terça-feira, maio 28, 2013

Papá, Mamã e crescimento!

Antes de tudo, ou ao mesmo tempo, são estas as três primeiras palavras (talvez únicas) da nossa vida colectiva. Nascemos, berramos pelo leite materno, uma enorme manjedoura conhecida por orçamento de estado. Logo a seguir pedimos a protecção paterna, nem mais nem menos que a protecção do estado, que responsabilizamos por tudo o que nos acontece! Finalmente, aprendemos a soletrar a palavra crescimento! O vocabulário está completo. Se alguém se atreve a pronunciar mais alguma letrinha, a televisão, nossa educadora de referência, entra em cena e corrige de imediato tão perigoso desvio.
Resumindo, todos os actores que sobem ao palco deste pequeno teatro a que chamamos Portugal, representam sempre o mesmo papel, a mesma criancinha de bibe a repetir e a repetir-se!.
Falta apenas descobrir o que significa 'crescimento'! Não é um exercício fácil, mas não deve andar longe disto: - trata-se de esperar que o vizinho, mais próximo ou mais distante, abra os cordões à bolsa e venha investir, criando emprego, num país onde os portugueses, se tivessem os bolsos a abarrotar de dinheiro não investiriam um centavo!
Está na hora de aprendermos mais palavras.


Saudações monárquicas 

sábado, maio 18, 2013

Para que compras os jornais?!

Por hábito, ou um vício arreigado?! Para leres que o país deu um passo em frente com a novíssima lei de co-adopção por homossexuais?! Aplaudida no Parlamento, mas que seria liminarmente rejeitada se os futuros adoptados pudessem votar?! Para leres que os conservadores são maus e que o ‘progresso’, esse mito dos amanhãs que cantam, é que é bom?! Tudo por obra e graça do espírito santo, em que por acaso, não acreditam?!


Concedo, para leres o José Manuel Fernandes, corrido da direcção do Público, mas que ainda consegue escrever à sexta-feira! Concedo ainda, para leres o Vasco Pulido Valente, apesar de continuar inebriado pelo século XIX, aliás o único século que conhece! Mas também por isso incapaz de ver o caminho por onde veio, e se estende à sua frente! Como se o mundo tivesse nascido nesse tempo, nessa memória curta, que é o seu cérebro, mesmo quando está lúcido! E lá o vemos a aceitar, sem discussão, a armadilha que o tal século XIX montou sobre a separação entre a Igreja e o Estado! Não é o momento nem o espaço para dirimir este assunto, como não é o tempo nem o espaço para discutir o outro embuste que sempre aparece ligado ao tema da dita separação: - refiro-me à decantada ‘declaração universal dos direitos do homem’, dogma de todas as constituições jacobinas.

Só uma achega, porque será que Obama jura sobre a Bíblia e não sobre a declaração universal dos direitos do homem?! Porque será que um juiz em Inglaterra invoca a Magna Carta mas nunca menciona a tal declaração?! E Portugal?! Sim, Portugal, que espalhou os princípios do Evangelho por esse mundo fora, que aboliu a escravatura antes dos outros países, para que precisa Portugal de invocar ou incluir na sua constituição esse texto menor (e armadilhado) que é a ‘declaração universal dos direitos do homem’?!


Que tristeza! Que pobreza!




Saudações monárquicas

sexta-feira, maio 17, 2013

Cretinos e jacobinos

Frutos naturais da árvore republicana, ei-los em toda a sua pujança neste maio florido! São ligeiramente diferentes uns dos outros, mas sabem ao mesmo – os cretinos são mais esverdeados, os jacobinos mais encarnados, muito embora apareçam noutras tonalidades. Por exemplo, a propósito da constituição, não se pode dizer que aquela rapariga dos ‘verdes’ seja jacobina. Afinal ela apenas pretende retomar as famosas campanhas de analfabetização, muito em voga a seguir ao 25 de abril. Tais campanhas, como se sabe, eram conduzidas pelos filiados do partido comunista (e seus apêndices) e visavam construir um socialismo do tipo soviético em Portugal. Portanto está tudo certo. A verde deputada, que por sinal nunca foi a votos, introduz aqui uma manobra de diversão, obrigando a chamada direita a reagir contra a… constituição! Cretina é que ela não é! E fica demonstrado que continuamos reféns da esquerda, reféns da sua constituição, que mau grado todas as revisões ainda não perdeu a sua matriz original.


Então, quem são afinal os cretinos?!


Cretino é o povo todo que vota na direita para que esta governe segundo os ditames de uma constituição de esquerda! Maior cretinice não deve haver! Às vezes fico a pensar se não seria melhor afundarmo-nos de vez em lugar de andarmos à tona de água à espera que alguém nos salve do naufrágio em que permanentemente nos constituímos! Alguns talvez não merecessem, mas a grande maioria…




Saudações monárquicas

quinta-feira, maio 16, 2013

Um pouco de paz…

A miraculosa derrota no Dragão trouxe-nos, enfim, um pouco de paz às nossas vidas! No Domingo, e pelo menos até terça-feira, foi possível, falo por mim, ligar a televisão, arriscar a compra de um jornal, sem o permanente bombardeamento encarnado! O país parecia, juro-vos, um país normal! Durou pouco este momento. Logo veio a euforia da Liga Europa! A SIC excedeu-se, o Terreiro do Paço encheu-se, como se dependêssemos daquela vitória! Miraculosamente, digo eu, não houve vitória. Miraculosamente… porque atendendo ao insuportável ruído que nos assalta, Benfica a toda a hora, será caso para perguntar: - o que aconteceria se tivessem ganho?!


Comparativamente chegam-nos as imagens do vencedor: - no bairro londrino de Chelsea, uma dezenas de pessoas festejam a vitória na rua. Um país normal.


O que vai seguir-se, não posso adivinhar. Mas à cautela, peço ao Porto que ganhe em Paços de Ferreira, ao Guimarães, que ganhe no estádio nacional, a ver se conseguimos prolongar este luto por mais algum tempo. Para voltarmos a ter um pouco… de paz!




Saudações desportivas




Nota: O autor é do Belenenses, escreve na antiga ortografia, e detesta o nacional-benfiquismo.

domingo, maio 05, 2013

Ou isto ou o tio patinhas!

Sim, eu sei que já fomos à Índia, e que na Índia nos conhecem, tal como no Oriente, e sei que têm boa impressão do génio luso. Sei que Angola existe, que o Brasil existe, que Moçambique existe, e que todas as outras partes onde estivemos e convivemos, existem também. O problema não é esse. O problema surge quando nos desligámos do transcendente, daquilo que nos uniu, e justifica a comunidade. A comunidade para além do interesse imediato, instintivo, de sobreviver como espécie ou indivíduo. Se for apenas isso, só isso, é curto. E isso não nos distingue dos outros seres vivos. O que faz falta é o golpe de asa! Esse sim, vale a pena.

Por isso convoquei – o Desejado! Por isso quis lembrar o tempo em que o positivismo ainda não tinha tomado conta do mundo.

Pois é, o problema é universal. Mais uma razão para ser meu em dose dupla! Ou seja, já existia cá em casa e bate-nos à porta vindo de fora! Pior, era impossível!

Contra isto só existem duas soluções: - ou deixamo-nos ir na onda e seremos norte-coreanos não tarda muito. E aí sim, será o paraíso terrestre, seremos todos funcionários públicos – professores e alunos, enfermeiros e doentes, pais e filhos.

Ou na hipótese inversa, reagimos, e como se diz na canção, voltamos a olhar o Céu.

Mas a história não ficava completa se não existisse a tentativa mascarada de uma terceira via! Terceira via, tortuosa, com o tio patinhas (a reinar) no Portugal dos pequeninos! Chame-se ele, Salazar ou Gaspar. Sem golpe de asa.

Escolham.





Saudações monárquicas

sábado, maio 04, 2013

O Desejado

Onde quer que, entre sombras e dizeres,

Jazas, remoto, sente-te sonhado,

E ergue-te do fundo de não-seres

Para teu novo fado!



Vem, Galaaz com pátria, erguer de novo,

Mas já no auge da suprema prova,

A alma penitente do teu povo

À Eucaristia Nova.



Mestre da Paz, ergue teu gládio ungido,

Excalibur do Fim, em jeito tal

Que sua Luz ao mundo dividido

Revele o Santo Graal!





Fernando Pessoa – (Mensagem)

quinta-feira, maio 02, 2013

Hino

Primeiro de Maio
Manifestação
A rua é uma montra
Da televisão
O resto não conta
A bem da nação!

Eu sou funcionário
Meu patrão morreu
Este mundo é vário
As voltas que deu!
Sou Luís quatorze
E o estado sou eu!
(Dei um passo em frente
O estado, é meu!)


Vou reivindicar
Abaixo o governo
Paguem mais impostos
Que o estado é pequeno
Se eu não engordar
Vai ser um inferno!

À vila morena
Estou agradecido
Ao meu camarada
Também ao partido
Um cravo na mão
E estamos contigo!