sexta-feira, julho 31, 2015

O regime irreformável!

Bem pode Passos Coelho esforçar-se, e esforça-se, bem pode Portas fingir que vai fazer, e finge, a verdade é que o problema do país é crónico, porque crónica é a sua doença ideológica. Numa palavra, um país que não tem, nem consegue ter, em quarenta anos de democracia, um partido de direita tal como sucede com os outros países da união europeia, não é um país normal! E que em vez disso entrega a representação da direita a sociais-democratas e centristas, não pode ser levado a sério! Um país destes não sai da cepa torta, nunca vai convergir, nunca vai acertar as contas.

É claro que esta cepa torta agrada e interessa à ‘loja dos trezentos’, porque não devem ser mais de trezentos os que comandam e influenciam a natureza ideológica da república. Ideologia que mal se fala em reformar a educação (pública), a saúde (pública) ou a segurança social (pública) reage em uníssono aproximando pessoas impensáveis! Unindo no mesmo ‘partido do estado’ toda a tralha centenária e republicana! Partido que ganha sempre as eleições, ora através do PS, ora através do PSD, dois partidos de esquerda, diferentes no acessório, iguais no essencial. E ganham as eleições com os votos dos funcionários públicos e de toda a máquina do estado. Só os idiotas é que não percebem ou não querem perceber.

Nestas condições como será possível alguma vez diminuir a despesa do estado?! Como será possível alguma vez reformá-lo?! 
Só a união europeia e a união monetária poderão fazer alguma coisa. Mas a muito custo, como se tem visto.


Saudações monárquicas


Nota: Não falei do CDS porque o CDS não conta, nestas condições nunca vai poder crescer.

terça-feira, julho 28, 2015

O crime compensa!

É provável que em todas as épocas surjam escritos a anunciar o apocalipse. Escritos que não comungam da apatia geral, nem subscrevem as novas (velhíssimas) ideias em que o futuro tem sempre razão. Escritos como este! Não será por isso que vou deixar de dizer o que sinto, que é bem mais importante do que dizer o que penso. E mais uma vez o denominado tribunal constitucional cerceou as possibilidades de combate à corrupção! Depois do MFA, depois do Conselho da Revolução, o regime defende-se agora atrás do TC e da sua irrevogável constituição! Para todos os efeitos foi mais uma vitória da esquerda e mais uma prova de que com esta constituição, com este regime, nada de substancial vai mudar na vida dos portugueses. Para todos os efeitos foi mais uma derrota para Portugal.

Saudações monárquicas

segunda-feira, julho 27, 2015

Pagar ou não pagar o imposto!

O tempo é veloz mas chega sempre no tempo certo. Em tempos idos a ideia de tributo parecia aceitável. Era a contrapartida pela segurança de pessoas e bens. Associada ao imposto tem outra natureza. Reagimos contra o ocupante, físico ou ideológico, que nos oprime, que nos sufoca na nossa própria terra, na nossa própria cultura! Cristo perante a pergunta insidiosa ainda hoje nos surpreende – a César o que é de César, a Deus o que é de Deus! César ocupava então a Palestina.

Diz-se que os gregos não gostam de pagar impostos e que fazem gala nisso. Diz-se também que os portugueses eram nesse aspecto parecidos com os gregos mas que entretanto evoluíram para uma cultura de maior responsabilidade tributária! Não é o que se ouve nos noticiários quando todos os dias se constituem arguidos por fraude e evasão fiscal! Em que ficamos?!

O sentido comunitário não se decreta. A reacção ao pagamento de impostos tem na base a desconfiança e o incómodo de pagar ao corrupto ou ao invasor.
Acresce que em Portugal, e ao contrário da Grécia*, à certeza da corrupção junta-se a certeza do invasor ideológico, venha ele a cantar a marselhesa, venha ele travestido em ‘causas fracturantes’!

Custa-me portanto pagar os impostos que alimentam a corrupção, e pior do que isso, sustentam aqueles que ocupam o estado e vão destruindo os alicerces da nossa cultura milenar!

Saudações monárquicas


*) Veja-se a propósito a cerimónia de posse e juramento dos novos ministros do governo grego. Cerimónia que curiosamente ninguém comentou!

quinta-feira, julho 23, 2015

Um rio que corre...

Rui Rio foi ontem entrevistado na RTP Informação e disse de sua justiça. Dois pontos prévios: - detesto o entrevistador a fazer lembrar aqueles delegados de propaganda médica que querem impingir à força os seus produtos - no caso, António Costa, a sua decantada competência para o cargo de primeiro-ministro, e a balela de que se podia fazer tudo o que o governo fez mas melhor! O segundo xarope teve naturalmente a ver com Sócrates e o seu drama! Em ambas as questões, diga-se, Rui Rio não se afundou! Disse o que toda a gente sabe - que os partidos socialistas aumentam sempre a despesa do estado, logo não estão indicados para governar quando se tem que fazer o contrário; e quanto a Sócrates, não estando tão à vontade, reconheceu que o sistema judicial está finalmente a atingir a corrupção, verdadeira praga nacional. Acho que tergiversou um bocadinho, e ainda não vi ninguém não tergiversar(!), quando bateu na tecla estafada das fugas ao segredo de justiça como se a corrupção generalizada respeitasse algum sector de actividade. Mas tirando isso Rui Rio mostrou capacidades e revelou intenções: - a reforma do regime político é a sua grande prioridade no caso de se candidatar e ser eleito. E acrescentou que tenciona realizar tal tarefa através de uma magistratura de influência, activa e permanente, abrindo o debate a toda a sociedade. Espera assim que os partidos políticos se decidam a fazer a necessária reforma!
É aqui que desconfio que as coisas irão azedar e não creio que Rio ou qualquer outro presidente da república tenha a força suficiente para mudar um regime que assenta no tal 'principado' com sede na capital e no...capital!
Aliás mudar o regime ( e não há volta a dar) é voltar à monarquia e duvido que Rui Rio tenha pedalada para fazer isso a partir da presidência da república*. Era bom era...


Saudações monárquicas


*) Ou que pelo menos considere a questão da mudança de regime como uma real possibilidade. E do alto da sua magistratura de influência suscite a necessária revisão constitucional para que isso seja (democraticamente) possível! É o mínimo que se pode esperar de quem estabelece como primeira prioridade a credibilização da política e dos políticos.     

terça-feira, julho 21, 2015

As repúblicas e a corrupção

As repúblicas são ineficazes contra a corrupção. Sem um fio condutor, sem um vínculo (independente) que as ligue à raiz, as repúblicas são presa fácil de cliques organizadas, grupos de pressão ou associações secretas! A república americana neste contexto pode ser considerada uma excepção mas isso deve-se em larga medida à herança recebida do colonizador inglês e do seu sistema de justiça. Sistema que se caracteriza pela independência e capacidade de livre apreciação dos respectivos juízes, fruto de uma constituição histórica onde assentam as leis, constituição que tem representação humana na pessoa do monarca.

É por isso que quando passeamos os olhos pela geografia da corrupção, nomeadamente na Europa, chegamos sempre a duas conclusões: a primeira é que a corrupção é própria do homem e se encontra terreno propício alastra rápidamente tomando conta de toda a sociedade; a segunda conclusão é que os regimes republicanos além de terem menos defesas (anti-corpos) para prevenir a corrupção, têm também menos remédios para a combater. Não têm um sistema de justiça realmente independente do poder político*, não têm uma constituição suficientemente representativa**, e não têm um rei*** que a defenda.

Saudações monárquicas


*) Veja-se a propósito o chamado ‘tribunal constitucional’ em que parte dos juízes são indicados pelos partidos políticos!


**) Veja-se a formulação ideológica que ostenta! Veja-se a forma (inconstitucional) como exclui a monarquia em termos de alternativa política! Vejam-se enfim os limites materiais de revisão que proíbem que os portugueses se pronunciem sobre algumas matérias consideradas dogmas de natureza religiosa!

***) Alguém não eleito, alguém que não deva os favores do cargo a ninguém. Alguém, portanto, eleito pela história. Pelos milhões de mortos que nos precederam e construíram a nossa herança! E pelos milhões que hão-de nascer e a quem não podemos negar essa mesma herança.

sábado, julho 18, 2015

A esquerda é o caruncho do estado!

Habitam o estado, vivem do estado, não sabem nem querem viver de outra maneira. Quanto mais à esquerda pior! São mais refinados, gostam de boa madeira e fazem mais ruído. A nossa televisão está cheia deles. E agora com a novidade do Syriza, caruncho grego de alto calibre, quiçá entusiasmados com a respectiva perfomance, não largam o ecrã! Sai um entra outro. O ruído de fundo mantém-se embora pareçam um tanto desnorteados com os flic flac do Tsipras!

Outro assunto que diz respeito ao nosso caruncho tem a ver com o subsistema de saúde denominado ADSE! Diz-se que os pobres dos funcionários públicos descontaram a mais do que deviam e que o estado lhes ficou com o excedente! Coitados! Décadas a fio com prejuízos colmatados pelo Estado e agora que as taxas foram ajustadas, contra a vontade dos beneficiários, e que afinal deu lucro… vem o malandro do estado… com franqueza!
O que se há-de fazer, caruncho é caruncho, e ao estado português (tal como ao grego) só lhe resta um caminho - ir ao expurgo.


Saudações monárquicas 

sexta-feira, julho 17, 2015

Só temos presos políticos!

Como se sabe Portugal era um país de inocentes. Um caso ou outro de crimes de amor ou vingança e no mais a justiça funcionava através de longos processos que não davam em nada. Os códigos garantiam a inocência, os advogados garantiam a subsistência e os juizes garantiam a sua tranquilidade. Vale e Azevedo, talvez para inocentar o Benfica, acabou por ser durante muito tempo o único corrupto sentenciado.

Esta situação tende agora a mudar e começam a aparecer alguns casos que não sendo possível justificar, atrasar ou prescrever, vão prosseguindo os seus trâmites perante o desespero de uns e o aplauso de outros. Uma situação nova, desagradável, que provoca alguns estragos políticos, porque na realidade é na política que surge a grande oportunidade para o enriquecimento sem causa. Crime que em Portugal é muito difícil de reverter para os códigos e percebe-se porquê.

Sendo assim, e contando com o precioso auxílio da comunicação social, resta aos prováveis corruptos declararem-se vítimas de perseguição política! Presos políticos.
É mais uma originalidade da república para que as coisas voltem ao que eram – um país de inocentes!


Saudações monárquicas

quinta-feira, julho 16, 2015

Está-se a chegar a um limite…

Definitivamente o relativismo tomou conta de nós! O relativismo ou esta absoluta dependência do dinheiro que nos leva a fazer coisas que um dia… ‘teremos pudor de contar seja a quem for’! Passe a citação de Régio!
Achamos normal que o Tsipras seja hoje o líder da oposição e amanhã do governo! Achamos normal que o referendo aprove o não que afinal queria dizer sim! E vamos achar normal que a Grécia não cumpra este novo acordo que aprovou no Parlamento!
Enfim, uma absoluta normalidade onde se incluem os zigue zagues da senhora Lagarde consoante as instruções que vai recebendo dos seus patrões americanos!

O mesmo se diga do ‘projecto europeu’, naturalmente entre aspas, porque entramos outra vez no mundo do relativismo! Ou seja, há mais projectos europeus que países na união! Só em Portugal deve haver aí uns quatro ou cinco projectos! Tantos quantos os partidos representados na assembleia da república. Neste aspecto, convém dizer, as monarquias são bastante mais moderadas. Têm outro espírito de corpo. Normalmente, a cada país monárquico corresponde apenas um projecto europeu. A mesma raiz e a mesma ideia estratégica une os respectivos povos.

Mas este é assunto com outro fôlego e para um próximo postal.



Saudações monárquicas

terça-feira, julho 14, 2015

Por acaso foi ideia minha…

Esta inconfidência (razoavelmente infeliz) de Passos Coelho, que faz agora o seu caminho no anedotário nacional, deu-me no entanto a chave para este postal!

Por acaso foi ideia minha antecipar o resultado da última maratona negocial. Basta relerem o que disse - a Europa vai ceder e fazer a vontade ao ‘menino’. Vai mandar mais dinheiro para a Grécia a troco daquelas mil e uma reformas que a Grécia não vai fazer.

E por acaso também é ideia minha que o grande vencedor desta tragédia (ou farsa) é Alexis Tsipras!
O Syriza pode ter perdido, é provável que sofra algumas baixas, mas o ‘nosso herói’ conseguiu destruir o sistema partidário grego e irá reinar sobre os escombros. Uma verdadeira frente comum, unida como uma lapa ao vil metal. Ao euro, em notas ou moedas! Quanto à outra face da moeda, a famosa austeridade, essa será outra história. Uma história que Tsipras terá tempo para contar aos credores, em fascículos do tipo Odisseia.

E a Europa como irá reagir aos sucessivos incumprimentos?! Isso não sei, mas dificilmente conseguirá encontrar outro interlocutor do lado grego. Quem diria, Tsipras, o trapezista, a liderar o nacional-socialismo grego!


Saudações monárquicas



segunda-feira, julho 13, 2015

Precisamos de outro canal de televisão!

Só temos um, precisamos de outro para haver contraditório. Aparentemente temos vários canais mas como dizem todos o mesmo, é no fundo um canal disfarçado de vários! Frequentado pelas mesmas pessoas também elas disfarçadas na mesma pessoa! Essa pessoa é um estereótipo fácilmente identificável – se a deixarem pronunciar meia dúzia de frases percebe-se logo que é de esquerda. Quando não é, tem vergonha de não ser!
Por tudo isto, e se quisermos ter alguma informação credível, se possível menos infantil, precisamos de outro canal de televisão. Uma espécie de BBC na terceira república.

Assim, no novo canal que vos proponho a primeira medida, a linha editorial que vamos seguir é muito simples – vamos deixar de ser gregos, de fingir que somos gregos, para ver se conseguimos ser portugueses. Não temos que ajudar a Grécia a ficar no euro, temos tão só de cumprir as regras do euro se quisermos lá continuar. Se a Grécia fizer o mesmo é porque também quer ficar. Não há nada mais cristalino.

Aliás, um tema que gostaríamos de ver desenvolvido no nosso canal tem a ver com a mistificação do projecto europeu, com a constituição napoleónica que estava na calha, felizmente chumbada, e a subsequente tentativa de fazer do euro um instrumento para a união política da Europa, sem a Europa saber! Política de facto consumado, ensaiada nos gabinetes de Bruxelas, à revelia da vontade dos povos europeus! Em Portugal, que eu me lembre, nunca houve um referendo sobre a união europeia!

Concluindo, os que agora se queixam do egoísmo e da falta de solidariedade dos povos europeus, são os mesmos que nunca lhes quiseram dar voz! Democratas com medo da democracia!


Saudações monárquicas

sexta-feira, julho 10, 2015

Polvo ou pescadinha de rabo na boca?!

À medida que o processo avança começam a aparecer as velhas cumplicidades, as decrépitas conclusões, as antiquíssimas razões que explicam a república de trazer por casa que somos. E podia dizer isto por outras palavras não fora a sensação ou algum palavrão que se soltasse da minha escrita contida. Já lá vai um parágrafo e ainda não disseste nada! Pois bem, lembram–se das escutas que o presidente do supremo tribunal de justiça mandou destruir?! Tudo com letra pequena. Lembram-se do procurador-geral da república que propôs a destruição das mesmas?! Também com letra pequena. Por serem irrelevantes, segundo sua excelência. Ora essa, conversas entre Sócrates e o seu amigo Vara nunca poderiam ser irrelevantes, mas se vossa mercê acha, então calo-me. Mudemos de assunto para recair no mesmo. Talvez consiga chegar a um consenso quanto ao nome de código a dar a esta história! Polvo está muito visto. Até porque o polvo tem cabeça pequena e tentáculos grandes e este caso, já todos percebemos, a cabeça é grande de mais para o corpo. Digamos que tem perna curta como a mentira. Neste aspecto parece-se mais com a lula ou com o choco. Mas o nome que lhe fica a matar é pescadinha de rabo na boca! Porquê?! Porque em Portugal está tudo ligado, quando se puxa por uma ponta vem tudo atrás. Aguardemos serenamente os próximos capítulos do nosso ‘marquês’ repetindo até à exaustão que está tudo inocente até trânsito em julgado, etc. etc.


Saudações monárquicas

quinta-feira, julho 09, 2015

As doutrinas da irresponsabilidade!

É uma doença do ocidente, começa no berço, com os papás comovidos com o nascimento da criancinha! A partir daí tudo são pretextos para proteger o rebento. O rebento cresce assim tão protegido que á primeira corrente de ar apanha uma pneumonia. Aqui Del’ rei, convoca-se o conselho de estado, a sociedade inteira para tratar do assunto e não havendo melhoras, vá de exigir responsabilidades a tudo e a todos. Os únicos inocentes são os papás!
Este é um exemplo familiar que pode multiplicar-se e representa a comunidade nas suas várias vertentes. E acabamos por falar na Grécia porque é incómodo falar de nós.

Mas vamos lá admitir que, de facto, o caso grego bate todos os recordes! Desde a falsificação, durante anos a fio, das contas do défice, até à incapacidade para fazer qualquer reforma, tudo joga contra os (i) responsáveis gregos. E sobra evidentemente aquela falácia – pois se não estamos interessados em mudar de vida, resta-nos gritar que a dívida é impagável, que os juros são insustentáveis, que a austeridade não é remédio! Logo, emprestem-nos mais dinheiro!
Que é precisamente o que está a dizer Tsipras neste momento aos seus parceiros europeus! Com voz doce, obviamente.
E se me perguntarem o que vai fazer a Europa perante esta chantagem, eu respondo que vai arranjar maneira de fazer a vontade ao ´menino’.

Noutro registo saliento aqui a clarividência de Ricardo Arroja que sugeriu o único caminho que existe para, nesta fase, salvar, não o euro, mas a comunidade europeia enquanto mercado comum. E esse caminho consiste em remeter para quarentena aqueles países que insistem em não cumprir as regras que se comprometeram a cumprir. Será a oportunidade para se confrontarem internamente, para se auto-corrigirem, deixando de empurrar as culpas para os outros – para a Europa, para as instituições, para os mercados, etc. Assim, quando estiverem em condições de regressar, pois que regressem. Sem sofismas, sem truques, em pé de igualdade com os outros. Um género do adágio popular – ‘cresce e aparece’.

Saudações monárquicas


Nota: Ricardo Arroja propôs no fundo reformar as regras do euro para manter a união europeia. Uma lição para aqueles que queriam construir a Europa política (à socapa) através da união monetária, e uma lição também para aqueles que afirmam que Portugal não é a Grécia mas que se esquecem de dizer a seguir que Portugal também não é a Alemanha. 

terça-feira, julho 07, 2015

Austeridade – senha e contra senha!

Já houve quem denunciasse o sofisma, quem descobrisse o embuste que a esquerda usa e abusa para mobilizar as massas mais ou menos infantilizadas. Austeridade, eis a palavra mágica, apelativa, que quer dizer tudo e não quer dizer nada, cavalo de Tróia na Grécia, cavalinho de cortesias em Portugal.

Costa, de início, apostou tudo contra a austeridade! Tem vindo a corrigir o discurso ao ver-se envolvido na turba multa do populismo radical. Populismo que avança com outras nuances da mesma aldrabice! Agora a austeridade mudou, tornou-se um conceito relativo, existe a austeridade aceitável, aquela que atinge o capitalismo, e existe a má austeridade, aquela que não deixa avançar o socialismo! Isto não é dito assim, óbviamente. A pílula vem com a conversa dos pobrezinhos e dos reformados! Conversa que fará aumentar naturalmente quer os pobrezinhos quer os reformados. É dos livros.


Saudações monárquicas  

domingo, julho 05, 2015

Há muito ‘grego’ em Portugal!

Nestes dias de grandes revelações tenho constatado que afinal temos por cá muitos gregos. Gregos e gregas. Não têm a nacionalidade, nunca puseram o pé em terras helénicas, mas sentem-se gregos. Muitos fazem até uma distinção curiosa: - por um lado recusam ser a Grécia, mas querem na mesma ser gregos! Isto não é fácil de compreender, mas depois de falar com alguns já consigo dividi-los, classificá-los e arrumá-los nas respectivas gavetas.

Por exemplo há aqueles gregos para quem a Grécia não pode sair do euro de maneira nenhuma! Porque se a Grécia sai, dizem, a seguir saímos nós! Ou seja a Grécia serve aqui de menino mal comportado que vai protegendo os outros meninos mais sonsos, mas igualmente mal comportados. E sou levado a aceitar o argumento uma vez que Portugal também tem andado a fingir que faz reformas, mas aquelas que atingem o ‘monstro estado’, essas ainda não as fez. E duvido que as consiga fazer.

E surge assim o outro grande grupo de gregos, que são nem mais nem menos que os funcionários públicos e afins. Incluindo o exageradíssimo poder autárquico. Para estes a união europeia e o FMI (e todos os demais credores) são uma ameaça constante pois são os credores quem mais força faz para que a despesa do Estado diminua, única maneira de haver algum excedente para pagar os seus empréstimos. E aqui vou ter que concordar (também) com o argumento dos credores.

E por falar em empréstimos chegamos ao último grande grupo de gregos. Estes são gregos há muito tempo! Apoiantes confessos de todos os Syrizas, esfuziantes oradores na praça Sintagma, têm sobre os empréstimos uma visão peculiar: - em princípio não se pagam! São socialistas de vários matizes e correspondem àquela ideia muito divulgada sobre o socialismo – ‘acaba, quando acaba o dinheiro dos outros’

Saudações monárquicas



Nota básica: Em momento algum me passa pela cabeça ofender os gregos e a Grécia. Um povo e um país que respeito. Pretendi apenas falar dos que se fingem apoiantes dos gregos, mas estão a pensar nos seus interesses em Portugal.

sexta-feira, julho 03, 2015

Os mortos pelos vivos!

Confesso que não consigo alcançar esta catarse colectiva, este culto sem sentido, esta trasladação excessiva que se apoderou de Eusébio, e que faz de Eusébio aquilo que ele não pode ser! O próprio na sua simplicidade não compreenderia este aparato! E quem o quiser compreender terá inevitávelmente que desenterrar outras razões.
O estado de orfandade em que o país se encontra, o desnorte, a substituição de valores, serão razões mais ou menos visíveis. Quanto às invisíveis posso dizer alguma coisa:

Eusébio é afinal um símbolo do Portugal pluricontinental, um português que nasceu no ultramar, que alinhou pela selecção nacional, e essa circunstância, essa memória traída, também estarão (dissimuladamente) presentes nesta homenagem. E isso até posso compreender.

Agora o que não compreendo é o aproveitamento político que se fez e que se faz da figura de Eusébio. Aproveitamento que se resume numa pergunta: - Que faz Eusébio no Panteão da república?! Não haverá um local onde todos os portugueses, sejam ou não republicanos, o possam recordar?! 

quarta-feira, julho 01, 2015

Folhetins

Na assembleia, a esquerda, em versão nacionalista, questiona as privatizações e diz que o estado fica a perder. É capaz de ter razão no que toca ao estado e já agora acrescento – o estado português fica sempre a perder, quer nas nacionalizações quer nas privatizações! É uma certeza republicana. Comparo o seu destino ao meu clube - o Belenenses! Que também fica sempre a perder! Ganhou um campeonato durante a segunda república, o primeiro que se realizou e pouco mais. Sendo embora considerado o ‘clube do regime’! Imaginem se não fosse! A seguir ao 25 de Abril, nesta terceira república, portanto, nada mudou para o Belenenses, o plano inclinado manteve-se. A única diferença é que já ninguém tem coragem de dizer que somos o clube do regime!

Outro folhetim desenrola-se entre a Grécia e a Europa! Os gregos actuais pouco têm a ver com os antigos, há ali muita história pelo meio, mas permanece alguma da habilidade negocial herdada do herói da Odisseia. Avançam, recuam, cheios de armadilhas, muito sorridentes, e para pagar é um castigo. Os credores já perceberam que vai ser difícil arrancar-lhes o ‘guito’.

Para lá do folhetim fico a imaginar que Portugal também terá um dia que defender os seus interesses estratégicos face à união europeia. Deus queira que nessa altura, e ao contrário do que sucede agora com a Grécia, as questões ideológicas não se sobreponham às questões patrióticas. Deus queira.


Saudações monárquicas