sexta-feira, junho 24, 2011

O crepúsculo dos deuses

Não sei se já repararam mas os nossos ‘deuses europeístas’ andam a perder a crista! Aparecem cabisbaixos na televisão, estão menos confiantes, a tal Europa que ía tomar conta de nós (cama, mesa, bom ordenado e pouco trabalho) parece que está renitente, não quer continuar a sustentar-nos! No seu desespero, face a tanta realidade, falam na democracia da moeda única, que como sabemos nunca foi única, haja em vista ingleses e dinamarqueses, por exemplo. Agarram-se ao federalismo político (que nunca propuseram aos portugueses) como se existisse algum César disponível para nos reduzir à antiquíssima campina romana! Estão doidos e chamaram doidos a quem lhes disse a tempo que a ida (apressada) para a união europeia, não era mais do que uma fuga às nossas responsabilidades históricas. A descolonização exemplar, lembram-se?!
Pois se não tivemos capacidade para federar os nossos interesses imperiais (não é hora para termos medo das palavras) que interesse (para além da escravidão) tem o império alemão em nos manter na sua órbita?!
Eu bem sei, porque já ouvi, que há para aí alguns escuteiros que insistem em forçar a velhinha a atravessar a rua! Dizem estes idiotas que é do interesse dos alemães sustentar-nos a nós, aos gregos, etc., a quem precisar! Um argumento surreal! Típico de quem está habituado a viver à custa dos outros.

Um último parágrafo para a solidariedade europeia, derradeira tentativa para amolecer o coração dos credores. Pois bem, eu também não emprestaria mais dinheiro a um país que internamente não é solidário. Basta recordar que na união detemos o record da desigualdade entre ricos e pobres. E não queremos mudar. Não me refiro à bricolage das pequenas mudanças, não estou a falar das moscas. Refiro-me ao essencial, à constituição que não queremos mudar, ao estado socialista (oligárquico republicano) que ela contempla. E que também não queremos mudar. No fundo não queremos mudar nada que possa pôr em causa o actual regime, ainda que seja o regime o grande responsável pela situação a que chegámos. E porque não queremos mudar, não merecemos qualquer solidariedade.
Resta-nos pôr a valsa do centenário (da república) a tocar, e dançar até ao próximo iceberg. Que não está longe.


Saudações monárquicas

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