sexta-feira, dezembro 30, 2011

Bom Ano e bom arrendamento!

Se há coisa que unifica a trindade republicana, a coisa chama-se ‘mercado de arrendamento’! Vai entre aspas para significar que o tal mercado nunca existiu. E já vamos na terceira república! Foi sempre arma de arremesso contra os senhorios e caça votos aos inquilinos, mesmo quando não havia votos. Nesta área Salazar foi um mestre! Um mestre porque conseguiu destruir a relação de confiança entre senhorios e inquilinos, base de qualquer contrato que se sujeite às leis do mercado. Mas Salazar não gostava do mercado, assim como a terceira república também não gosta e daí os problemas que sofremos com os ditos. Explicando um pouco melhor, e para que se perceba, o congelamento decretado por Salazar em relação às rendas (não comerciais) em Lisboa e Porto, teve o condão de vacinar para sempre todo e qualquer proprietário de casas que, em termos de arrendamento, ou especula, ou prefere pura e simplesmente manter as casas fechadas. Noutro sentido e como consequência, Salazar conseguiu obter o mesmo resultado que o imperador Nero, quando este resolveu incendiar Roma e assim promover um novo ‘PDM’ para a cidade eterna. O método de Salazar foi necessariamente mais lento mas igualmente eficaz. Foi o tempo que demorou a arruinar o parque habitacional de Lisboa e Porto.
Mas deixemos Salazar e centremos a nossa atenção nesta terceira república e nas soluções que a revolução de Abril implementou. Pois bem, a ideia peregrina foi transformar cada cidadão em proprietário, melhor, em proprietário a fingir! Uma inovação, sem paralelo e nunca antes tentada, inclusive nos países mais ricos do planeta! Acabavam-se os irritantes senhorios e passava a haver um único senhorio chamado Caixa Geral de Depósitos. Ideia tão brilhante tinha naturalmente que soçobrar e assim aconteceu. Aprisionados às casas e a uma prestação (renda) cada vez mais incomportável os ‘proprietários a fingir’ encaminham-se rápidamente para a banca rota. Talvez esperem por um milagre, uma nova intervenção do estado que nacionalize o que falta da Banca e congele as prestações pela compra de casa! Esperam no fundo por um novo Salazar.
Neste contexto e enquanto especulava sobre o futuro, eis que surge Assunção Cristas! Falso alarme, pois tudo leva a crer que é mais do mesmo. Porquê?! Porque a ideia de subverter as leis do mercado permanece. O que muda é a bricolage. Além do mais fazer depender a resolução de conflitos de um sistema judicial atrasado e garantístico, o melhor seria estar quieta.
Porém, como estamos em vésperas de Ano Novo, termino com um voto de esperança: - Espero que o Novo Ano nos traga um primeiro-ministro (ou um ministro) que pegue o boi pelos cornos e enfrente o mercado da habitação com a simplicidade e a verdade que o assunto requer. Podia ser assim – meus senhores e minhas senhoras, vamos finalmente pôr o mercado de arrendamento a funcionar deixando por isso o Estado de nele interferir, seja por razões humanitárias seja por razões eleitoralistas. As razões humanitárias serão tratadas em sede própria, tal como as razões eleitorais. Pretendemos apenas restabelecer a confiança no contrato de arrendamento, de modo a que o senhorio arrende sem constrangimentos o que tem para arrendar. A partir desta premissa, vão passar a existir casas para alugar em quantidade e qualidade suficientes de modo a satisfazer as necessidades (e as exigências) dos potenciais inquilinos. Situação que não acontece agora. Quanto aos preços, e para quem acredita na lei da oferta e da procura, hão-de situar-se em níveis aceitáveis. O que também não acontece agora.
Aliás, é assim que funciona o mercado de arrendamento na Europa civilizada que tanto amamos, porque é assim que o mercado funciona. A alternativa, meus senhores e minhas senhoras, é como todos sabemos, fazer exactamente o mesmo mas sob imposição de uma troika qualquer.

Saudações monárquicas

quinta-feira, dezembro 22, 2011

Comentário… de olhos nos olhos

A legenda que inscrevi no último postal necessita de uma explicitação. É o que vou fazer nas próximas linhas:

Quando referi que os dois opinantes acertavam no diagnóstico (constatavam a crise do sistema político, uma verdade do senhor de La Palice) mas erravam no remédio (porque propunham o mesmo regime, mas de índole presidencialista) faltou-me acrescentar que ambos (quer o professor Otero, quer Medina Carreira) pertencem ao universo do ‘pensamento republicano’, universo platónico, limitado, universo incapaz de gerar outros universos.
Por exemplo, Medina Carreira baseia as suas teses na ‘integridade do ser humano’, uma ideia peregrina, como se fosse possível a um homem íntegro resistir ou conviver no meio da batota (e da perversão) do regime. Aliás, não foi por acaso que Medina Carreira, um homem íntegro, se afastou da política (desta política) para continuar a ser íntegro.
Quanto ao Professor Otero, a sua aposta vai para o presidencialismo americano! É verdade que tem vantagens sobre o presidencialismo francês, mas o que faz espécie é o facto de ir buscar exemplo à colónia (os Estados Unidos) em lugar de procurar a virtude no respectivo colonizador (a Inglaterra)! Estranho, não acham?! E mais estranho parece quando toda a gente sabe que o melhor que os Estados Unidos possuem, em termos políticos, tem a marca inglesa, nomeadamente o sistema judicial! Por outro lado, também todos reconhecem que o elo mais fraco (instável e de eleição duvidosa) é o próprio presidente!
A atestar o que afirmo, há até quem compare o número infindável de presidentes americanos que já receberam (ou foram recebidos) pela rainha Isabel II de Inglaterra!
Ou seja, a rainha é a mesma!

Saudações monárquicas

quarta-feira, dezembro 21, 2011

'Olhos nos olhos'

Certeiros no diagnóstico da crise! Pena que ignorem o remédio mais apropriado, ou seja, a monarquia.

sábado, dezembro 17, 2011

Não esperava tanto!

Estou admirado, confesso que não esperava tanto! Nem tão depressa! Não esperava que o descalabro do regime republicano fosse tão longe, chegasse tão fundo! Sabia, desconfiava, que as leis da história, senão repõem a verdade dos factos, têm pelo menos a virtude de afastar (mais tarde ou mais cedo) tudo aquilo que tem pés de barro, tudo aquilo que nasce da iniquidade e da mentira. É o caso do regime que sofremos. E não há melhor prova da respectiva responsabilidade do que este espectáculo ridículo do ‘mexe não mexe na constituição’, devidamente acompanhado pelos ‘abaixo assinados’ que proclamam o 5 de Outubro como data inesquecível! Têm razão, inesquecível! Golpe fatal na ‘Lusitana Antiga Liberdade’, golpe final na nossa independência, regime que ficará para sempre ligado ao ‘protectorado em que nos constituímos’, pelos vistos, profissão de fé da grande maioria dos nossos políticos e governantes!
Mas nem tudo é mau! Na esteira do ditado popular – ‘atrás de mim virá, quem bom de mim fará’ – começam (felizmente) a vir ao de cima alguns valores, alguns conceitos e alternativas que muitos julgavam mortos e enterrados. A questão do regime é um desses ressuscitados. Quem diria! Péssima notícia para a propaganda maçónica, boas notícias para Portugal.

Saudações monárquicas

quinta-feira, dezembro 15, 2011

À procura do Pai

Companheiro, companhia
Da tristeza e da alegria
Porque tardas, companheiro!

Onde está tua certeza!
Tens medo da natureza!
Não te oiço, companheiro!

Ao inverno da doença
Ergue o sol da tua Crença
Não te esqueças, companheiro!

Hás-de voltar às cantigas
Ao calor das raparigas
Porque tardas, companheiro!

quinta-feira, dezembro 08, 2011

Dia da Mãe

Senhora da Conceição
Nosso rosário de esp’rança
Atende o meu coração
Que a Vossa espera não cansa

Nossa Senhora Saudade
Saudades do que perdemos
Senhora da Piedade
Dá-nos a Fé que não temos

Senhora de mil encantos
Mãe nossa celestial
Salvé Rainha de tantos
Rainha de Portugal

terça-feira, dezembro 06, 2011

Conversas (adivinhas) napoleónicas

Escolha a expressão que mais se ajusta à situação:

O que faz um francês de origem boémia (de saltos altos) atrás de uma senhora alemã rica?!
Três hipóteses: candidato a gigolo; napoleãozinho e Josefina; ou idiota à espera de levar um pontapé no traseiro;

Qual é o sonho (actual pesadelo) de Mário Soares e da maçonaria de obediência gaulesa (leia-se – laica, republicana, e socialista, ou na versão original – ‘liberté, egalité, fraternité’)?!
Três hipóteses: comissão de recepção ao futuro imperador (invasor) europeu (inclui entrega das chaves da cidade); aprendiz de Miguel de Vasconcelos antes de cair da janela; ou idiota que nem sequer percebeu a frase de Salazar – “Portugal não é só uma nação europeia e tende cada vez mais a sê-lo cada vez menos”;

Porque é que a generalidade dos ‘comentadores de Abril’ andam de monco caído e já adivinham o fim dos ‘seus euros’?!
Três hipóteses: descobriram finalmente que o ‘euro’ (leia-se, o vil metal) não chega para unir o que quer que seja; a cena de Ricardo III em fuga para a frente – ‘o meu reino por um cavalo’; ou são simplesmente idiotas à espera que os outros lhes paguem as contas e os desvarios;

Adivinha final: É possível construir uma união europeia (ou outra qualquer) quando a grande maioria da população renega a tradição europeia, que era Católica, Apostólica, Romana?!
Sem hipóteses.

Saudações monárquicas

segunda-feira, novembro 28, 2011

Que raio de fado!

Fado!
Que raio de fado!
Parece um destino
Mal encomendado!

Fado
Que nunca me esquece
E só me aborrece
Sempre o mesmo fado!

Fado
Se fosses diferente
Menos conformado
E mais insolente!

Fado
Triste cantoria
Da nossa agonia
Que raio de fado!

sexta-feira, novembro 25, 2011

As delicias do mercado e a segurança no emprego!

Bebés indignados, habituados à fartura dos supermercados, habituados a sair às tantas da madrugada para irem ‘curtir’, com o dinheiro dos papás, de pópó, manifestam-se na capital e pouco mais, querem emprego certo como era habitual, nos habituais ministérios – ‘educação’, saúde e ‘segurança social’. Nas suas reivindicações, bem orquestradas pelas duas habituais centrais (com os habituais chefes), escondem-se atrás da miséria dos outros como se estivessem preocupados com os outros!
Novidade, novidade, nesta história triste, o manifesto da loja ‘novo rumo’, mais própriamente o grupo de Mário Soares a tomar posição na próxima crise política, ou seja, quando o Gaspar bater com a porta e regressar a Santa Comba.
A república no seu melhor, sol na eira e chuva no nabal.

Saudações monárquicas

quarta-feira, novembro 23, 2011

Três mil em Manchester greve geral amanhã!

O PS sugere mais impostos, emociona-se com a fast food para bebés, o PC tem saudades da união soviética, o Bloco contesta a eliminação do cinco de Outubro, e a deputada dos ‘verdes’, que nunca foi eleita directamente, diz-se furtada! Do outro lado, a maioria que sustenta o governo mantém-se silenciosa. Entretanto, em Manchester, três mil portugueses gritam pelo Benfica. Afinal as almofadas existem, afinal sempre há uma folga para cortar nos subsídios! Porque amanhã, os mesmos que foram a Manchester aproveitarão para ficar em casa, em greve contra o custo de vida! E valeu a pena para assim continuarmos a brilhar na europa do futebol. O pior é a outra. Na outra europa somos pedintes! Assim vai o Portugal Futebol Clube onde parece não haver dinheiro para nada excepto para a bola! Aí, de facto, somos muito parecidos com os gregos.

Saudações monárquicas

segunda-feira, novembro 21, 2011

Janelas que se fecham, persianas que se abrem!

Esta Taça de Portugal de futebol, para quem gosta de se pôr a adivinhar, parece revelar uma fotografia do futuro. Desde logo a queda dos principais clubes do norte, até há pouco dominantes, porque apoiados numa economia mais produtiva, mas actualmente em crise. As empresas fecham, o desemprego aumenta, as autarquias estão sem dinheiro, e assim impossibilitadas de apoiar as colectividades das respectivas regiões. Tudo se conjugando para um inevitável empobrecimento. Enquanto isto, a sul, as coisas não mudam tanto. Com uma estrutura sócio-produtiva muito dependente do estado, continua a viver-se mais ou menos da mesma maneira, confirmando uma velha regra da economia - em alturas de crise os que produzem baixam de nível e são ultrapassados pelos que mantém uma renda fixa. Renda fixa, registe-se, proveniente de dinheiro emprestado pelo estrangeiro.
Acresce que o caldo de cultura centralista, fortemente enraizado no cérebro indígena, aproveita todas as oportunidades para se reforçar, reforçando a ajuda aos clubes do regime, ou seja, ao casalinho verde rubro. A comprová-lo basta ver ou ler a comunicação social.
Portanto, tudo se encaminha para uma suave sucessão republicana, e desta vez nem será necessária nenhuma demonstração de força atendendo ao grau de dependência exterior a que chegámos. Basta que o ministro das finanças (e de Bruxelas) diga o que paga e a quem paga e ponto final. É a quarta república a começar a dar as suas ordens. São os partidos únicos a serem exigidos pelos mais jovens! É o Atlético (que não tem nada a ver com este filme) a comandar a Liga de Honra! É o facto de, acima de Coimbra, já não haver nenhum clube da primeira Liga nos oitavos de final da Taça.
Convenhamos que são muitos sinais.

Saudações desportivas

quinta-feira, novembro 17, 2011

As datas do protectorado!

Desculpem lá ter escrito protectorado à antiga mas enquanto a troika não me exigir esse 'ajustamento' vamos continuar assim. O que parece que não vai continuar é o feriado do primeiro de Dezembro, dia da independência! Já tinha prognosticado este cenário, ou seja, trocávamos a independência pelo cinco de Outubro, eliminávamos os dois, e não se falava mais nisso! E deve ser isso que vai acontecer. Aliás, e como já escrevi tantas vezes, o Portugal independente não rima com o Portugal socialista. O socialista é por natureza 'internacionalista', não consegue imaginar-se independente, está sempre a contar com os outros! Está sempre desejoso de anexar Portugal aos destinos de uma potência qualquer, chame-se ela União Soviética, Estados Unidos, ou como agora, a União Europeia! A verdade, verdadinha é esta, embora andem sempre com o patriotismo na boca!

Por outro lado, o primeiro de Dezembro está associado às convicções mais profundas do povo português, facto bastante incomodativo para quem prefere naturalmente celebrar outras datas, por exemplo, as datas em que capturaram o aparelho de estado pela força das armas. Compreende-se.

Mas pergunta-se: - porquê então esta cedência relativamente ao cinco de Outubro?! Eu respondo - trata-se de uma troca, havia que ceder alguma coisa para acabar com o dia da independência. Obstáculo à também pretendida união ibérica. Além disso, ainda sobram dois feriados para se babarem, perdão, para discursarem às massas: - o 25 de Abril e o dia do trabalhador! Não se pode ter tudo.

E pronto, ficamos por aqui. Quem não estiver pelos ajustes, quem gostar muito de ser independente, paciência. Ou então pode repetir o gesto de 1640. Nem é preciso muita gente. Quarenta portugueses determinados, chegam perfeitamente.


Saudações monárquicas

quarta-feira, novembro 16, 2011

A selecção redentora

Não pertenço àquela geração que tem na selecção de futebol o único vinculo de identidade comunitária, e tão pouco me revejo no equipamento verde e encarnado que poderá simbolizar a republica portuguesa mas não a selecção de Portugal. Talvez por isso tenha sérias reservas quanto à instrumentalização que o regime fez e faz do futebol, uma espécie de ópio servido à população em quantidades industriais cujo único objectivo só pode ser a estupidificação do país! Descontados estes factos (e efeitos) a verdade é que os rapazes se portaram à altura ganhando assim o direito a estarem presentes no próximo Europeu. Na retina ficaram os golos e um enorme passe de Ruben Micael que finalmente sossegou as bancadas.
Mas pronto, foi só um jogo de futebol, não foi nenhum feito redentor, nem será o futebol que nos livrará dos padecimentos que se avizinham. Portanto, é preciso ter calma e pela minha parte peço desde já um especial favor aos comentadores mais alienados – evitem o nacional-benfiquismo, evitem chamar talismã ao estádio do Benfica ou outras idiotices do género. Idiotices que têm o condão de irritar todos aqueles que pensam (não serão muitos) que a equipa nacional (quando joga em casa) deveria jogar no estádio... nacional. Eu sei que actualmente não tem condições, mas também sei porquê! Porque os ‘responsáveis’ em lugar de investirem no Jamor, ‘deram’ esse dinheiro aos clubes que assim vão alugando os respectivos estádios à selecção! Ou seja, o contribuinte paga a mesma coisa duas vezes! Pagou os estádios do Euro e paga agora o aluguer para que a selecção lá jogue!
Enfim, deixemos isso, ganhámos, e pelo menos durante dois dias não se vai falar no deficit.

Saudações monárquicas

segunda-feira, novembro 14, 2011

Mudei de ideia!

No postal anterior escrevi sobre a provável supressão de dois feriados civis, proposta do governo da república alegando razões económico-financeiras. No fundo, e estou a citar, é para trabalharmos mais, para não fazermos ‘pontes’, para não irmos tanto à praia, para evitarmos os centros comerciais, razões ponderosas que podem fazer a diferença entre cumprir o deficit ou não cumprir. Aceito, vou fazer um esforço para acreditar nisso, e por isso, mudei de opinião. Ainda assim precisamos de escolher, precisamos de sacrificar dois feriados civis entre os cinco que temos. Pois bem, é o que vou tentar fazer:

Cinco de Outubro de 1910, data do implante da república – Caríssimos, este feriado tem que continuar. Porquê?! Porque seria um absurdo (e um desperdício) acabar com ele agora! Depois de um ano inteiro de comemorações, em que se gastaram milhões de euros em discursos e exposições, não estou a ver quem se responsabilizaria pela sua eliminação!

25 de Abril de 1974, golpe militar que derrubou a segunda república – Outro feriado impossível de eliminar! Pese o facto de Otelo ter ameaçado fazer outro 25 de Abril, a verdade é que enquanto isso não acontecer, é este, o de 1974, que estamos obrigados a comemorar. E também não estou a ver a classe política, que acedeu ao poder em virtude de tal data, abrir mão dos seus pergaminhos. Portanto, repito, este feriado vai continuar.

Primeiro de Maio, dia do trabalhador – bem, este feriado até poderia acabar, uma vez que existem cada vez menos patrões e a própria juventude não parece muito virada para o risco do empreendorismo! Bem pelo contrário, apenas aspira à segurança do funcionalismo público! Nestas circunstâncias o primeiro de Maio é uma data que nos reporta ao século passado, às lutas sindicais, coisa que não faz qualquer sentido num país onde o único (verdadeiro) patrão é o estado. Porém, atendendo ao carácter internacionalista da data, e atendendo também ao facto de toda a gente se sentir ‘trabalhador’, ninguém se atreverá a tocar no primeiro de Maio. Pelo menos nos tempos mais próximos.

Portanto, e por exclusão de partes, restam dois feriados civis para sacrificar – o 1º de Dezembro e o dez de Junho, datas que bem vistas as coisas, estão um bocadinho ultrapassadas. Senão vejamos:

O 1º de Dezembro de 1640, dia da restauração da independência, perdeu naturalmente significado num país que não quer ser independente! Recorde-se que Portugal é actualmente governado por uma troika estrangeira, está reduzido à condição de protectorado, e as respectivas elites não se cansam de afirmar o seu arreigado federalismo. Ou seja, querem ver Portugal incluído noutro destino histórico, diferente dos oito séculos passados, um destino que não sabemos bem qual será, mas que deve ser concerteza uma negação daquilo que fomos! Em suma, uma inexistência!

E se não existimos, fácilmente se conclui que o dez de Junho, dia de Portugal e de Camões, é também ele uma redundância que pode perfeitamente acabar. Como aliás qualquer pessoa percebe. Basta para tanto confrontar os versos do poeta em 'Os Lusíadas' - 'Fazei Senhor, que nunca os admirados Alemães, Galos, Ítalos, Ingleses, possam dizer que são para mandados, mais que para mandar, os Portugueses...'!


Resta-me pedir desculpa aos leitores se por uma vez segui a lógica do regime republicano.

sexta-feira, novembro 11, 2011

Os feriados que dividem

Reporto-me aos feriados civis, àqueles que estão no nosso inteiro domínio, que não dependem de concordatas, que dependem apenas da vontade de os celebrarmos ou não, e sobre esses a primeira coisa que me ocorre dizer é o seguinte: - pobre povo (e pobre regime) que precisa de uma justificação económico-financeira para eliminar datas ideológicas cuja única função consiste em justificar a vitória (com todos os direitos e mordomias) de uns quantos portugueses (os vencedores) sobre outros portugueses (os vencidos)! Pobre Pátria que se alimenta do ódio, da propaganda, da divisão, e que para cúmulo não percebe que as celebrações de guerras civis destroem irremediavelmente quaisquer hipóteses de mobilização nacional, quaisquer hipóteses de coesão social. Por último, pobre Portugal, que já não reages, quando se aventa a hipótese de apagar da memória a data da independência (1º de Dezembro) com o paupérrimo (e terrível) argumento que essa data já não diz nada aos portugueses! E incomoda os castelhanos!
Pobre de mim, que nasci no lugar errado e no tempo errado.

terça-feira, novembro 08, 2011

As repúblicas do Euro!

Quem são?! E porque estão falidas as repúblicas do euro?! Com excepção da Alemanha, mas incluindo a França, que se esconde atrás do corpanzil da senhora Merkl, as repúblicas da união andam todas de mão estendida! Porque será?! E não estamos a falar de periféricos, estamos a falar da França e da Itália que, recorde-se, sempre beneficiaram do facto de serem fundadoras da ‘caranguejola’! Pois é, mas a verdade é que as repúblicas não cumprem, gastam mais do que têm (embebidas na propaganda eleitoral) e quando se torna necessário fazer sacrifícios denotam pouca ou nenhuma coesão social! Portanto eu repito a pergunta – porque será que as repúblicas não se governam nem se deixam governar?!
Eu sei que para os sábios que temos o regime político não é responsável por nada, é como se não existisse, e quando alguém levanta a questão é logo acusado de desmancha-prazeres! Surgem então as evasivas do costume, de quem afinal está contente com a situação! De quem afinal ganha com a situação!

Saudações monárquicas

Nota: Hoje, no jornal Público, Pedro Lomba (um rapaz com potencial) define bem quem são os situacionistas e qual o seu discurso de circunstância. É de ler.

segunda-feira, novembro 07, 2011

Sessenta milhões de chineses!

Um lampião a sonhar é pior que dois lagartos a delirar e muito pior que três andrades a chorar! Ao lampião já não lhe chega o orçamento de estado, o orçamento da Câmara, o perdão da dívida, quer mais, quer mais dinheiro da televisão, mesmo que para isso tenha que jogar de madrugada, sim, porque o dinheirinho é tudo na vida! Pois bem, entusiasmado com a sua actual condição de clube mais ibérico de Portugal (ironias do destino e da propaganda republicana) o lampião olha com inveja para o Real Madrid e já se imagina a jogar para a diáspora, para os PALOP, e com cachets a condizer. Quem sabe se não será serviço público de televisão, com direito a hino e a içar da bandeira?! Tudo é possível neste sítio à beira mar plantado. Pelo menos até ao dia em que os adversários se revoltem e exijam a metade dos… sessenta milhões de chineses!
Já gora e por curiosidade gostava de saber duas coisas: - em primeiro lugar quanto é que lucrou o Real Madrid e quanto é lucrou o Osasuna; em segundo lugar, se os adeptos de um e outro clube gostaram do novo horário dos jogos!

Saudações ‘desportivas’

sexta-feira, novembro 04, 2011

Temos um novo primeiro-ministro!

Não há dúvidas, é calvo e calmo, parece pessoa simpática, é fluente em grego e passa a vida na nossa televisão. O primeiro nome também é familiar, foi nome que invocámos em Aljubarrota, e o apelido, embora mais difícil, lembra a palavra pai! Estou obviamente a falar de George Papandreou. E o homem vai dizendo coisas que fazem algum sentido, por exemplo, quer perguntar aos gregos se querem continuar no Euro! Ou se querem continuar nesta união europeia que se transformou naquilo que nunca deixou de ser – o eixo Paris – Berlim a mandar, e os ingleses com um pé dentro e outro fora. Os outros?! Bem, há que distinguir: - uns, as monarquias do norte da Europa, vivem bem sem esta Europa, até porque são contribuintes líquidos, os outros, as repúblicas, sejam periféricas ou não, andam à boleia desta caranguejola como se fossem crianças de berço! Mas o berçário acabou e é aqui que entra de novo o nosso novo primeiro-ministro! Que diz e eu concordo: – e que tal referendar esta cegada a que gostamos de chamar ‘união europeia’!


Saudações monárquicas

quinta-feira, novembro 03, 2011

Empobrecer!

É claro que o primeiro-ministro se exprimiu mal, ele deveria ter dito que o país precisa de enriquecer deixando para isso de viver na dependência de outros países, de credores desconhecidos, de agiotas, etc., conhecida fórmula de empobrecimento colectivo, de submissão, de sujeição, de escravidão. Mas Passos Coelho de facto não se soube explicar. E como não se soube explicar, como confundiu a recuperação da dignidade com a palavra empobrecimento, deu azo a que o bloquista Fernando Rosas viesse a terreiro clamar contra o discurso de um primeiro-ministro que anuncia como programa de governo tornar o país mais pobre! E nesse aspecto formal acaba por ter razão. Mas em substância não tem, pois quem vive de acordo com aquilo que produz nunca é pobre. Antes pelo contrário, é rico. Mas isso Fernando Rosas já não percebe.


. Saudações monárquicas

terça-feira, outubro 25, 2011

Em terra de funcionários…

Entre vários canais
Fui ouvindo as queixas
Às vezes amargas
Outras sem pudor

Ouvi bastonários
De voz embargada
E ouvi os juizes
Desembargadores

Ouvi funcionários
De todas as cores
Fiquei comovido
Com tanto suor!

Escapou-me uma lágrima
P’ró televisor
E viva a república
Dos comentadores!

Que ganham à letra
Com alma e amor
Que eu nunca vi Pátria
Com tanto orador!

quinta-feira, outubro 20, 2011

O fim do centenário…

Foi hoje que perdeste a guerra
Que não quiseste travar
Com tudo o que isso encerra
Foi hoje que perdeste a guerra
Na fronteira de além-mar

É hoje ao fim do dia
Que termina o centenário
Com tudo o que isso encerra
É hoje ao fim do dia
Que começa o teu calvário

És hoje Pátria vencida
Que a ti própria te venceste
E a coroa que jaz caída
De espinhos e de agonia
Foi a coroa que escolheste

Dá vivas à liberdade
Reclama pela igualdade
Ergue o punho bem fechado
Povo unido e bem tramado
Exulta de fraternidade!

terça-feira, outubro 18, 2011

Santa paciência!

Oh, Vítor (Gaspar), tu não tens culpa, és um mero feitor da ‘coisa pública’, atiraram-te para a frente do toiro, e tens que pegar o défice pelos cornos! Eu percebo a urgência, se não for assim não nos emprestam o dinheiro para sustentar a ‘coisa pública’. O problema é que a ‘coisa pública’ não é pública, não é de todos os portugueses, pertence a uns quantos, que a usam em seu belo proveito. Claro, homens honrados, cheios de ética republicana!

Eu sei Vítor, tiveste alguma coragem, atacas-te finalmente a tal gordura, mas pegaste o toiro de cernelha, e na cernelha arrancas-te carne verdadeira. A carne seca das magras reformas. Havia outra maneira, e tu sabes qual era – o tecto, Vítor, estabelecer um tecto nas remunerações (e reformas) da função pública. Essa é que era a pega de caras.
E qual seria o tecto?! Se me fazes a pergunta assim eu respondo-te com outra pergunta. Vá, vamos raciocinar os dois em voz alta (como gostas de responder!) – quanto é que podes pagar em média aos 750.000 funcionários que recebem directamente do orçamento de estado? Ou melhor, quanto é que achas que podes pedir emprestado ao estrangeiro (a juro alto), mês após mês para ficar tudo na mesma?! Tu é que sabes, tu é que és o feitor deste regime.

E por falar em regime julgo que tens consciência que ainda não chegámos às reformas estruturais, e é isso que me preocupa, e preocupa os credores. Aliás essa é uma exigência da troika. Eles sabem (até para segurança dos seus créditos) que sem reformas estruturais Portugal não vai a lado nenhum, nem estará em condições de pagar o que deve.
Vítor, tu és inteligente e sabes que as reformas estruturais têm a ver com alterações de natureza política. Têm a ver com alterações constitucionais e nessas ninguém quer ouvir falar. Mas sem essas alterações Portugal não muda para melhor.
Vamos continuar a raciocinar em voz alta: - por exemplo, a propósito das funções do estado, tu achas que a educação deve ser entregue a funcionários públicos? Funcionários aos milhares, e quer sejam competentes ou incompetentes, não podem ser despedidos?! Consegues perceber esta fixação na educação pública a não ser para propaganda do regime e dos seus ideais, obviamente partidários?! O que se disse para a educação pode alargar-se a outras áreas onde o estado deve intervir, mas apenas para fiscalizar ou regular a respectiva actividade. Fiscalizador implacável mas imparcial. Em nome da coisa pública.
Portanto, Vítor, controla lá o défice, mas não te esqueças das reformas estruturais.

Saudações monárquicas

segunda-feira, outubro 10, 2011

Feios, porcos… e de esquerda!

Nem sei por onde começar, talvez pelas múmias mais visíveis, a Avillez, por exemplo, muito estado novo (antes), socialista fina depois! Ou pela Constança, com a prótese a gaguejar! E a Edite, coitada, imprópria para consumo! Todas elas a bolsarem coisas ininteligíveis contra o Jardim! E eles! Descoroçoados, a ‘explicarem’ ao povo que o Alberto João tinha perdido as eleições! Os Daniéis do aborto, dos casamentos gay (que o Jardim não autoriza na Madeira) daí a raiva surda contra o ilhéu; e a esquerda toda, derrotada em toda a linha! E os democratas de conveniência! Como o ‘inseguro’ socialista! Que à última hora e pressionado pelos media, apareceu para mais uma lamentável declaração! Que dizer de toda esta tralha de Abril, sociais-democratas incluídos?! Sim, e o Marcelo a engolir o sapo do CDS! A engolir o Portas do centro capachinho! Meu Deus, uma tragédia grega… E por falar em tragédia, viram a maçonaria a jogar tudo por tudo com a renúncia do Carlos César! Viram?! Um último esforço (patético) para condicionar as eleições na Madeira! Ética republicana, dizem eles, com o rabo de fora, digo eu! Por aqui se percebe que esta democracia (de raiz napoleónica) é um mero expediente para justificar (e esconder) o seu verdadeiro desígnio – o poder pelo poder. E quando não serve esse fim, quando o adversário a utiliza a seu favor, então já não vale, há batota, há irregularidades! Mas quem é que ainda acredita nisto?!

Passemos finalmente à Madeira: - Alberto João Jardim ganhou contra tudo e contra todos, conseguindo inclusive nova maioria absoluta. O continente tentou desvalorizar a vitória alegando que em votos escrutinados não chegou aos 50%. É verdade, mas ninguém quis concluir que os votos perdidos por Jardim foram directamente para a direita e não para a esquerda. Aliás seguindo uma tendência que já vinha das últimas eleições em Portugal. Será o fim do PPD/PSD/malta do estado novo, reciclada em social-democrata pós o 25 de Abril. E ainda bem para clarificação do leque partidário.
Uma última palavra sobre a única crítica que Alberto João merece, não de hoje, mas de sempre. Crítica bem lembrada pelo Maltez semi-monárquico: - reporto-me ao referendo sobre a regionalização em que o autarca madeirense votou contra aquilo que gosta de ter no seu cantinho atlântico, a saber: – autonomia e consequente capacidade reivindicativa. De resto, gostei de o ouvir dizer que o seu partido é a Madeira. Eu replico que o meu partido é Portugal*.

Saudações monárquicas



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*Não confundir com 'república portuguesa'. Ler sobre o assunto um artigo muito bem escrito por Gonçalo Portocarrero de Almada no jornal Público de 5 de Outubro de 2011.

quinta-feira, outubro 06, 2011

Festa barulhenta em Belém!

Ontem houve festa rija em Belém! Até às tantas! Os acordes atravessaram o rio, chegaram à minha cama na outra banda, acordaram-me, e quando esmoreceram já alguns portugueses (otários por certo) íam a caminho do trabalho!
Que importa isso se era preciso comemorar em Belém o nascimento de uma república que não acredita Naquele que nasceu em Belém!
- Ai, não seja antipático, que o ‘nosso’ Presidente é uma pessoa muito crente e casta;
Pode ser, mas parece que a festa até meteu um Relvas para... ser tudo tão real! Só não houve assassínios prévios;
- Que mau gosto! Está outra vez a exagerar – este Relvas é dos Relvas bons, só é Relvas de nome; além disso, hoje pratica-se a tolerância, as vossas procissões já podem sair do adro da Igreja; como vê, está tudo muito diferente, você é que continua com esse mau feitio;
Bem, seja, o facto é que me acordaram, e com toda a franqueza não vejo grandes motivos para festejar o protectorado em que nos transformámos! O Afonso Henriques não ía gostar concerteza. Ainda por cima governados por uma troika que ninguém conhece!
E se quer que lhe diga, chega de celebrações. Já demos essa matéria - um ano a consumir milhões de euros (do orçamento de estado) para doirar a pílula centenária! Já chega. ‘Pílula’ que afinal sempre foi subsidiada!


Saudações monárquicas


Nota da redacção: A populaça que assistiu entusiasmada ao batuque republicano não está hoje a trabalhar. Pelo menos a trabalhar em condições. Devem ser ‘jovens’ e toda essa massa informe que vive dos subsídios, quer dos papás, quer da segurança social.

quarta-feira, outubro 05, 2011

Cinco de Outubro

Estão podres as paredes do meu quarto

Lá fora só há escombros e ruínas

O mundo não me traz as novidades

E tu só me contas adivinhas!

.

As terras de Laredo vão ardendo

Pois não há império que resista

A europa agoniza e vai sofrendo

E tu só me pedes que desista!

.

Ergui o meu estandarte contra o vento

Azul, mais azul que o mar revolto

Subi aonde sobe o pensamento

E cantei a minha mágoa em verso solto!

.


Explicação: Hoje reli o poema e resolvi alterá-lo. É aquilo a que chamo poesia evolutiva! Os sábios estão mal, além disso eu trato os sábios por tu, portanto, em lugar dos sábios que só receitam adivinhas, fica assim - 'e tu só me contas adivinhas'. Estabelece uma melhor relação com a estrofe seguinte, a ideia mantém-se, mas com a vantagem de uma maior clareza. Digo eu. E já que estou em maré de explicações/justificações, empreguei a expressão 'Laredo' referindo-me à crise americana e ao natural declínio do respectivo império. Por ausência de rival. É também por isso que se está a esvaziar o poderio dos States. Quanto à Europa socializante e relativista estamos conversados. É pena. Ah, Portugal... 'estão podres as paredes do meu quarto... 'lá fora só há escombros e ruínas...'

sexta-feira, setembro 30, 2011

Juízas, procuradoras, mulheres polícia…

Eu devia escrever qualquer coisa sobre a prisão do Isaltino, dizer que o acho simpático, que um dia me ofereceu um lápis e uma borracha, um emblema do PSD, quando incidentalmente me encontrou numa pastelaria de Algés (pertence a Oeiras) numa qualquer campanha eleitoral autárquica. A partir desse dia, embora não seja eleitor em Oeiras, fiquei, repito, a simpatizar com o homem. Em todo o caso faz-me espécie porque é que o tinham que prender agora!

Mas adiante porque o tema hoje prende-se com as profissões e as vocações, assunto pertinente que será aqui tratado como é costume, ou seja, de forma politicamente incorrecta, levemente ‘discriminatória’, e com aquele toque machista que dá sabor à vida. Dito isto, e em termos ocupacionais, eu vejo a mulher sentada à cabeceira dos doentes, vejo-a a dirigir uma creche, admiro-a à frente de uma lavoura, em casos excepcionais à cabeça de uma revolta popular, estilo Maria da Fonte, vejo-a também como chefe de estado se for rainha (não eleita portanto), mas já não a vejo como mulher polícia, procuradora, juíza e em todos aqueles cargos que exigem frieza e a capacidade de pôr o coração de lado. Capacidade que a mulher, se for mulher, normalmente não tem. E ainda bem. Daqui não se infira que associo o estado (calamitoso) da justiça em Portugal ao aumento exponencial do elemento feminino nos respectivos quadros decisórios. Não vou tão longe, mas que convinha pensar no assunto, disso não tenho dúvidas.


Saudações monárquicas

quinta-feira, setembro 29, 2011

Por cima ou por baixo da mesa, eis a questão?!

A história das sociedades humanas é relativamente simples e não mudou muito desde a antiguidade. A lei do mais forte prevalece, apenas temperada por mais ou menos justiça consoante a maior ou menor coesão da respectiva comunidade. E também não é novidade se disser que os regimes monárquicos (porque o rei é árbitro livre e imparcial) asseguram sempre maior coesão social, portanto maior justiça. Conclusão simples que há-de incomodar os defensores da actual situação, especialistas em argumentos que lhes garantam o acesso (desinibido) à gamela do Estado.



Explico melhor: - o rei distribuía cargos e benesses por cima da mesa, à vista de todos, de forma transparente, com erros por certo, mas o facto é que a comunidade aceitava a decisão régia por estar convencida que era esse o superior interesse da Grei. E na maior parte das vezes era isso que acontecia. A prová-lo atente-se nos alicerces que vêm garantindo a longevidade da Pátria.
Assim descrito, o rei era o grande obstáculo à ganância das várias maçonarias, e dos vários interesses ocultos que as justificam. Havia pois que matar o rei e foi o que fizeram.



A partir deste momento a distribuição de cargos e benesses seguiu outros caminhos, mais democráticos, segundo a propaganda, mais ínvios, segundo a observação da realidade. Para que o processo assuma uns resquícios de legalidade todos os dias se fabricam leis e constituições, e todos os dias ficamos com a certeza que essas leis não se aplicam a 'irmãos' e afins. Uma novela laboriosamente tecida e articulada... por debaixo da mesa! Presumimos que é assim, não podemos provar. Mas de que outra forma poderia ser se estamos a falar de sociedades secretas?! Onde ninguém é responsável, nem é possível responsabilizar ninguém! Em suma, um sistema perfeito para a 'irmandade' mas muito imperfeito para Portugal e para os portugueses. Os resultados estão à vista. Coesão social não existe, a independência económica foi-se, a independência politica segue o mesmo caminho.






Nestas circunstâncias, pergunto: - ficámos a ganhar com a troca? Queremos continuar a ser ludibriados… por baixo da mesa?

Saudações monárquicas

quinta-feira, setembro 22, 2011

Ataque à Madeira

Existem dois personagens neste Portugal contemporâneo que suscitam no continente grande unanimidade e animosidade – Jorge Nuno Pinto da Costa e Alberto João Jardim. Um facto indesmentível.
Já uma vez escrevi sobre o tema e ontem como hoje a pergunta mantêm-se: - afinal quais são as verdadeiras razões do ódio continental, no caso de Jardim, e do ódio lisboeta (e não só), no caso do presidente do FC Porto!
A resposta que dei na altura ainda serve: - são dois portugueses que contribuíram para o enorme sucesso, cada um na sua área, dos projectos que encabeçaram. Mais, desenvolveram a respectiva actividade, e aqui ninguém se atreverá a negá-lo, tendo apenas em vista os projectos e não as suas próprias pessoas ou outros interesses mais ou menos ocultos.
Pinto da Costa pôs sempre o FC Porto à frente de tudo e Alberto João pôs sempre os interesses da Madeira à frente de tudo! À frente dos partidos, das lojas e das capelinhas. Quem, durante este tempo que já leva o regime de Abril, poderá dizer o mesmo?! Poucos, muito poucos. Daí a inveja e a tentativa de os abater a qualquer preço. Mas, por ironia do destino, ainda que sejam abatidos, nunca serão esquecidos. Pinto da Costa nunca será esquecido pelos adeptos do FC Porto e até pela cidade; Jardim será sempre lembrado como o madeirense que retirou a Madeira do subdesenvolvimento e a colocou onde deveria estar. Gastou muito?! Talvez demais?! Não sabemos, precisávamos de um termo de comparação e o continente não nos oferece essa possibilidade! Dou um exemplo - quem terá saído beneficiado com o buraco do BPN?! Os próprios?! Os incertos?! A que populações se destinavam os altíssimos juros de tais investimentos?! Quem lucrou verdadeiramente com isso?! Perguntas, e mais perguntas, que (sabemos) nunca obterão resposta.
O contrário de Jardim. Por isso, para quê falar de Jardim?

Saudações monárquicas

segunda-feira, setembro 12, 2011

Bento XVI

Frequentemente o homem cai na ilusão de "transformar as pedras em pães".

Depois de ter posto Deus de parte,
ou de o ter apenas tolerado como uma escolha privada
que não deve interferir na vida pública,
certas ideologias tentaram organizar a sociedade
com a força do poder e da economia.

A história mostra, dramaticamente,
que o objectivo de dar, a todos,
desenvolvimento, bem estar material e paz,
prescindindo de Deus e da sua revelação,
se tornou afinal num dar aos homens pedras em lugar de pão.

*

O pão é "fruto do trabalho do homem",
e nesta verdade está contida toda a responsabilidade
confiada às nossas mãos e ao nosso engenho;
mas o pão é também, e antes de mais nada,
"fruto da terra", que recebe do alto o sol e a chuva:
é dom para ser pedido,
que nos tira de toda a soberba e faz pedir com a confiança dos humildes:
"Pai (....) dá-nos hoje o pão de cada dia"

O homem é incapaz de dar a vida a si mesmo,
o homem só se compreende a partir de Deus:
é a relação com Ele o que dá consistência à nossa humanidade
e torna boa e justa a nossa vida.

*

No Pai Nosso pedimos que seja santificado o Seu nome,
que venha o Seu reino, que se cumpra a Sua vontade.

É, acima de tudo, o primado de Deus que devemos recuperar
no nosso mundo e na nossa vida,
porque é este primado que permite descobrirmos
a verdade do que somos, e é no conhecer e seguir a vontade de Deus
que encontramos o nosso verdadeiro bem.

Dar tempo e espaço a Deus, para que seja o centro vital da nossa existência.


Bento XVI

quinta-feira, setembro 01, 2011

Despedir ou ganhar menos, eis a questão!

Anda tudo a assobiar para o lado, muitas palavras, poucos actos, a tradicional falta de objectividade lusitana, e se isto fosse futebol eu diria que ninguém quer rematar à baliza! Têm medo, pois claro, estamos a falar de funcionários públicos (ou semi-públicos), estamos a falar da vaca sagrada do regime. Quantos são?! Ninguém sabe. O que sabemos é que não podem ser despedidos, e por isso têm uma carreira certinha, os descontos certinhos, ganhando assim o direito a generosas reformas. Generosas quando comparadas com as de outros portugueses que se sujeitaram às leis do mercado de trabalho, quantas vezes obrigados a saltitar de empresa para empresa para continuarem a angariar o respectivo sustento! Para estes portugueses a vida não foi fácil, trabalharam muitos anos em organizações que entretanto faliram, ou sofreram reestruturações, despedimentos colectivos, muitos acabaram no desemprego de longa duração. As reformas destes portugueses não são brilhantes e ficam muito aquém (em igualdade de circunstâncias) das reformas dos trabalhadores da função pública. Porquê?! Porque o Estado, embora falido nunca decretou falência, embora necessitado de um eficaz despedimento colectivo, nunca o admitiu. E chegámos a esta caricata situação em que só é possível atacar a despesa do estado através da receita fiscal! Eu explico: - não havendo hipótese de despedir os funcionários públicos excedentários, a outra possibilidade (plausível e justa) seria estabelecer tectos salariais muito apertados e com efeitos imediatos. Como também não há coragem para isso, o governo espera ir remediando o assunto através do fisco, sabendo que os salários mais altos da função pública (incluindo o pessoal das empresas e parcerias que vivem á conta do estado) se alojam nos escalões também mais altos do IRS. É uma fórmula curiosa mas que apenas adia o problema e o problema não pode ser adiado. Contra esta minha opinião (já estou habituado) veja-se a excitação dos media em defesa desta 'classe média' que ganha mais de quatro mil euros mensais! Se isto é classe média em Portugal (como eles dizem) a que classe pertencem os que ganham o salário mínimo e todos outros (uma grande maioria) que levam para casa menos de mil euros por mês?! Pois é, não sou de esquerda nem a esquerda faz estas comparações.



Nota básica: - O Interregno sabe que em Portugal o Estado foi, é, e sempre será um grande empregador. Mas o Interregno também sabe que há limites e que esses limites eram (noutros tempos) fácilmente estabelecidos através de baixas remunerações. E o sistema funcionava sem prejuizo para o país e com uma dupla vantagem: - em primeiro lugar ninguém ía para o estado para ganhar dinheiro mas sim porque tinha vocação para o serviço público. Em segundo lugar o estado deixava de ser coito de jovens pouco empreendedores e pouco ambiciosos.





À atenção dos partidos políticos, das intersindicais, das maçonarias e demais compadrios.





Sem mais, subscrevo-me atentamente...

terça-feira, agosto 30, 2011

Os impostores

A expressão ‘imposto’, já de si, tem uma raiz antipática, tem a ver com imposição, quantas vezes excessiva e injusta. Mas se à expressão juntarmos um pequeno país republicano, governado por uma minoria de espertalhões, chegamos rápidamente a outro conceito também desagradável, ou seja, chegamos à ideia de ‘impostor’!
Digo isto (com pena) a propósito da vozearia que todos os dias promete um novo imposto aos portugueses, alguns mais velhos que a Sé de Braga. E não foi em Braga, mas em Campo Maior, que o próprio Chefe de Estado resolveu ressuscitar o imposto sobre a herança, o que é compreensível num regime cuja única herança será um acervo de dívidas legadas à posteridade! Mas ainda assim, sua Excelência enganou-se e teve que ser corrigido. Não sabia que o imposto de selo veio substituir (com excepção das transmissões entre pais e filhos) o antigo imposto sobre sucessões e doações. Em Portugal é assim, os impostos não morrem, e se morrem, ressuscitam com outro nome e ligeiras alterações.
Tanta confusão por causa dos ricos! Os únicos que nunca sofrerão qualquer moléstia, venham os impostos que vierem, venham os impostores que vierem.

Saudações monárquicas

quinta-feira, agosto 18, 2011

Os laicos

Finalmente a comunicação social disse a palavra chave – ‘os laicos’ confrontam-se com os católicos e discutem-lhes o espaço e o direito de receberem o Papa em Madrid! Sob o pretexto dos gastos financeiros, uma atoarda, pois tomara muitos países puderem receber tal evento, a verdade está nos gritos que repetiam – ‘o estado é laico’, logo não pode nem deve receber o chefe da Igreja Católica! Os outros líderes de outras religiões não incomodam, mas está escrito nas estrelas que hão-de dobrar a cerviz quando as hostes sarracenas os dizimarem como cães. Cães infiéis, serão assim chamados. Mas enquanto esse tempo não chega, entretêm-se a prevaricar os católicos, medindo-lhes a fé e a força, e para isso arregimentam ‘jovens’ (sem fé e sem esperança) que a única coisa que ambicionam é aceder à função pública. Emprego certo, salário garantido, pago pelo ‘estado’, ou seja, dinheiro dos contribuintes (uma parcela cada vez menor) e aquele que o dito ‘estado’ pede emprestado (uma parcela cada vez maior) aos usurários do costume.
Luta de classes?! Isso é o que eles dizem. Apenas mais um episódio da velha luta do homem consigo mesmo. O Bem e o Mal renascem todos os dias.

terça-feira, agosto 09, 2011

Outra vez os ‘jovens’!

Que estamos precisados de ‘ordem’ como de pão para a boca, isso ninguém duvida. Até os fautores da desordem, que esperavam ganhar alguma coisa com a destruição da autoridade legítima, também eles já perceberam que a situação é perigosa e precisa de mão firme. Inevitável, diria um personagem de Sherlock Holmes. E o famoso detective acrescentaria que para resolver o busílis da questão não adianta continuar com o mesmo discurso ambíguo de chamar ‘jovens’ quando são negros, mestiços, ou de qualquer modo desenraizados que nasceram num bairro de Londres por mero acaso. Ou seria por obra e graça de descolonizações apressadas, umas mais ‘exemplares’ que as outras?!
Viveriam melhor se tivessem nascido na terra dos seus pais, ou avós?! Não sei, o que sei é que ao fim de tantos anos, ninguém pode garantir que aqueles ‘jovens’ estejam integrados na sociedade inglesa. E não será multiplicando subsídios que o problema se resolve. Sim, porque há um problema. Problema que se há-de agravar se a Europa continuar a ceder nos seus valores em detrimento de um relativismo absurdo, como se o bem e o mal fossem a mesma coisa! Como se não existissem! E quando o balão rebenta, desorientados, em lugar de seguirmos a pista da história, andamos à procura de causas novas para problemas velhos! Tão velhos como o homem!
Portugal, tem (ou tinha) nesta matéria soluções criativas e originais, que aplicou em todos os sítios onde teve responsabilidades administrativas. E as coisas nem correram mal. Aliás, não há melhor exemplo (no mundo!) de integração ou sociedade integral, que o Brasil. Onde haverá imensos problemas de violência mas não consta que tenham índole racista. Nem faz parte do vocabulário dos locutores brasileiros a expressão ‘jovens’... com segundo sentido.


Ao Brasil, para dar um salto qualitativo, para potenciar todas as suas possibilidades, para reduzir todas as suas desigualdades, só lhe falta um rei. De preferência um descendente de Dom João VI.

Saudações monárquicas

domingo, agosto 07, 2011

Europeu por um dia!

Farto desta ‘união europeia’ que não faz outra coisa senão martelar-me os ouvidos com os juros da dívida, decidi experimentar ser europeu por um dia! Mas europeu a sério. Assim, levantei-me da cama com a energia de um prussiano, lavei-me com a parcimónia de um gaulês, vesti-me ao som de uma área napolitana e corri para o emprego na expectativa de cumprir (por uma vez) com a pontualidade britânica. Já no emprego voltei a ser português. Pedi ao meu colega que aguentasse o barco e fui (num instante) tomar o pequeno-almoço. Quando o chefe chegou, foi ele que nos pediu que aguentássemos o escritório porque tinha que sair. Dois dedos de conversa, trabalhar o que fosse preciso, e eram horas de almoço. Então onde é que vamos almoçar?!
Que saudades desta Europa onde era possível passar uma manhã de trabalho sem nos preocuparmos com os juros da dívida! Porque não havia dívidas?! Talvez houvesse, mas eram à nossa medida e eram para pagar. Também por isso as agências de rating andavam sossegadas.

quarta-feira, agosto 03, 2011

Temas tabus

- Não se deve falar na revisão constitucional a não ser para dizer que não é necessária. As razões são conhecidas: - a revisão constitucional não é uma matéria essencial para o país resolver os seus problemas mas é essencial que não seja revista para continuar a resolver os problemas de alguns;

- As declarações do Ministro da Economia (ostentação, automóveis topo de gama, pessoal em excesso, etc.) não são para ser levadas a sério. Nem se devem publicar. Daí o silêncio (quase) geral dos vários órgãos de comunicação social sobre o assunto. É aquilo a que chamamos uma ‘imprensa livre’.

- Os negócios do Benfica são sempre transparentes. E são um verdadeiro desafio às autoridades reguladoras (CMVM e quejandas) tão zelosas pela transparência. Vai uma sugestão?! E que tal aproveitar a onda de privatizações e privatizar também o clube da Luz! O estado (e as autarquias) poupavam muito dinheiro aos contribuintes.

- A educação compete ao Estado segundo a catequese de qualquer ditadura que se preze. Em Portugal a mentalidade é esta e o Estado não abdica do seu papel de educador, o que traduzido à letra significa que não abdica da propaganda com que espera moldar as cabecinhas dos jovens que (por falta de meios) inevitavelmente caem na sua órbita. Estará aqui uma das razões porque somos o país mais atrasado da Europa. E será talvez por isso que nos afastámos tanto dos princípios da nossa história milenar a benefício de um regime republicano que em pouco mais de cem anos nos reduziu a uma inimaginável dependência! Primeiro, a dependência mental, depois, a dependência de facto. É sempre assim.

Saudações monárquicas

terça-feira, agosto 02, 2011

Quatro a dois outra vez!

Depois do ministro das Finanças ter ido a uma comissão da AR para dar explicações sobre o imposto extraordinário, chegou agora a vez de sujeitar o ministro da Economia a uma sabatina por causa do aumento do preço dos bilhetes nos transportes públicos. E o esquema promete continuar, ou seja, o governo (eleito por maioria absoluta) toma uma medida qualquer, e imediatamente os partidos da oposição obrigam o respectivo ministro a deslocar-se à AR para prestar contas! Partidos da oposição que (curiosamente) estão sempre em maioria (absoluta) nestas comissões. São quatro contra dois, um verdadeiro massacre! Massacre em vários tons: - o PS finge que não tem nada a ver com o descalabro (neste caso, das empresas públicas de transporte) e fica ofendido quando se fala no passado; o PCP quer os transportes públicos ainda mais públicos, porque era assim na união soviética; o PEV (apêndice do PCP) idem; e finalmente o BE quer os transportes públicos para nos obrigar a andar de transportes públicos! Dizem que é por causa do ozono, mas é mentira, é por causa do Trotsky! E o ministro Álvaro que os ature!
PSD e CDS tentam minorar os efeitos do massacre, mas se isto continua, se calhar não vale a pena ter governo e o melhor é pôr a oposição a governar! O que é que acham?! Eu acho que sim.



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Adenda: - Gostei de ouvir o ministro Àlvaro dizer a verdade sobre a ostentação e o despesismo que encontrou nos ministérios que agora dirige! Foram frases fortes que há muito não ouvíamos aos políticos. Reparei também que Basílio Horta (um reconhecido vira-casacas) não gostou de ouvir, tal como o 'resto da cambada'. O interregno tinha apostado neste ministro e parece que não... me enganei.

segunda-feira, agosto 01, 2011

‘A história do nosso estado soviético’

Prometo escrever um livro com este título, será um conto de fadas e ao mesmo tempo uma aventura que só podia ter acontecido, aqui, nesta periferia da Europa, noutros tempos centralidade entre vários mundos!
Explico o enredo: - sobre um nacional-socialismo cinzento, apesar de tudo nacional e que apesar de tudo deixou o Banco de Portugal carregado de ouro, dizia eu, sobre esse regime contido mas sem futuro, instalou-se um internacional-socialismo de raiz soviética, socialismo esse, que estava a dar as últimas em termos de aceitação universal e ameaçava ruir a qualquer momento. E no momento em que ruiu, em que a sede moscovita fechou, as filiais (PCP e congéneres) ficaram a funcionar em auto-gestão. Em auto-gestão mas bem agarradas ao aparelho de estado… e à constituição da república.
E agora peço um (novo) momento de grande imaginação aos leitores que ainda me seguem: - imaginem o que é um enorme aparelho de estado, herdado do salazarismo, invadido por uma ideologia também socialista e que acredita que o Estado é o motor da história e da economia! Escusam de imaginar porque é o que temos neste momento. Ou seja, um Estado monstruoso, praticamente irreformável, e um país onde mais de metade da população depende desse mesmo Estado! Por isso, abrimos a televisão e só ouvimos falar de dívidas e de juros da dívida, e também por isso quem comanda o falatório é essa chusma de gente que vive à conta do Estado e cujo único objectivo é manter tudo como está. E haja alguém que pague as dívidas.

Nota final: - no fim, o herói do meu livro, mentiroso e idiota, confessa-se federalista, não porque assuma a sua dependência, mas porque tem esperança que os outros (países) continuem a pagar-lhe os vícios e as dívidas. E as mentiras.

Saudações monárquicas

sábado, julho 30, 2011

Chavões de esquerda

O interregno gosta de desmontar (ou esvaziar) os chavões que entretêm as plateias do nosso tempo! Dou como exemplo o chavão ‘neo-liberal’ com que se apoda todo aquele que quer simplesmente desconstruir o ‘estado soviético’ implantado entre nós. Entre nós e na Europa! E não preciso de vos remeter (de novo) para o russo Bukovski que num artigo a que chamou – ‘eu já vivi o vosso futuro’ – faz menção a esse facto, a propósito da ‘construção da união europeia’. Construção efectuada à revelia dos respectivos povos e inteiramente condicionada por burocratas, sabe-se lá ao serviço de que interesses.
Mas voltando ao chavão que aqui nos trouxe, e face às anunciadas medidas para retirar o Estado de onde nunca deveria ter estado, é preciso esclarecer que não existe outra maneira de desmantelar ‘um estado a caminho do socialismo’ que não seja através de privatizações e cortes em tudo o que é Estado a mais. Os beneficiários do estado gordo vão naturalmente protestar e gritar que o país caíu na mão de perigosos apologistas do ‘estado mínimo liberal’ mas não têm razão. Este governo não é liberal, está simplesmente a tentar arranjar dinheiro para pagar as contas do Estado. E uma delas, que desde o 25 de Abril de 1974 nunca parou de aumentar, é relativa às despezas com o pessoal. Uma conta calada. Que levou o país ao sobreendividamento e à ruína. Portanto, quando (neste contexto) ouvirem alguém chamar liberal a alguém, já sabem que é alguém que quer continuar a viver à conta de alguém.

quarta-feira, julho 27, 2011

A Europa inválida

Isto aconteceu há muito tempo, numa época em que o laicismo triunfou sobre a crença e em sinal de vitória mandou retirar os crucifixos das escolas públicas, para não ferir a sensibilidade (dos pais) das criancinhas. Foi assim que a Europa deixou de ser cristã e a misericórdia secou no coração dos homens. Neste vazio cresceu um materialismo compulsivo, os valores passaram a ser cotados em bolsa, e muitos se admiraram quando um alucinado norueguês chacinou uma série de compatriotas. Eram vidas humanas, mas a vida humana tinha perdido valor.

segunda-feira, julho 25, 2011

Os mais desfavorecidos!

Este é um postal com bolinha ao canto do ecrã, não vá ele ofender as almas mais sensíveis! Pois bem, eu esperava que este novo governo se libertasse do trauma dos ‘mais desfavorecidos’, expressão que anima a demagogia socialista e tem o condão de multiplicar os ‘mais desfavorecidos’! Mas não, a propósito do aumento dos preços dos transportes públicos, lá aparece, no fim do discurso, o passe social que contemplará os ‘mais desfavorecidos’!
Descontando o aspecto negativo, que é o facto de haver ‘transportes públicos’ em lugar de ‘serviço público’ prestado seja por quem for, indaguemos então quem serão os beneficiários de tal medida! Por outras palavras, quem são afinal os mais desfavorecidos?!
Serão os desempregados de longa duração? Serão os que ultrapassaram determinada idade e perderam capacidade reivindicativa? Serão os que algum imprevisto ou doença atirou para uma situação de grande carência? Ou serão aqueles indigentes que vivem abandonados, ao Deus dará, e não frequentam qualquer tipo de transporte?!
Desconfio que não serão estes os alvos do passe social. Inclino-me mais para a hipótese deste ‘subsídio’ ir engrossar a lista de benesses sociais habitualmente atribuídas aos profissionais da pedinchice, que como se sabe, infestam o ‘estado socialista’. Que é diferente do ‘estado social’, porque neste, é suposto haver fiscalização em vez de demagogia.
Eu sei que poderiam ser apresentados alguns exemplos (pungentes) do estado de necessidade em que vivem determinadas pessoas, mas insisto, não serão essas que no fim das contas serão beneficiadas com o passe social.
Uma sugestão (também com bolinha encarnada): - a Índia há muito que resolveu o problema dos ‘párias’: - são intocáveis e a sociedade já sabe que tem que os suportar. Mas atenção, são ‘párias’ legítimos, não são falsificações. Não possuem televisão nem andam em transportes públicos.

Saudações monárquicas

sexta-feira, julho 22, 2011

Os ex-presidentes!

Se fosse presidente republicano faria jus ao meu título: - apeava-me do eléctrico em Belém, tomava posse no Palácio, exercia a magistratura de influência sem me esquecer das minhas origens, e sempre que tivesse que decidir entre a maioria que me elegeu e a minoria que votou no meu adversário, não haveria de ter dúvidas. No fim do mandato resistiria à mais que provável reeleição, tomava o eléctrico e voltava para casa. Igual ao que fui, sem gabinete, sem secretária, sem segurança. Poderia então vangloriar-me de ter sido um presidente da república genuíno.
Não é infelizmente o que sucede entre nós: - deixam-se reeleger, contrariando assim o espírito republicano, e pior do que isso, aceitam continuar numa posição diferencial em relação ao comum dos cidadãos! Com a agravante de pesarem no orçamento de estado! A título de quê?! Porque simplesmente lhes foi atribuído o título de ‘ex-presidente’! Título honorífico, sem qualquer utilidade social, situação que tanto combateram na monarquia!

Mas esta febre nobilitante não abrange apenas os ex-presidentes da república! Ela ameaça expandir-se, alargando-se a outros universos e a outros cargos. Cargos que ameaçam tornar-se vitalícios, quiçá, hereditários! Vem agora ao caso a proposta de continuidade de algumas mordomias do ex-presidente da AR! Não sei de quem partiu a ideia, mas parece-me uma má ideia. E não invoco razões orçamentais, invoco apenas questões de princípio. A não ser que se queira transformar a assembleia da república numa câmara dos pares! Deputados, filhos (e filhas) de ex-deputados já temos. Já não falta tudo.


Saudações monárquicas

segunda-feira, julho 18, 2011

O amigo americano!

É caso para dizer – ‘com amigos destes ninguém precisa de inimigos’! Obama defende-se invocando uma amizade mais prosaica – ‘amigos, amigos, negócios à parte’! Mas eu não sei se gosto de amigos destes?! Se calhar não gosto. Até porque Obama, no momento de trair, ou seja, quando afirmou que não era da nossa laia, não referenciou a Irlanda! Esqueceu-se?! Ou a Grécia e Portugal deram-lhe mais jeito por não pertencerem ao universo anglo-saxónico?! Mas Obama, se reparar bem, também não pertence. Aliás terá sido por não pertencer que a sua eleição suscitou tanto entusiasmo fora dos Estados Unidos.
Enfim, mais uma desilusão para quem tinha ilusões. Para esses, o melhor é esperarem pelo próximo presidente americano, talvez seja um índio apache, descendente dos que sobreviveram à amizade anglo-saxónica.

Saudações monárquicas

sábado, julho 16, 2011

‘Pai Soares’

Foi nome de cavaleiro, um dos apoiantes de Afonso Henriques, mas hoje os pergaminhos são outros. Mário Soares, pai desta terceira república, intimou os dois candidatos à liderança do PS a não cederem na revisão constitucional. Não se muda nada, nem uma vírgula!
Nada que nos espante, pois há muito que sabemos que a dita constituição, longe de ser uma referência para todos os portugueses, serve apenas os desígnios de uma facção, de uns quantos que a usam para se perpetuarem no poder e nas mordomias.
Por isso enquanto ela não mudar, nada vai mudar em Portugal. O estado continuará a ser gordo e socialista, os poderes ocultos continuarão a manobrar à vontade, porque uma constituição com trezentos artigos (uma das maiores do mundo!) dá para tudo. Dá, por exemplo, para bloquear qualquer iniciativa que ponha em causa os interesses da casta dominante. Dá para manter uma enorme vozearia de ‘esquerda’ contra qualquer medida que o governo anuncie. Vozearia, diga-se, completamente desconforme com os resultados eleitorais. Como agora se viu em relação à sobretaxa extraordinária: - unidos pela constituição, PS, PCP, BE e PEV, este último com a particularidade de nunca ter ido a votos, arrebatam o tempo de antena, e zurzem nos dois intrusos!
E quem são os dois intrusos?! São os partidos a quem os portugueses confiaram o governo de salvação do país, mas que provávelmente não o podem salvar porque a constituição não permite! Porque Soares não permite. Curioso país, não acham?!

‘Pai Soares’ pode (por enquanto) dormir descansado. A sua terceira república vai continuar a ser de esquerda, o seu partido socialista vai continuar a dar cartas, e a sua constituição continuará imutável. Até quando?! Até ao dia em que um qualquer golpe a há-de derrubar. Seguir-se-á então uma quarta república, que reclamará para si uma (nova!) constituição para Portugal!
Isto acontece num país com quase dez séculos de história, um país que tem concerteza uma constituição muito forte para aguentar com tantas constituições. O que me leva a concluir que talvez esteja na hora de restaurarmos a verdadeira constituição, a tal que é muito forte e vem resistindo a tudo.

Saudações monárquicas

quinta-feira, julho 14, 2011

Estamos fritos

A ideia persistente que nos é transmitida pode assim resumir-se: - o problema (a dívida) talvez exista mas a responsabilidade não é minha. Não é nossa. De quem é, então?!
Pois bem, é dos outros, é do excessivo poder das agências de rating, tem a ver com a crise financeira internacional, é concerteza da união europeia, que tarda em assumir as minhas (nossas) dívidas, é do capitalismo, do neoliberalismo triunfante, é da Grécia, da Irlanda, da China, da guerra entre o dólar e o euro, é tudo junto e ao mesmo tempo, e rematam, com a única verdade palpável: - porque estamos a viver uma época histórica sem precedentes! Eu podia acrescentar - infelizmente.
Em silêncio ficou a dívida que voluntáriamente fomos contraindo, ao longo de anos e anos de irresponsabilidade, vivendo acima das nossas posses, fazendo finca pé num socialismo de trazer por casa, na expectativa (também irresponsável) de que alguém haveria de pagar a factura, na crença (própria de ateus confessos) que o Estado (seja lá o que isso for) é entidade que faz milagres todos os dias!
Esta é a crónica habitual dos jornais, e é a conversa que se ouve (e vê) a todas as horas na televisão.
Conclusão: - estamos fritos. E bem fritos. Afinal quem espera alguma coisa de uma sociedade irresponsável (leia-se, infantil) só merece estar frito.

terça-feira, julho 12, 2011

Os dias difíceis

Quando de repente damos conta da enfermidade dos outros, esquecemo-nos um pouco de nós próprios e perguntamos se será importante ou útil emitirmos opiniões, deste ou daquele assunto, contemporâneo ou transacto, a economia do euro ou do dólar, a guerra financeira que move outras guerras, enfim, um mundo de trivialidades.
Mas a simples menção de escrever, se for cuidadosa e esforçada, talvez se justifique face á grandeza dos factos, da vida e da morte. Assim, assinalamos a morte de um príncipe católico que em vida se manteve príncipe e católico, naquilo que de essencial os distingue – o exemplo. Ao ponto de ser lícito afirmar que o planeta fica mais pobre com a sua ausência.
Além do exemplo cabe ainda acrescentar que em vida, Otão de Habsburgo, foi um homem clarividente. Previu a doença dos estados modernos, a doença da democracia totalitária, indefesa face aos interesses das castas e dos lobbies. Democracia totalitária pelo facto de todos serem eleitos da mesma maneira. Incluindo o árbitro do sistema!
O ‘interregno’ transcreveu em tempos uma pequena obra da autoria de Otão de Habsburgo – ‘A monarquia na era atómica’ – onde o ilustre pensador esclarece toda esta problemática.
Prova de que afinal continua vivo o herdeiro do Império Austro-húngaro! Império que não teve solução depois dos Habsburgos!

quinta-feira, julho 07, 2011

O lixo

A propósito de lixo, classificação com que fomos brindados por determinada agência de rating, decidi raciocinar (!) sobre uma hipótese académica: - imaginei-me um potencial investidor em Portugal. Medi riscos, vantagens, e cheguei às seguintes conclusões:

Dados positivos - O governo é novo, tem uma maioria a sustentá-lo, e mostra alguma vontade reformadora; positivo também o facto de alguns ministros serem independentes, no sentido de não pertencerem (pelo menos que se saiba) às tradicionais agremiações que controlam o aparelho de estado; e por falar em estado, o estado de necessidade em que o país se encontra também acaba por ser, pelas piores razões, um factor que pode ajudar às necessárias mudanças;

Dados negativos – Desde logo algumas reticências sobre o ímpeto reformador deste governo na medida em que não põe o acento tónico na revisão constitucional! O que leva a crer que não será desta que abandonaremos o socialismo, ou o seu caminho, e sabe-se como um estado a caminho do socialismo ainda engorda mais... pelo caminho! Caiem assim por terra todas as promessas de uma dieta eficaz, dieta que reduza de vez a dimensão e a gordura do Estado. Afinal, causa e consequência da dívida que nos asfixia.

Mas insistindo na meta patriótica a que me propus, ou seja, investir no país que me viu nascer, sou forçado a optar pelo 'investimento à portuguesa'! Que é grosso modo este: -



Resolvo os problemas burocráticos através do filho do meu tio; caixa de robalos incluída; insinuo-me no círculo restrito de uma daquelas agremiações mais ou menos secretas, mais ou menos partidárias, onde possa assegurar crédito, pareceres favoráveis, desembargos, nulidades úteis e inúteis, prescrições; escritório de advogados incluído; não me posso esquecer do futebol (uma entrevista a dizer que sou do Benfica e um jogador em carteira dão sempre jeito); tão pouco me vou esquecer da comunicação social; comunicação social amiga, já se vê, com um ou dois jornais incluídos; televisão?! Veremos.

Lá mais para a frente, quando o negócio prosperar, pensaremos numa fundação. E numa verba para o próximo centenário. A regra básica destes investimentos é nunca perder o Estado de vista. O Estado ou quem lá manda.

Dados estes passos (posso ter-me esquecido de algum) garanto-vos que é perfeitamente possível investir com sucesso em Portugal. O problema é que as agências de rating também sabem disto.

Saudações monárquicas

quarta-feira, julho 06, 2011

Antigamente…

Antigamente, quando tinha vinte anos, se me dissessem que no futuro existiriam comunidades terapêuticas para tomarem conta de adultos incapazes de se conduzirem como pessoas livres… eu não acreditava! E menos acreditava se me garantissem que se tratava de uma epidemia (ou doença civilizacional) que afectaria um número considerável de pessoas!
No outro lado da descrença, se soubéssemos que nos primórdios do século XXI, o dia-a-dia dos portugueses (e o dia a dia da união europeia) estaria resumido ao problema da dívida (e às correspondentes decisões das agências de notação) admito que nunca teríamos embarcado nesta aventura… da união europeia e do euro!
Haveria alternativa, perguntam-me?! E eu tenho apenas uma pergunta como resposta: - haveria alternativa ao consumo de drogas?! Melhor: - há alguma alternativa às dependências?!

Saudações monárquicas

domingo, julho 03, 2011

Os problemas sexuais da esquerda!

Nos últimos tempos, com uma frequência talvez exagerada, as questões relacionadas com o ‘amor’ (e seus derivados) têm vindo a tomar conta dos noticiários, all over the world, numa espécie de telenovela apimentada que o público já não dispensa. E não sei se por acaso ou má sorte, a verdade é que no centro da trama amorosa, se assim lhe podemos chamar, aparecem invariávelmente uma (ou mais) figuras da esquerda política! Seja nacional, seja internacional!
No plano nacional todos conhecemos o pendor da nossa esquerda parlamentar para se debruçar sobre tudo o que se relacione com as partes mais íntimas do ser humano. Quiçá numa tentativa de as estatizar! Com efeito, desde a defesa do aborto até ao casamento gay, a esquerda não descansou enquanto não fez aprovar a competente legislação sobre o assunto. E só não sabemos qual será a próxima iniciativa sobre a matéria, porque a imaginação também tem os seus limites!
Entretanto, no chamado reverso da medalha, a esquerda mantém um contencioso sexual com a maior parte das legislações em vigor, legislações que ajudou a criar mas que por ironia do destino, de tão puritanas em relação aos outros, caiem às vezes em cima da cabeça dos seus criadores!
Foi assim na Casa Pia, um problema que só encontrou solução (à esquerda) através das conhecidas ‘formas superiores de luta’, que em tradução livre significam - justiça corporativa, amiga do infractor, processo interminável, etc!
E é assim a propósito do recente caso Strauss-Khan, socialista francês que terá seduzido uma criada de hotel, que posteriormente o acusou de violação. Verdade, chantagem, ou ambas as coisas, aqui o que chama a atenção é o paralelismo entre a libertação de Pedroso (lembram-se do eco e do entusiasmo socialista na altura) e o mesmo eco que os media internacionais deram agora a uma simples alteração das medidas de coacção que impendem sobre o arguido!
O crime, tenha ou não existido, deixa de interessar (nunca interessou) se o arguido for um personagem de esquerda!
‘Assim vai o mundo – Actualidades francesas’! Lembram-se?!

terça-feira, junho 28, 2011

Diferentes dos gregos!

Ora bem, ainda não falámos da governança, por várias razões, sendo que a principal tem a ver com o facto de continuarmos convencidos (somos um bocadinho teimosos!) que temos um problema de regime e nestas circunstâncias, os governos, por mais bem intencionados que sejam, ficam-se por aí, pelas boas intenções.
Mas falemos um pouco do novo governo.

O ministro da economia deixou-me boa impressão! Tem ideias próprias o que incomoda sobremaneira os comentadores de serviço. Mais uma razão para o apreciarmos.
Os mesmos comentadores também opinam sobre Assunção Cristas. Afirmam que tem um ministério imenso! Tenho opinião diferente: - a agricultura não existe, as pescas também não, o mar é dos espanhóis, e o ambiente é fraco! Por conseguinte, se Assunção Cristas acrescentar alguma coisa a este deserto já fez um bom trabalho.
Uma palavra para Paula Teixeira da Cruz, mulher combativa que se propõe defrontar a justiça! A nossa velha justiça maçónica! Tarefa árdua, mas só uma mulher poderia (poderá) fazê-lo. Contra ela o facto de estar convencida que pode fazer alguma coisa sem mexer na constituição! Mesmo mexendo, vai ser o cabo dos trabalhos.

Quanto ao governo no seu conjunto, alguns sinais positivos e um negativo. Sinais positivos de algum espírito patriótico. O aspecto negativo prende-se com uma segunda encenação do ‘bom aluno de Bruxelas’, reprise pouco recomendável sabendo-se o que aconteceu com a estreia de Cavaco. Se bem me lembro, desfizemo-nos da nossa máquina produtiva a troco de subsídios... que o vento levou. Além de que numa união não devem existir nem alunos nem mestres, mas simplesmente parceiros que se respeitam entre si.
É claro que o actual estado de necessidade obriga a algumas piruetas, mas não me parece boa ideia colocarmos o acento tónico (das nossas convicções) naquilo que nos distingue da Grécia! Mas seremos assim tão diferentes dos gregos?!




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De facto, na Grécia existe corrupção e aqui em Portugal nunca se provou a sua existência. Também é verdade que na Grécia todos os dias se descobrem fraudes e aqui, quando abrimos um armário está tudo arrumadinho. Dizem-nos que na função pública grega há imensos motoristas para o mesmo automóvel e todos nós sabemos que em Portugal é ao contrário, o que existe é um enorme excedente de automóveis. São diferenças assinaláveis. Por outro lado os gregos parecem ter uma vocação especial para grandes eventos suportados por grandes obras públicas, e nada disso acontece em Portugal. Aqui, o Estado é um exemplo de modéstia e contenção. Outra diferença determinante tem a ver com a suposta reforma do Estado. Na Grécia, o Estado é irreformável, e em Portugal estamos cheios de esperança que continue tudo na mesma. Por último, a dívida grega é menor que a nossa, e isso também é uma diferença.

Aqui chegados, perante tais diferenças, talvez fosse preferível escolher uma estratégia diferente para convencer os credores de que estamos determinados a honrar os nossos compromissos. Até porque é feio fazermos queixinhas de um menino (da nossa escola) que afinal se porta tão mal como nós.

Saudações monárquicas

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Adenda:- Lamentávelmente, esqueci-me de enunciar uma importante diferença que nos distingue da Grécia, diferença real entre uma democracia (a grega) e a nossa 'ditadura democrática'. E explico: - a constituição grega permite que os gregos se pronunciem sobre o respectivo regime, e neste sentido, a verdade é que nos últimos cinquenta anos a Grécia já mudou da república para monarquia, regressando posteriormente ao regime republicano. Tudo isto através de referendos que expressaram a vontade soberana do povo grego. O contrário do que se passa em Portugal, onde a constituição proíbe que os portugueses se pronunciem sobre o regime, um atestado de menoridade e incapacidade que nos devia envergonhar a todos.

Mais uma razão para estarmos caladinhos no que se refere à Grécia.

sexta-feira, junho 24, 2011

O crepúsculo dos deuses

Não sei se já repararam mas os nossos ‘deuses europeístas’ andam a perder a crista! Aparecem cabisbaixos na televisão, estão menos confiantes, a tal Europa que ía tomar conta de nós (cama, mesa, bom ordenado e pouco trabalho) parece que está renitente, não quer continuar a sustentar-nos! No seu desespero, face a tanta realidade, falam na democracia da moeda única, que como sabemos nunca foi única, haja em vista ingleses e dinamarqueses, por exemplo. Agarram-se ao federalismo político (que nunca propuseram aos portugueses) como se existisse algum César disponível para nos reduzir à antiquíssima campina romana! Estão doidos e chamaram doidos a quem lhes disse a tempo que a ida (apressada) para a união europeia, não era mais do que uma fuga às nossas responsabilidades históricas. A descolonização exemplar, lembram-se?!
Pois se não tivemos capacidade para federar os nossos interesses imperiais (não é hora para termos medo das palavras) que interesse (para além da escravidão) tem o império alemão em nos manter na sua órbita?!
Eu bem sei, porque já ouvi, que há para aí alguns escuteiros que insistem em forçar a velhinha a atravessar a rua! Dizem estes idiotas que é do interesse dos alemães sustentar-nos a nós, aos gregos, etc., a quem precisar! Um argumento surreal! Típico de quem está habituado a viver à custa dos outros.

Um último parágrafo para a solidariedade europeia, derradeira tentativa para amolecer o coração dos credores. Pois bem, eu também não emprestaria mais dinheiro a um país que internamente não é solidário. Basta recordar que na união detemos o record da desigualdade entre ricos e pobres. E não queremos mudar. Não me refiro à bricolage das pequenas mudanças, não estou a falar das moscas. Refiro-me ao essencial, à constituição que não queremos mudar, ao estado socialista (oligárquico republicano) que ela contempla. E que também não queremos mudar. No fundo não queremos mudar nada que possa pôr em causa o actual regime, ainda que seja o regime o grande responsável pela situação a que chegámos. E porque não queremos mudar, não merecemos qualquer solidariedade.
Resta-nos pôr a valsa do centenário (da república) a tocar, e dançar até ao próximo iceberg. Que não está longe.


Saudações monárquicas

sexta-feira, junho 10, 2011

Raça de dia!

Hoje é dia da raça e por decreto somos todos da mesma raça, incluindo animais e plantas. Da mesma raça mas com algumas diferenças, por exemplo, há uma raça de portugueses que gostam de banca rota, e há outra que não. Outro exemplo, há uma raça que não se importa nada de ser governada por estrangeiros, e há outra que se importa. Mas a raça que a república mais gosta de cultivar (e aperfeiçoar) é aquela que vive e engorda à conta do estado, raça que enriqueceu muito a seguir ao 25 de Abril. Este é o momento para interromper o discurso (da raça) e dar um viva ao regime que assim permite tão fácil e promissora ascensão social! Bravo! Depois temos a raça dos quinhentos euros base, bastante numerosa, que protesta um bocadinho, mas não passa disso.
Esclarecidos sobre a raça, passemos a um dos dias mais enervantes (e fastidiosos) do calendário político! Piores (porque festejam guerras civis) só o cinco de Outubro e o 25 de Abril! No dez de Junho, à boleia de Camões, fazemos discursos vazios, que não mobilizam ninguém, não dão esperança a ninguém, e servem apenas para a nomenclatura se exibir e medalhar. Se acontece algum acto de justiça, é coisa rara. Aliás, uma nação outrora independente, e que (voluntáriamente) se transformou num protectorado, quanto mais não seja por uma questão de pudor, não devia auto promover-se (leia-se, festejar) nem dar medalhas a ninguém.
Tenho dito.

terça-feira, junho 07, 2011

A vaca sagrada

Uma vaca é uma vaca e pelo que sabemos precisa de um hectare para pastar e sobreviver. A vaca constituinte é mais exigente, precisa de uma área semelhante ao território nacional, precisa de dez milhões de pacóvios, e precisou de trinta e tal anos para nos levar à banca rota. Fora os ameaços!
E tudo isto para alimentar (eu diria, amamentar) uma ideia de esquerda e uns quantos espertalhões.
Os espertalhões são conhecidos, manobram os partidos do centrão, sustentam a esquerda radical, suportam uma esquerda obsoleta, para o que der e vier, e proíbem ou inviabilizam os partidos de direita, que ao mínimo gesto são imediatamente apodados de fascistas. É este o trabalho da vaca. Aliás, como alguém já salientou, Portugal tem sido governado, não pelo governo que sai das urnas, mas pelos chamados constitucionalistas e respectivo tribunal. Que de tribunal guarda apenas o nome, uma vez que são os partidos quem nomeia uma boa parte dos ‘juizes’.
Portanto e por conseguinte enquanto não tratarmos convenientemente da vaca sagrada… vamos manter a mesma religião. Religião de estado, naturalmente. Há quem goste, eu não.


Saudações monárquicas

segunda-feira, junho 06, 2011

Sensações eleitorais

Empate técnico – como na altura escrevi, tratou-se de um embuste, um frete da comunicação social (e das empresas de sondagens) para manter o PS em jogo, segurando algum eleitorado que costuma desertar aos primeiros sinais de derrota. Ao PSD, a história do empate técnico também deu jeito reforçando o voto útil pela necessidade de assegurar a vitória. Principais vítimas: - os partidos das franjas, incluindo o CDS.
Uma conclusão podemos retirar: - as ‘sondagens’ (todas elas) enganaram sistemáticamente o eleitorado e com isso influenciaram, para além do admissível, os resultados eleitorais. É portanto assunto para a CNE se debruçar… se tiver coragem.
Assim, se quisermos fazer um exercício de ‘verdade eleitoral’, diríamos que o PS tem dois ou três pontos a mais (ficaria na zona dos 25%) e que o CDS tem dois ou três pontos a menos (ficaria na zona dos 13%). O Bloco de Esquerda, por sua vez, obteria mais um ponto percentual, situando-se nos 6%. PCP e PSD atingiram o seu limite, o primeiro alicerçado num discurso de protesto, a puxar ao patriótico (!), o segundo capitalizando o desejo de mudança e algum voto útil… com a tal ajuda do ‘empate técnico’.
A terminar esta análise é justo salientar que o ‘empate técnico’ também prejudicou os chamados pequenos partidos, alguns dos quais viram aumentada a sua votação mas insuficiente para eleger um deputado.

Em próximo postal explicarei o semi desaire do CDS (a incapacidade de Portas assumir a direita) e abordarei mais uma vez a vaca sagrada, ou seja, a constituição, grande responsável pelo impasse nacional e pelo atraso em que nos encontramos. Não me esquecerei de falar de alguns sociais-democratas (ex. Paula Teixeira da Cruz, combativa, mas…) que afirmam que a revisão constitucional não é prioritária, e muito logicamente reafirmam que o PSD é um partido de esquerda. Eu já sabia, o que pergunto é quem é que representa a direita… ‘se nem tu, Portas, a queres representar’?!
Vamos continuar com um país coxo?

Saudações monárquicas

quarta-feira, junho 01, 2011

Sugestão: Uma troika portuguesa

Está na hora de nomear uma troika portuguesa que se encarregue de governar o país nos próximos tempos. Explico: - seria um governo comandado por três personalidades suficientemente credíveis, governo esse que deveria ter o apoio explícito dos três maiores partidos da AR. Estes partidos teriam em relação a esta troika portuguesa o mesmo comportamento que tiveram em relação à outra (a estrangeira), ou seja, assinariam um 'memorando' concordando com as medidas que o futuro governo haveria de propor, medidas essenciais para sairmos do poço onde caímos, e da indigna situação de protectorado em que nos constituímos. Apoio que se poderia alargar, em casos pontuais, aos restantes partidos com assento parlamentar.




As ditas personalidades, tal como o resto do governo, seriam escolhidas (pelos três partidos mais votados) a partir de um leque de pessoas muito restrito, e onde estariam nomes como: - Rui Rio, Medina Carreira, Guilherme Oliveira Martins, Campos e Cunha, António Barreto, Ribeiro e Castro, Bagão Félix (passe o nacional-benfiquismo), Lobo Xavier, Pacheco Pereira e poucos mais. De fora do governo ficariam obrigatóriamente os secretários gerais dos três partidos do arco governamental. O leader da troika (e do governo) mas apenas por questões formais, seria um elemento ligado ao partido mais votado nas eleições que se avizinham.



E pronto. A partir daqui, toca a trabalhar, toca a alargar a base social de apoio a este governo, e para isso nada melhor do que preparar (e executar) uma revisão constitucional que elimine metade dos actuais trezentos artigos, com especial enfoque nas normas controversas, obscuras, e fracturantes. E que impedem que Portugal levante a cabeça.




Saudações monárquicas

segunda-feira, maio 30, 2011

O meu voto

Desde o 25 de Abril que venho cumprindo, sem grande entusiasmo diga-se, o dever de votar num partido político que governe (ou ajude a governar) o país. Nas eleições para a chefia de estado, e como é óbvio, nunca votei, nas eleições autárquicas, embora discordando da intromissão partidária, às vezes voto, outras vezes nem tanto. Nem tanto porque entendo que estas eleições deveriam reduzir-se à escolha de um presidente de câmara e respectivo programa. Para além disso todos os que visitam o ‘interregno’ sabem da minha inclinação em favor de um regionalismo progressivo começando pelas regiões mais pobres e desertificadas do país.

Feita a história da minha vida eleitoral, falta naturalmente revelar em quem tenho votado ao longo destes trinta e tal anos de democracia limitada. Pois bem, nos primórdios votei sempre no Partido Popular Monárquico e só deixei de nele votar quando foi assaltado por uma deriva republicana que punha em causa a essência da monarquia, qual é, em monarquia não há candidatos a rei. O PPM entrou entretanto em agonia e passei a votar no CDS na expectativa que se transformasse num verdadeiro partido conservador. Um partido que propusesse e defendesse uma sociedade com valores, valores próprios e próximos da nossa matriz cultural.

Infelizmente o CDS/PP não tem conseguido afirmar-se como esse grande pólo aglutinador, muito por culpa da existência de um partido híbrido chamado PPD/PSD, mas também por culpas próprias. A verdade é que tem preferido o imediatismo do poder, nem que seja em subalternidade absoluta, a uma política de fundo que constitua verdadeira alternativa a um ‘país de esquerda’! E particularmente nestas eleições, onde pelo facto de já haver um programa de governo (ditado de fora!) se abria uma oportunidade para marcar uma posição doutrinária, nem assim o CDS se convenceu a abandonar o tacticismo daquilo a que podemos apelidar de ‘política da unidose’. Esperava mais, muito mais. E já nem falo na renovação das caras e das cabeças, absolutamente necessária, quando sabemos que muitos daqueles que surgem em lugares elegíveis são meros ‘companheiros de jornada’ da esquerda do aborto, dos casamentos gays, e amanhã, quem sabe, da eutanásia. Numa imagem de defeso futebolístico, isto é tudo pessoal para transferir rápidamente para o PS e BE… e ainda ganhar algum dinheiro com o negócio.

Aqui chegados e para terminar, eu tinha razão quando defendi a existência e valorização de um partido monárquico (sem prejuizo do papel reservado às associações reais) que lutasse abertamente pela mudança de regime, sem conversas ecológicas ou outros moinhos de vento similares. Assim, eu já teria partido onde votar e Portugal voltava a falar de monarquia… já.

Saudações monárquicas

domingo, maio 29, 2011

As palavras dos outros

(...)



Quis a ironia do destino, ou melhor, quis o povo que Portugal tivesse ao leme dos seus destinos, há mais de cinco anos, um homem que, estou em crer, a História se encarregará de caracterizar melhor do que eu! José Sócrates Pinto de Sousa, que fez questão de adoptar o mais estranho dos seus nomes para sua chancela, quiçá procurando algum paralelo com o mais brilhante de todos os filósofos, mas esquecendo que o seu percurso tem tornado pecaminosa tal analogia, pois não haverá melhor exemplo de contradição.
Este homem foi eleito, como aliás acontece sempre em Portugal, não por qualquer mérito, mas por demérito de quem o antecedeu.

Em Portugal ninguém ganha eleições; em Portugal apenas se perdem eleições. Os parcos horizontes mentais do meio país que vota desde o 25 de Abril, e a competência revelada pelos políticos, impedem que alguém ganhe eleições e fazem com que apenas o PS e o PSD percam eleições. Em 2005, o sábio povo, mais uma vez para castigar quem não lhes agradou, podia ter feito mil coisas, entre elas colocar no poder gente nova, partidos novos, de esquerda, direita, do centro, votarem todos em branco, votarem todos nulo... enfim; mas não! Como é apanágio na «democratura» tuga, castiga-se o peixe, votando na carne e castiga-se a carne, votando no peixe. Pior que isso, e constatando que o peixe é podre e a carne é putrefacta há décadas, perpetuam esse enjoativo jogo, num frenético exercício masoquista.

Claro que estas coisas são lentas no tempo, mas o tempo acaba por chegar e damos por nós, hoje em dia, de caras com a inquietante factura desse mórbido ritual de troca bipolar de poder, assente na legitimidade do voto da populaça!


(...)




Excerto de um texto da autoria de Paulo Carvalho, texto a que o autor deu o sugestivo título: - 'A epopeia de um déspota e a estratégia dos media: ensaio sobre um país à beira do caos!'

sexta-feira, maio 27, 2011

Não investiguem que não é preciso!

O eco de uma nova investigação judiciária entra-me pelos ouvidos, tinge de emoção os escaparates, e eu grito, não, não investiguem, estejam quietos, não me andem a gastar o (que resta) do dinheiro dos contribuintes em... denúncias, pistas, escutas, meios de prova, audições, inquéritos, advogados, procuradores, juízes, polícias, fardados, desfardados, quilos de papel, toneladas de televisão, e o corrupio constante dos jornalistas, as declarações, os desmentidos, os processos, e os arguidos, as testemunhas, os recursos, os incidentes, coincidentes, as nulidades, e recomeçar tudo de novo… para dar tudo em nada, decorrido o tempo necessário!
Há uma lista da república, eu já expliquei isto, uma lista que deve ser consultada antes de qualquer mega operação judiciária. É uma lista elementar, baseada na experiência (centenária) do regime, lista composta por um conjunto de pessoas e instituições inimputáveis, que não devem ser incomodadas. O motivo é simples: - jamais se sentarão no banco dos réus! A justiça portuguesa tem essa lista, eu por acaso conheço-a, posso disponibilizá-la, se tiverem alguma dúvida perguntem-me. Por exemplo, neste caso dos guarda-redes do Benfica, digo-vos que não vale a pena aprofundar o assunto. Faz parte da lista. Está tudo inocente concerteza. Se fosse algum clube dos regionais, desses que movimentam milhões de euros, compreendia-se o sentido da investigação. Agora o Benfica… nem pensar. E o Estado ainda se arrisca a ter que pagar uma indemnização por ofensas à honra e ao bom nome. Isto é só um exemplo.


Saudações azuis

quarta-feira, maio 25, 2011

Sondagens ao minuto!

Saí de casa pela manhã e resolvi perguntar às primeiras cinco pessoas que comigo se cruzaram, qual o partido em que tencionavam votar nas próximas eleições. Uma não sabia, outra estava indecisa, uma terceira mandou-me passear, e as duas restantes confessaram a sua paixão por Sócrates. De posse destes elementos, fui ao pão, comprei meia dúzia de sardinhas para o almoço e fechei-me em casa a estudar todas estas variáveis. Fiz um gráfico, duas curvas, e com uma margem de erro de duas pessoas, concluí que o PS ganhava com maioria absoluta! Pena que não possa publicar estes resultados porque havia aqui matéria para um dia inteiro de análises e comentários.

Mais a sério, a verdade é que os portugueses têm tendência para desacreditar tudo aquilo em que mexem. Já desacreditaram a democracia e agora, na ânsia de manterem Sócrates em jogo, inventam empates (técnicos!) onde não existem, ou só existem na imaginação de alguns mentecaptos. Mas atenção, há muita gente a ganhar dinheiro com estas brincadeiras! Televisões, jornalistas, comentadores, e naturalmente anunciantes, todos eles se pelam por notícias que alimentem a clubite partidária, porque é de clubite partidária que se trata, nada mais do que isso. Nem me admiraria que até ao fim da campanha surjam apostas, sorteios, prémios e raspadinhas! Vale tudo na nossa pequena vida virtual.
E vivam as eleições! Quantas mais melhor!

Saudações monárquicas