É uma doença do ocidente, começa no
berço, com os papás comovidos com o nascimento da criancinha! A partir daí tudo
são pretextos para proteger o rebento. O rebento cresce assim tão protegido que
á primeira corrente de ar apanha uma pneumonia. Aqui Del’ rei, convoca-se o conselho de estado, a sociedade inteira para tratar do assunto e não havendo melhoras, vá
de exigir responsabilidades a tudo e a todos. Os únicos inocentes são os papás!
Este é um exemplo familiar que
pode multiplicar-se e representa a comunidade nas suas várias vertentes. E
acabamos por falar na Grécia porque é incómodo falar de nós.
Mas vamos lá admitir que, de
facto, o caso grego bate todos os recordes! Desde a falsificação, durante anos
a fio, das contas do défice, até à incapacidade para fazer qualquer reforma, tudo joga contra
os (i) responsáveis gregos. E sobra evidentemente aquela falácia – pois se não
estamos interessados em mudar de vida, resta-nos gritar que a dívida é
impagável, que os juros são insustentáveis, que a austeridade não é remédio!
Logo, emprestem-nos mais dinheiro!
Que é precisamente o que está a dizer
Tsipras neste momento aos seus parceiros europeus! Com voz doce, obviamente.
E se me perguntarem o que vai
fazer a Europa perante esta chantagem, eu respondo que vai arranjar maneira de
fazer a vontade ao ´menino’.
Noutro registo saliento aqui a
clarividência de Ricardo Arroja que sugeriu o único caminho que existe para,
nesta fase, salvar, não o euro, mas a comunidade europeia enquanto mercado
comum. E esse caminho consiste em remeter para quarentena aqueles países que
insistem em não cumprir as regras que se comprometeram a cumprir. Será a
oportunidade para se confrontarem internamente, para se auto-corrigirem,
deixando de empurrar as culpas para os outros – para a Europa, para as
instituições, para os mercados, etc. Assim, quando estiverem em
condições de regressar, pois que regressem. Sem sofismas, sem truques, em pé de igualdade com os outros. Um género do adágio popular – ‘cresce e aparece’.
Saudações monárquicas
Nota: Ricardo Arroja propôs no
fundo reformar as regras do euro para manter a união europeia. Uma lição para
aqueles que queriam construir a Europa política (à socapa) através da
união monetária, e uma lição também para aqueles que afirmam que Portugal não é
a Grécia mas que se esquecem de dizer a seguir que Portugal também não é a
Alemanha.
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