sexta-feira, dezembro 30, 2011

Bom Ano e bom arrendamento!

Se há coisa que unifica a trindade republicana, a coisa chama-se ‘mercado de arrendamento’! Vai entre aspas para significar que o tal mercado nunca existiu. E já vamos na terceira república! Foi sempre arma de arremesso contra os senhorios e caça votos aos inquilinos, mesmo quando não havia votos. Nesta área Salazar foi um mestre! Um mestre porque conseguiu destruir a relação de confiança entre senhorios e inquilinos, base de qualquer contrato que se sujeite às leis do mercado. Mas Salazar não gostava do mercado, assim como a terceira república também não gosta e daí os problemas que sofremos com os ditos. Explicando um pouco melhor, e para que se perceba, o congelamento decretado por Salazar em relação às rendas (não comerciais) em Lisboa e Porto, teve o condão de vacinar para sempre todo e qualquer proprietário de casas que, em termos de arrendamento, ou especula, ou prefere pura e simplesmente manter as casas fechadas. Noutro sentido e como consequência, Salazar conseguiu obter o mesmo resultado que o imperador Nero, quando este resolveu incendiar Roma e assim promover um novo ‘PDM’ para a cidade eterna. O método de Salazar foi necessariamente mais lento mas igualmente eficaz. Foi o tempo que demorou a arruinar o parque habitacional de Lisboa e Porto.
Mas deixemos Salazar e centremos a nossa atenção nesta terceira república e nas soluções que a revolução de Abril implementou. Pois bem, a ideia peregrina foi transformar cada cidadão em proprietário, melhor, em proprietário a fingir! Uma inovação, sem paralelo e nunca antes tentada, inclusive nos países mais ricos do planeta! Acabavam-se os irritantes senhorios e passava a haver um único senhorio chamado Caixa Geral de Depósitos. Ideia tão brilhante tinha naturalmente que soçobrar e assim aconteceu. Aprisionados às casas e a uma prestação (renda) cada vez mais incomportável os ‘proprietários a fingir’ encaminham-se rápidamente para a banca rota. Talvez esperem por um milagre, uma nova intervenção do estado que nacionalize o que falta da Banca e congele as prestações pela compra de casa! Esperam no fundo por um novo Salazar.
Neste contexto e enquanto especulava sobre o futuro, eis que surge Assunção Cristas! Falso alarme, pois tudo leva a crer que é mais do mesmo. Porquê?! Porque a ideia de subverter as leis do mercado permanece. O que muda é a bricolage. Além do mais fazer depender a resolução de conflitos de um sistema judicial atrasado e garantístico, o melhor seria estar quieta.
Porém, como estamos em vésperas de Ano Novo, termino com um voto de esperança: - Espero que o Novo Ano nos traga um primeiro-ministro (ou um ministro) que pegue o boi pelos cornos e enfrente o mercado da habitação com a simplicidade e a verdade que o assunto requer. Podia ser assim – meus senhores e minhas senhoras, vamos finalmente pôr o mercado de arrendamento a funcionar deixando por isso o Estado de nele interferir, seja por razões humanitárias seja por razões eleitoralistas. As razões humanitárias serão tratadas em sede própria, tal como as razões eleitorais. Pretendemos apenas restabelecer a confiança no contrato de arrendamento, de modo a que o senhorio arrende sem constrangimentos o que tem para arrendar. A partir desta premissa, vão passar a existir casas para alugar em quantidade e qualidade suficientes de modo a satisfazer as necessidades (e as exigências) dos potenciais inquilinos. Situação que não acontece agora. Quanto aos preços, e para quem acredita na lei da oferta e da procura, hão-de situar-se em níveis aceitáveis. O que também não acontece agora.
Aliás, é assim que funciona o mercado de arrendamento na Europa civilizada que tanto amamos, porque é assim que o mercado funciona. A alternativa, meus senhores e minhas senhoras, é como todos sabemos, fazer exactamente o mesmo mas sob imposição de uma troika qualquer.

Saudações monárquicas

quinta-feira, dezembro 22, 2011

Comentário… de olhos nos olhos

A legenda que inscrevi no último postal necessita de uma explicitação. É o que vou fazer nas próximas linhas:

Quando referi que os dois opinantes acertavam no diagnóstico (constatavam a crise do sistema político, uma verdade do senhor de La Palice) mas erravam no remédio (porque propunham o mesmo regime, mas de índole presidencialista) faltou-me acrescentar que ambos (quer o professor Otero, quer Medina Carreira) pertencem ao universo do ‘pensamento republicano’, universo platónico, limitado, universo incapaz de gerar outros universos.
Por exemplo, Medina Carreira baseia as suas teses na ‘integridade do ser humano’, uma ideia peregrina, como se fosse possível a um homem íntegro resistir ou conviver no meio da batota (e da perversão) do regime. Aliás, não foi por acaso que Medina Carreira, um homem íntegro, se afastou da política (desta política) para continuar a ser íntegro.
Quanto ao Professor Otero, a sua aposta vai para o presidencialismo americano! É verdade que tem vantagens sobre o presidencialismo francês, mas o que faz espécie é o facto de ir buscar exemplo à colónia (os Estados Unidos) em lugar de procurar a virtude no respectivo colonizador (a Inglaterra)! Estranho, não acham?! E mais estranho parece quando toda a gente sabe que o melhor que os Estados Unidos possuem, em termos políticos, tem a marca inglesa, nomeadamente o sistema judicial! Por outro lado, também todos reconhecem que o elo mais fraco (instável e de eleição duvidosa) é o próprio presidente!
A atestar o que afirmo, há até quem compare o número infindável de presidentes americanos que já receberam (ou foram recebidos) pela rainha Isabel II de Inglaterra!
Ou seja, a rainha é a mesma!

Saudações monárquicas

quarta-feira, dezembro 21, 2011

'Olhos nos olhos'

Certeiros no diagnóstico da crise! Pena que ignorem o remédio mais apropriado, ou seja, a monarquia.

sábado, dezembro 17, 2011

Não esperava tanto!

Estou admirado, confesso que não esperava tanto! Nem tão depressa! Não esperava que o descalabro do regime republicano fosse tão longe, chegasse tão fundo! Sabia, desconfiava, que as leis da história, senão repõem a verdade dos factos, têm pelo menos a virtude de afastar (mais tarde ou mais cedo) tudo aquilo que tem pés de barro, tudo aquilo que nasce da iniquidade e da mentira. É o caso do regime que sofremos. E não há melhor prova da respectiva responsabilidade do que este espectáculo ridículo do ‘mexe não mexe na constituição’, devidamente acompanhado pelos ‘abaixo assinados’ que proclamam o 5 de Outubro como data inesquecível! Têm razão, inesquecível! Golpe fatal na ‘Lusitana Antiga Liberdade’, golpe final na nossa independência, regime que ficará para sempre ligado ao ‘protectorado em que nos constituímos’, pelos vistos, profissão de fé da grande maioria dos nossos políticos e governantes!
Mas nem tudo é mau! Na esteira do ditado popular – ‘atrás de mim virá, quem bom de mim fará’ – começam (felizmente) a vir ao de cima alguns valores, alguns conceitos e alternativas que muitos julgavam mortos e enterrados. A questão do regime é um desses ressuscitados. Quem diria! Péssima notícia para a propaganda maçónica, boas notícias para Portugal.

Saudações monárquicas

quinta-feira, dezembro 15, 2011

À procura do Pai

Companheiro, companhia
Da tristeza e da alegria
Porque tardas, companheiro!

Onde está tua certeza!
Tens medo da natureza!
Não te oiço, companheiro!

Ao inverno da doença
Ergue o sol da tua Crença
Não te esqueças, companheiro!

Hás-de voltar às cantigas
Ao calor das raparigas
Porque tardas, companheiro!

quinta-feira, dezembro 08, 2011

Dia da Mãe

Senhora da Conceição
Nosso rosário de esp’rança
Atende o meu coração
Que a Vossa espera não cansa

Nossa Senhora Saudade
Saudades do que perdemos
Senhora da Piedade
Dá-nos a Fé que não temos

Senhora de mil encantos
Mãe nossa celestial
Salvé Rainha de tantos
Rainha de Portugal

terça-feira, dezembro 06, 2011

Conversas (adivinhas) napoleónicas

Escolha a expressão que mais se ajusta à situação:

O que faz um francês de origem boémia (de saltos altos) atrás de uma senhora alemã rica?!
Três hipóteses: candidato a gigolo; napoleãozinho e Josefina; ou idiota à espera de levar um pontapé no traseiro;

Qual é o sonho (actual pesadelo) de Mário Soares e da maçonaria de obediência gaulesa (leia-se – laica, republicana, e socialista, ou na versão original – ‘liberté, egalité, fraternité’)?!
Três hipóteses: comissão de recepção ao futuro imperador (invasor) europeu (inclui entrega das chaves da cidade); aprendiz de Miguel de Vasconcelos antes de cair da janela; ou idiota que nem sequer percebeu a frase de Salazar – “Portugal não é só uma nação europeia e tende cada vez mais a sê-lo cada vez menos”;

Porque é que a generalidade dos ‘comentadores de Abril’ andam de monco caído e já adivinham o fim dos ‘seus euros’?!
Três hipóteses: descobriram finalmente que o ‘euro’ (leia-se, o vil metal) não chega para unir o que quer que seja; a cena de Ricardo III em fuga para a frente – ‘o meu reino por um cavalo’; ou são simplesmente idiotas à espera que os outros lhes paguem as contas e os desvarios;

Adivinha final: É possível construir uma união europeia (ou outra qualquer) quando a grande maioria da população renega a tradição europeia, que era Católica, Apostólica, Romana?!
Sem hipóteses.

Saudações monárquicas