Para
lá das nuvens sabemos que o céu é azul e essa certeza guia os
nossos passos! Sabemos que azul será o regresso ao Restelo sem
vencedores nem vencidos mas onde haja o respeito de ambas as partes e
condições para sermos o clube de futebol que já não somos há
mais de quarenta anos. E estou a ser optimista porque há um marco
histórico que guardo na memória e esse sim, tem a data da nossa
decadência – corresponde à venda do Yaúca ao Benfica e pouco
tempo depois do Peres ao Sporting. Quem vende (ou é obrigado a
vender) aos seus rivais o melhor que tem, deixa de ter capacidade
para os defrontar de igual para igual. Às vezes é possível
reverter a situação mas não foi esse o nosso caso. A partir dali,
como diz a canção, 'foi sempre a perder'.
Esta
visita ao passado é só para lembrar como são ridículas as lutas
pela herança e como soam a falso as tiradas grandiloquentes dos
falsos herdeiros.
Mas
o céu azul também se vislumbra nas dificuldades e na forma como as
vamos superando. Seja o campo para jogarmos que não temos, seja a
academia para treinarmos e preparar o futuro que nunca tivemos. Fora
o resto que nem comento mas está à vista de todos – a animosidade
da comunicação social alinhada com os grandes interesses que
controlam o futebol português.
São
as tais nuvens que num dia organizam debates sobre a lei das
sociedades desportivas que querem alterar, sabe-se lá porquê*, e no
outro dia esquecem-se de discutir as causas da decadência dos clubes
associada à enorme desigualdade vigente! Ou será que foi a actual
composição da SAD que arruinou o Belenenses?!
Por
isso e a propósito de céu azul eu vi o seu recorte em Braga,
algumas nesgas é certo, nomeadamente nos golos que marcámos e não
sofremos, na atitude de Silas e Zé Pedro no banco e na serenidade do
restante staff técnico durante o jogo. E se por acaso conseguirmos
chegar ao quinto lugar jogando as trinta e quatro jornadas fora de
casa... as nuvens são passageiras e o céu voltará a ser azul!
Saudações
azuis
*Não sou contra o aperfeiçoamento das leis que existem, embora saiba que um dos factores que mais afastam o investimento, seja qual for o sector de actividade, é a contínua alteração das leis. Mais do que alterar o que é preciso é que as leis se cumpram, doa a quem doer. E como sabemos não é isso que acontece no nosso país. No futebol então, é como se o governo (IPDJ), a Federação ou a Liga não existissem.
Nota do autor: Este postal destinava-se naturalmente ao Belém Integral mas por lapso saiu aqui. Não há problema, o assunto é transversal num país comandado pela bola. Mais própriamente a partir do camarote da Luz, o verdadeiro centro do poder. Não é assim ministro Centeno?! E tem todas as nuances da ciência política - desde o lado mais obscuro, subterrâneo, com toupeiras por todo o lado, até à réplica mini soviética dos clubes do estado! Os ingredientes são conhecidos. Vão desde o financiamento ímpar (rima com imparidades) através da Caixa Geral de Depósitos e dos bancos entretanto falidos, pudera(!), até à visão chinesa (e mais oblíqua) de um país dois regimes. E toda a gente gosta.
Nota do autor: Este postal destinava-se naturalmente ao Belém Integral mas por lapso saiu aqui. Não há problema, o assunto é transversal num país comandado pela bola. Mais própriamente a partir do camarote da Luz, o verdadeiro centro do poder. Não é assim ministro Centeno?! E tem todas as nuances da ciência política - desde o lado mais obscuro, subterrâneo, com toupeiras por todo o lado, até à réplica mini soviética dos clubes do estado! Os ingredientes são conhecidos. Vão desde o financiamento ímpar (rima com imparidades) através da Caixa Geral de Depósitos e dos bancos entretanto falidos, pudera(!), até à visão chinesa (e mais oblíqua) de um país dois regimes. E toda a gente gosta.
Sem comentários:
Enviar um comentário