sábado, março 31, 2018

Falsa partida

A saúde está primeiro!
Dizia o velho letreiro
Das viagens siderais

Comprou bilhete e esperou

O foguete não parou
Ficou sozinho no cais

Lembrou-se então de rezar

Pediu a Deus pra deixar
A sua alma em repouso

Mas o Todo-poderoso

Nesse dia tortuoso
Disse-lhe meio a brincar:

Da alma tens que tratar

Do corpo não tenhas medo
É cedo pra viajar!

Uma boa Páscoa


terça-feira, março 20, 2018

Quinas de Ouro

Não sou muito dado a este tipo de acontecimentos, cheiram-me sempre a propaganda política misturada com as negociatas da bola. Este ano então a hipocrisia esteve em alta! Toda a gente a sorrir e a elogiar o futebol português como se de repente o mar de lama se transformasse em água cristalina! Igual a isto só o Sócrates ser convidado para ir a uma universidade discursar sobre economia! Da banca rota, só pode! Mas tirando isto e as graçolas do Ronaldo sobre recordes e filhos de aluguer, é justo que se diga bem de alguma coisa. E digo. Gostei de saber que Peyroteo, o grande goleador leonino do passado, ganhou o prémio de carreira! Ainda que não conheça o regulamento nem quais foram até à data os anteriores galardoados, parece-me um prémio que faz sentido. Mas daqui, e porque não sou inocente, posso também concluir que afinal a Federação cedeu às reivindicações do Sporting no sentido de colocar Peyroteo no mesmo plano de Eusébio. E ao mesmo tempo valorizar os campeões do passado. Não estou a fazer juízos de valor estou apenas a constatar um facto. E este facto interessa-me e interessa ao Belenenses. Daqui à equiparação dos campeonatos de Portugal aos campeonatos nacionais vai um pequeno passo. É bom que seja dado.  E então talvez o próximo nomeado para o prémio de carreira seja Artur José Pereira que curiosamente também jogou no Benfica e no Sporting... antes de fundar o Belenenses! Faz todo o sentido.


Saudações azuis   

sexta-feira, março 16, 2018

‘Clube querido’

Os portugueses ouviram o diálogo entre Negrão, actual chefe de fila do PSD, e o chefe do governo António Costa, sobre a violação do sistema informático da Justiça. Um diálogo sobre o ‘clube querido’, como ambos fizeram questão de salientar! Em plena assembleia da república, note-se. Também repararam na bonomia com que Costa desvalorizou o assunto, prática aliás em que é useiro e vezeiro! E o remate irónico com que se congratulou com a descoberta dos autores - foi a primeira vez, disse - tem qualquer coisa de socrático! O resto é tudo natural. Usar a palavra passe de uma alta magistrada, por acaso assessora de Maria José Morgado, a grande justiceira do apito dourado, tudo isso é normal. Inclusivé os fortes indícios de corrupção! Pois a dita violação só é inteligível, se for a benefício do ‘clube querido’! Normal também.

Que diferença para Passos Coelho que nunca vi em camarotes do futebol e que ainda hoje não sei qual é o seu ‘clube querido’. Que diferença entre um estadista e um… Deixo o adjectivo ao vosso alto critério.


Saudações monárquicas  

quarta-feira, março 14, 2018

A nacionalização do tempo!

Morreu um cientista, um homem muito considerado pela sua inteligência e, porque não dizê-lo, pela sua condição de enfermo de uma longa doença degenerativa. Com uma fé inabalável na ciência explicou que Deus não existe. Ou só existe enquanto a ciência não conseguir decifrar todos os seus mistérios. E o mundo que ouviu a revelação irá durante algum tempo discutir o assunto e depois continuará a girar sem uma explicação mais convincente.


Relacionei este acontecimento com as tempestades que são hoje propriedade do estado e obedecem cegamente ao diário da república. Hoje estamos em alerta amarelo, amanhã de outra cor, e a vida organiza-se em função deste espectro mas onde falta sempre o arco iris. Que não é milagre uma vez que já foi apropriado pela ciência. Mais tarde seremos nós. Na ciência não há milagres.

sábado, março 10, 2018

‘Georges, anda ver o meu país…’

De toupeiras!
E de repente, no meio das trevas, descobrimos que Portugal ameaça ruir!
Há fissuras na ponte, os sinos de Mafra podem calar-se e a própria catedral da Luz, matriz do regime, onde se ordenam árbitros e se papam almoços, parece estar cheia de toupeiras! Que escavam buracos, túneis, galerias imensas que abalam o subsolo da justiça! E os subterrâneos do poder.

António Nobre! Perdoa-me a ousadia e o mau gosto de ter usado os teus versos… para descrever o indescritível! Foi o que me ocorreu de repente. Por contraste, aqui ficam as primeiras estrofes do teu lindo poema:

‘Georges! Anda ver o meu país de marinheiros
O meu país das naus, de esquadras e de frotas!
Oh as lanchas dos poveiros
A saírem da barra, entre ondas de gaivotas…’



Saudações monárquicas   

quinta-feira, março 08, 2018

O estado da nação

Ele há coincidências que não enganam e como tal reclamam a devida publicidade. Não sei se já repararam mas desde que o assessor jurídico do Benfica foi detido, os canais de televisão foram imediatamente invadidos pela mesma fauna que nos habituámos a ver quando o antigo primeiro-ministro José Sócrates foi também ele detido! Sintoma de que a situação é gravíssima. Gravíssima para os interesses do regime e de um dos seus principais fundamentos – a batota, em todas as suas dimensões, e o espirito de seita. É por isso que eu me rio quando oiço desvalorizar as contrapartidas (bilhetes e camisolas) que sustentam o presumível crime de corrupção. De facto, e tal como nos bilhetes do Centeno, o que pode estar aqui em causa é um crime diferente e mais grave do que a corrupção. Não exige contrapartidas, é concebido e executado por fanatismo, amor à causa, ou à camisola, e os seus autores não medem consequências. Ou porque não têm escrúpulos ou porque pensam ter as costas quentes.

Ora bem, este perfil assemelha-se mais a associação de malfeitores e costuma estar na base dos movimentos terroristas. Se a isto juntarmos a impunidade das claques e a fragilidade dos governos temos o caldo de cultura que o procurador de Aveiro antecipou no processo face oculta. Estamos indefesos perante atentados ao estado de direito. Ninguém o diz, mas todos sabem que isto foi longe demais. E agora… Marcelo?!


Saudações monárquicas

terça-feira, março 06, 2018

O Benfica é inimputável?!

Na república portuguesa há um conjunto de entidades que estão acima de qualquer suspeita para não dizer que estão acima da lei! Uma espécie de intocáveis, pilares da nação, etc. Vem isto a propósito da detenção do assessor jurídico do Benfica suspeito de ter subornado funcionários judiciais no âmbito do 'processo dos emails'. Processo em fase de investigação e onde o Benfica está indiciado por corrupção desportiva, na forma activa e passiva. 

Pois bem, mal se soube da notícia da detenção, começaram de imediato as operações de lavagem tentando retirar o Benfica do centro dos acontecimentos! Como se não tivesse nada a ver com o assunto e o assunto, um presumível crime de corrupção, não tivesse sido (alegadamente) praticado em seu benefício! Foi assim que, incrédulo, ouvi na TV a explicação de um reputado jurista: - o Benfica não pode ficar manchado porque se trata de uma enorme instituição nacional. E acrescentou ao rol dos inimputáveis o Porto e o Sporting! Ao mesmo tempo que se apressava a excluir a corrupção desportiva'! Ou seja, a haver corrupção, seria a outra. Com a verdade me enganas, pensei.

Mas a lavandaria república não pára e no próximo programa (de lavagem) vão tentar convencer o pagode que o dito assessor exorbitou das suas funções e nessa medida será ele o único responsável pelo alegado crime! O Benfica está assim inocente muito embora quem tenha ganho os campeonatos (sob suspeita) tenha sido o Benfica!

Resumindo e concluindo pergunta-se: - haverá melhor sítio para se praticar um crime do que o abrigo seguro da inimputabilidade dos grandes clubes portugueses?! Se houver, avisem.


Saudações monárquicas

sexta-feira, março 02, 2018

União ibérica em marcha…

Na fotografia, de mãos dadas e muitos sorrisos, estão o presidente da fundação bancária ‘La Caixa’, o presidente honorário do BPI, e António Costa primeiro ministro de Portugal. Nada de novo, La Caixa é dona do BPI, o país não tem dono, é mais um episódio da influência de nuestros hermanos entre nós. A razão dos sorrisos nacionais é a mesma de sempre: - vai entrar dinheiro! Em perspectiva uma resma de projectos de solidariedade, tudo devidamente acolitado e aplaudido pelos republicanos portugueses. Quem é Artur Santos Silva para além do BPI?! Foi o personagem que comandou os festejos do centenário da república! Quem é o Costa para além de primeiro-ministro?! Um filho do império cuja ascensão política diz muito sobre o poder a qualquer preço! Quem vier atrás que feche a porta.



Saudações monárquicas