Arrendamento:
- comédia urbana em três actos com desfecho conhecido – o mercado
de arrendamento morre sempre no fim!
Primeiro
acto: - a primeira república congela as rendas porque os inquilinos
são pobrezinhos segundo a lei, ao contrário dos senhorios que são
ricos e maus segundo a tradição socialista.
Segundo
acto: - a segunda república, que se auto proclamou estado novo,
manteve o velho guião porque não havendo votos, é preciso manter
as maiorias sossegadas. Foram mais de quarenta anos de congelamento e há quem compare os seus efeitos a um terramoto
lento mas mais eficaz.
Terceiro
acto: - estávamos em Abril e com ele chegou a terceira república
cheia de vontade de fazer ressurgir o mercado do arrendamento. Mas
como vinha com a marca republicana/socialista, e não querendo perder votos, achou que podia
ultrapassar a dicotomia senhorio /inquilino transformando os
portugueses em proprietários de casa própria! Aquilo que não era
possível fazer nos países ricos Portugal ía conseguir! Sabemos
como acabou (ou vai acabar) esta história.
Mas como é preciso dar
um fim à comédia, as alterações à lei do arrendamento não param!
Na sua última versão, que a assembleia da república já aprovou, estima-se que só um herói (ou um santo) se atreva a ser senhorio! Fora, claro, os
grandes fundos imobiliários que vão comprando tudo, e se perdem
aqui, ganham acolá. Ou seja, temos o mercado de arrendamento possível
numa república socialista de um país a fingir.
Saudações
monárquicas
Nota:
ADSE também começa pela letra A e talvez seja útil perguntarmos o
que faz um subsistema de saúde num país socialista?! É certo que
na antiga união soviética havia duas classes de pessoas – os
funcionários do estado e os outros. A ideia é essa?! O SNS é para
os 'outros'?!