quarta-feira, junho 29, 2016

Um bico de obra para a Alemanha!

A Inglaterra, mesmo em part time, equilibrava politicamente a união europeia. E acabava por validar o jugo suave que a Alemanha exercia sobre os restantes membros. Esta supremacia alemã era aceite como natural e a senhora Merkel gostava que assim fosse, por muitos e bons anos!
Sem a Inglaterra tudo se altera, rompe-se aquele equilíbrio, e a Alemanha, ainda que o não queira, vai ser obrigada a liderar os vinte e sete. Será uma liderança  mais impositiva, nomeadamente em relação aos incumpridores, sob pena de haver mais abandonos. Refiro-me aos contribuintes líquidos, porque os outros só sairão se encontrarem alternativa que os sustente! O problema é que este novo figurino tem custos políticos para os alemães. E não serão poucos. Não tardará muito e logo hão-de surgir as comparações com o passado! Ora isto é tudo o que a Alemanha não quer.


Saudações monárquicas

segunda-feira, junho 27, 2016

Ligar a BBC!

Voltámos ao tempo da contra informação, quando era preciso sintonizar a BBC para sabermos ao certo o que acontece no mundo. Sobre as eleições espanholas nada. A nossa televisão, em todos os canais noticiosos, escalpelizava pela enésima vez a vitória contra a Croácia! O problema, se bem percebi, resolveu-se ‘entre linhas’ e com a entrada oportuna de Quaresma! Mais tarde, em linguagem de esquerda, lá conseguimos perceber que o PP tinha sido o vencedor. Foi o único a ganhar votos e deputados o que segundo os ‘correspondentes’ que temos, deixa a Espanha ingovernável! As imagens também não ajudam: - só vislumbramos o pretensioso socialista a culpar o Iglésias (ou seria os espanhóis?!) pelo avanço da direita, enquanto o líder do Podemos sorri para as câmaras depois de perder mais de um milhão de votos! Para a nossa comunicação social o que o Mariano Rajoy tinha para dizer, não interessa. E continuámos a analisar o golo do Quaresma.



Saudações monárquicas

sábado, junho 25, 2016

Mais preocupados que os ingleses!

É preciso ter muita paciência para ouvir (e compreender) o marido enganado! Nomeadamente quando expressa as suas preocupações sobre o futuro da ex-mulher, entretanto nos braços de outro! Diz que vai ser infeliz, que a libra vai cair, a bolsa também, mas no fim do dia quem caiu foi ele!

Começámos com Costa (esperto) a invocar o Tratado de Windsor (que a população não conhece) e a esquecer-se do tratado da União! No final, a custo, lá admitiu que não foi um acontecimento feliz para a Europa! Marcelo alinhou pelo mesmo diapasão mas julgo que não se referiu ao velho tratado! No mais, foi um imenso carpir de mágoas pela sorte dos ingleses! Políticos, comentadores, euro-entusiastas, aspirantes a burocratas, pareciam videntes! E adivinharam perigos, divórcios, o fim do império inglês! Sobre o futuro dos vinte e sete, pouco adiantaram.
Acabei por ficar, também eu, preocupado. Mas depois lembrei-me da velha frase de Salazar – ‘Portugal não é só uma nação europeia e tende cada vez mais a sê-lo cada vez menos’… e descansei. O homem de Santa Comba não soube sair nem assegurar a continuidade mas parvo não era. E via longe.


Saudações monárquicas

quinta-feira, junho 23, 2016

O regime fechado numa caixa!

O final dos regimes é sempre igual! Cumpre-se a dialéctica - vão-se fechando, a nomenclatura une-se, os muros sobem na proporção das investidas, e as leis, servem apenas para se protegerem. Com a justiça domesticada, se alguém ousa incomodar, é de imediato ameaçado com processos e recursos. Hoje, com a Caixa Geral de Depósitos no epicentro da crise, percebe-se que o regime abanou. Por isso querem fechar a sete chaves os segredos daquela instituição! E há falta de argumentos substantivos vale tudo - desculpas esfarrapadas, habilidades processuais, guerrilha partidária, e outras adjectividades! Como se não fosse importante saber qual é o montante da recapitalização e a origem do descalabro! Resumindo, o povo português que é o dono daquela instituição não tem o direito de saber nada!

Há outra hipótese: - se calhar o povo português está equivocado quando pensa que a Caixa é um banco público! Se calhar não é. E pelo andar da carruagem tudo indica tratar-se de um banco privado, eu diria privadíssimo, e cuja principal função é assegurar o bem estar dos seus accionistas. O problema é que ninguém quer revelar o nome dos (verdadeiros) accionistas, os empréstimos feitos, os destinatários, e a justificação dos mesmos! Mas querem que os não accionistas, ou seja, querem que o povo português pague a factura! E assim é complicado.

Saudações monárquicas

domingo, junho 19, 2016

Pão e circo!

Li no Correio da Manhã a coluna de João Pereira Coutinho onde este justificava a ‘doença da bola’ (que sofremos) com a situação política social e económica em que vivemos. Concordo com a justificação mas é preciso inscrever mais qualquer coisa no diagnóstico. Em primeiro lugar deve dizer-se que a doença é perigosa sendo portanto necessário denunciar a origem. Não basta dizer, e transcrevo: – ‘É a expressão de um país acabrunhado que só encontra nas chuteiras uma causa – e um sentido’!*

É preciso descer um pouco mais fundo. Precisamos de denunciar quem ganha com esta doença, quem está interessado em perpetuá-la. Para mim não restam dúvidas: - este estado de coisas interessa sobremaneira ao regime e aos seus apaniguados. Do mais alto funcionário do estado ao mais baixo nenhum tem interesse em combater a doença. Ela é a garantia de que tudo continuará na mesma. E se o assunto vem à baila encontram maneira de o explicar na base de um patriotismo espontâneo comparável ao que acontece noutros países europeus! Não é verdade. Os outros países europeus também gostam de futebol mas não andam a reboque das chuteiras. Têm outras prioridades, desenvolvem-se, crescem, e fazem-no sem dívidas que não possam pagar. Por cá há sempre dinheiro para alimentar a febre da bola.

Nesta altura recordo o que ouvi dizer sobre os últimos dias de Bizâncio! Com os turcos já perto das suas muralhas os bizantinos continuavam a matar o tempo a jogar. Os partidos políticos estavam reduzidos a dois - o partido das quadrigas azuis e o partido das quadrigas verdes! 'Partidos' que discutiam numa corrida a sorte do império. Que ruiu fragorosamente como todos sabemos.



Saudações monárquicas


* CM de 18/06/2016 

quinta-feira, junho 16, 2016

Para que serve esta república?!

A pergunta pode não ocorrer a muitos portugueses, iludidos com outras explicações, incapazes de relacionar o regime que têm com a pouca vergonha que se passa, mas esse é o estado a que chegámos e não por acaso. Tal incapacidade é o fruto programado de três repúblicas que já levamos, diferentes na forma, não na substância.

Chegou agora a vez da Caixa Geral de Depósitos! Foi assaltada, serviram-se dela para satisfazer as necessidades da nomenclatura, a lista de devedores (dívidas eternas) que já se conhece não deixa dúvidas a ninguém. Os contribuintes vão ter que pagar mais um desvario. Imparidades, dizem eles! A parte positiva, se é que há alguma parte positiva na desgraça, é que cai por terra o mito e argumento (comunista) da banca nacionalizada. E já agora todos os mitos e argumentos em favor da bondade do serviço público sobre o serviço privado. Sim, estou a falar da ‘escola pública’, da ‘saúde pública’, dos ‘transportes públicos’, etc. As aspas têm a ver com a propaganda associada a tais expressões. Mas como eu dizia, em república, aquela bondade ainda está por provar. E já lá vão muitos séculos. As coisas pioram e tornam-se mais confusas quando estamos a falar de um país onde é muito difícil separar o público do privado! Tal é a promiscuidade e o compadrio!

Mas adiante. Reformulemos então a pergunta que tem, penso eu, uma resposta imediata: - esta república serve apenas os interesses da sua nomenclatura. Se por acaso contempla outros, é por coincidência ou por necessidade estrita de se manter no poder. Sobre a nomenclatura, o que a ciência política nos diz é mais ou menos o seguinte: - trata-se de uma inevitável excrescência de qualquer revolução, produto da mesma, e que no começo julga servir a comunidade, e como tal é aceite, mas depois acaba a servir-se a si e aos seus. Isto também é inevitável

À pergunta porque é que em monarquia não é assim?! Ou melhor, porque é que em monarquia não é possível assaltar o estado e a partir daí construir uma teia de cumplicidades semelhante a um polvo, a resposta é fácil e não me canso de a repetir: - Porque existe o Rei, por natureza livre e independente, e não pertencendo a qualquer grupo só ele está em condições de defender a república dela própria. Ele pode ser um melhor ou pior chefe de estado, mas nunca será o chefe de uma corporação de interesses. Sejam eles claros ou ocultos. E isso faz toda a diferença num país e no comportamento cívico da respectiva comunidade.



Saudações monárquicas

terça-feira, junho 07, 2016

Coincidências

Vale e Azevedo saiu em liberdade condicional e nas parcas declarações prestadas pela sua advogada a única coisa que percebi é que o grande problema do seu constituinte foi (é) ‘o Benfica’! Folheia-se um jornal qualquer e nas primeiras páginas aparecem rostos conhecidos a braços com a justiça! Nada mais nada menos que ex-presidentes e ex-dirigentes do Benfica. Também há do Sporting! Estou até convencido que se investigássemos mais a fundo conseguíamos encontrar outros indícios de que o futebol é em Portugal uma espécie de biombo (ou álibi) atrás do qual se desenvolvem actividades e negócios demasiado suspeitos. Curiosamente ninguém quer retirar qualquer ilacção deste facto! O máximo que poderemos ouvir é aquela frase encantadora de que a justiça está a funcionar! Eu tenho outra opinião sobre o assunto, inclino-me para outra hipótese: - para o medo que quer a justiça, quer o governo, quer os restantes órgãos de soberania têm do futebol e da popularidade do mesmo! Responsabilizar os clubes como pessoas colectivas que são, nem pensar! É mais fácil culpar os dirigentes quando deixam de o ser! E termino com outra conclusão: - temos clubes grandes de mais para o país que somos. Em contrapartida temos clubes pequenos demais para o país que devíamos ser. E isto não é coincidência.



Saudações monárquicas


Nota: Deve haver outros temas neste país sem ser a corrupção e o futebol nela! Mas está difícil descobrir. E quando se descobre vai desaguar no mesmo.  

quarta-feira, junho 01, 2016

A terra dos inocentes!

Este é o país dos recursos… para quem tem recursos naturalmente. Mas a justiça portuguesa tem sempre um recurso. Um, não, vários! E quando não tem é porque prescreveu. Nesse caso nem sequer houve justiça! Assim, a expressão - sentença transitada em julgado - não traz qualquer segurança às partes. Bem pelo contrário. É apenas a entrada num purgatório onde as almas esperam por novo julgamento e nova sentença. Aqui não se condena, nem se absolve ninguém! É como se o estado laico, de tanto atacar a Igreja Católica, se tenha convertido ao ‘inimigo’ e espere pela eternidade para que (finalmente) se faça justiça!

Portanto, a segurança jurídica não existe a não ser que estejam em causa os interesses (sacrossantos) de alguma instituição do regime. Nestes casos, porém, o que se pretende é arranjar um bode expiatório (à boa maneira judaica) para assim ilibar o verdadeiro prevaricador! Temos vários exemplos desta excepção mas o mais paradigmático é João Vale e Azevedo! Um eterno condenado por ter feito imensas malfeitorias enquanto era presidente do Benfica! E vamos ter concerteza outro bode expiatório semelhante: - Pereira Cristóvão, ex-dirigente do Sporting! Nestas situações, por mais recursos que se interponham, a sentença vai sempre no mesmo sentido e tende a agravar-se!

Mas como referi acima, tirando estas excepções e os motivos que as justificam, o normal é caminharmos, de recurso em recurso, para a inocência dos arguidos já condenados. E vou outra vez aos exemplos do futebol porque nas outras áreas da vida social é mais difícil encontrar pessoas importantes que não tenham sido posteriormente absolvidas. Pois bem, dez anos depois de ter sido condenado a descer de divisão, bem ou mal, pouco interessa agora, o Gil Vicente acabou de ganhar um recurso numa Relação qualquer, sentença que põe na estaca zero tudo o que aconteceu entretanto! Ora aqui está a nossa magnífica justiça a funcionar!
A funcionar e sem perder de vista o seu carácter bíblico! Quem não gostaria de voltar dez anos atrás?! Dez anos mais novo! E porque não mais?! Se para isso basta um recurso e uma sentença!


Saudações monárquicas