definitivamente!

Nos intervalos falou-se do Brexit.

quinta-feira, novembro 15, 2018

Campainhas de alarme


Quando soube da medida de coacção aplicada a Bruno de Carvalho soaram sete campainhas na minha cabeça!

A primeira, confesso, teve um som agradável, fez-se justiça, duas detenções nocturnas e estapafúrdias depois de seis meses de investigação à espera de uma denúncia traiçoeira, é curto e pouco convincente.

A segunda campainha soou forte e escancarou o erro inicial, erro induzido pelos inimigos de Bruno, internos e externos, onde avulta o polvo benfiquista por ele denunciado. Refiro-me ao erro fatal da procuradoria da república que considerou que os distúrbios na academia de Alcochete protagonizados por elementos de uma claque do Sporting configuravam o crime de 'terrorismo'! Por causa deste erro inicial estiveram (e ainda estão) 38 pessoas a apodrecer em prisão preventiva há quase seis meses! Pessoas que em relação aos actos de violência (não confundir com actos de terrorismo) então praticados terão graus de culpa muito diversos e que só a confusão com terrorismo levou a este histerismo criminal. Vão ter que ser libertados rápidamente mas o lapso judicial vai ficar e já manchou este processo.

A terceira campainha ouve-se mal, mas devia ouvir-se bem porque é uma campainha de alarme! Quem a consegue ouvir no entanto percebe que este processo de Alcochete deveria ter outro nome e chamar-se processo das claques! Com efeito é a falta de coragem para enfrentar este fenómeno como um todo, sem os habituais paliativos de que as claques são boas mas há indivíduos maus que se infiltram, o que é ainda uma tentativa desesperada para justificar a 'nossa claque', quando acabarmos com esta conversa então talvez seja possível enfrentar o problema. Porque o problema vai manter-se para lá de Alcochete.

A quarta campainha é o sino da minha aldeia, parafraseando Fernando Pessoa! E ao ouvir as suas badaladas fiquei a pensar se esta decisão que deixa Bruno em liberdade, uma decisão tão contrária ao que o Ministério Público pretendia, se não será ela uma profecia para aquilo que se irá passar no que toca ao processo e.toupeira?! Ou seja, se após a fase instrutória, seguem todos para julgamento menos a SAD benfiquista?! Como se os assaltantes do Citius andassem a 'trabalhar' por conta própria?!

Sete campainhas foi um exagero. Quatro chegam bem.

Saudações monárquicas

segunda-feira, novembro 12, 2018

Ironias do destino

Toda a narrativa tem o seu começo e esta começa no momento da detenção de Bruno de Carvalho, ex-presidente do Sporting. A noite tinha tomado conta das horas e o jogo que opunha leões e flavienses começara entretanto. Alvalade não se encheu por dentro mas cá fora o aparato policial encheu as ruas circundantes. Motivo - o chefe de uma das claques estava prestes a ser detido. O país suspenso, as televisões em transe disputavam entre si os troféus da caçada. Voltavam os tempos áureos em que só se falava de Bruno em todos os canais! O jogo prosseguia e Bas Dost, a grande vítima de Alcochete, inaugurava o marcador com pompa e circunstância. Tudo se encaminhava para uma noite de glória. Que de certo modo fizesse esquecer a afronta (pelo menos para alguns adeptos) que se desenhava lá fora. Desses poucos houve alguém que lembrou algumas das conquistas de Bruno de Carvalho em prol da verdade desportiva. O decantado vídeo árbitro, por exemplo. É aqui que a realidade se confunde com a ficção: - e assim, sem mais nem menos, perante as inesperadas dificuldades leoninas em bater o Chaves, o VAR, certamente ao corrente da detenção do seu progenitor resolve compensá-lo compensando o seu clube. E manteve-se em silêncio ignorando dois enormes erros do árbitro de campo! Erros que valeram a vitória do Sporting. Os de Chaves protestaram mas de nada lhes serviu. O valor da gratidão falou mais alto. 

sexta-feira, novembro 09, 2018

A república do 'impeachement'!


Voltando ainda às diatribes do 'nosso' Rui Tavares, vejamos outra passagem do mesmo artigo onde se revela o verdadeiro espírito republicano. A certa altura, e sem saber ainda que os democratas tinham conquistado a maioria na Câmara dos Representantes, escreve o seguinte: - 'Mas mesmo na melhor das hipóteses, uma vitória democrata na Câmara dos Representantes permitiria iniciar um processo de impeachement contra Trump por uma das suas várias vilanias – mas não encerrar esse processo'!

Resumindo, Rui Tavares, como bom democrata que é, não se conforma com a eleição de Trump e quer destituí-lo de qualquer maneira. O obstáculo continuaria a ser o Supremo Tribunal que com a actual composição não estaria (nem estará) pelos ajustes. Mas por aqui se vê também uma grande diferença entre a monarquia e a república. Na monarquia, quando é aclamado, toda a gente deseja longa vida ao rei. Pelo contrário quando o presidente da república é eleito quem não votou nele começa logo a trabalhar na sua destituição. Investigam o seu passado, as suas inclinações, os seus pecados, e se não os tem, inventam-se, até conseguirem correr com ele. E isto tanto vale para direita como para a esquerda.

Saudações monárquicas


Nota: Há um livro e há também um filme em que este assunto, o passado 'irrepreensível' dos presidentes americanos, é tratado com fina ironia. O filme chama-se 'Welcome Mister Chance', e coloca a hipótese de um atrasado mental, que apenas sabia repetir lugares comuns, poder chegar a presidente dos Estados Unidos. A sua grande vantagem face a outros candidatos era ter um passado sem mácula. Melhor dito, não ter passado.

quarta-feira, novembro 07, 2018

As eleições americanas e o Supremo Tribunal


Rui Tavares escreve dia sim dia não no Público e corresponde a tudo aquilo que eu sempre odiei em política. Leninista, fracturante, complexado, são defeitos e razões para nunca comprar o dito jornal nos dias sim. Mas hoje o título do seu editorial chamou-me a atenção e fui ler. Referia-se naturalmente às eleições nos Estados Unidos e tinha uma chamada de atenção interessante: - 'Enfatizo o que mais importa a longo prazo numas eleições nos EUA: não a Câmara dos Representantes, não o Senado, nem sequer a Casa Branca, mas sim o Supremo Tribunal'. Fim de citação. O que escreveu depois sobre o assunto interessa pouco atendendo às ideias e ao personagem que é. No entanto aquela afirmação trouxe recordações que me permito partilhar neste postal.

Há muitos anos numa prova oral na Faculdade de Direito de Lisboa defendi que os Estados Unidos deviam a sua fama democrática não ao regime republicano mas sim ao sistema judicial legado pela Inglaterra. E neste particular ao Supremo Tribunal que funcionaria como uma entidade para-monárquica. Uma instituição que atravessa o tempo, insensível às modas eleitorais, firme na defesa do costume e da tradição. Em suma, da igualdade perante a lei, valor maior de qualquer sociedade civilizada. O examinador era Rui Machete, regente da cadeira de Direito Constitucional, achou graça à ignorância (ou à ousadia) e deu-me uma boa nota. Se fosse hoje, chumbava.

A água passou entretanto debaixo das pontes e Rui Tavares anda desmoralizado. Não se conforma com o carácter independente daquele órgão preferindo que ali houvesse uma maioria com uma agenda 'política' que fosse ao encontro dos seus desígnios progressistas*. Traduzindo por miúdos, substituir a iniciativa privada pelas iniciativas do estado. Que lindo menino!

Resta acrescentar que a superioridade do sistema judicial inglês se deve à Coroa. É em nome da Coroa, ou seja, da história, que os juízes ingleses tomam as suas decisões. Isso faz toda a diferença. Esta parte Rui Tavares, que é historiador, nunca vai perceber. E mesmo que perceba, nunca vai admitir.

Saudações monárquicas


*Atenção, não é preciso ser progressista para se concordar com a abolição da pena de morte. Nada de confusões. 

terça-feira, novembro 06, 2018

Tudo isto existe...


A república é isto, todos a olharem uns para os outros à procura de um 'bibi'! O Bibi de Tancos! O problema é que quando mete armas e tropa a coisa fia mais fino. Já caiu a procuradora que queria investigar, caiu também o ministro que não queria investigar, demitiram-se generais, e ainda não sabemos nada! Um caso bicudo! Entretanto Costa está menos feliz e Marcelo anda menos contente! Mas eu pergunto: - Não haverá por aí um motorista qualquer suspeito de andar a transportar material de guerra de Tancos para a Chamusca e vice versa?! Sem carta de condução e sem autorização superior?! Se calhar há e resolvia-se o assunto. É preciso não esquecer que os motoristas dão muito jeito. Memórias da casa pia, da porta 18, etc.


Saudações monárquicas