É
uma pergunta que pode fazer sentido atendendo aos últimos
desenvolvimentos do caso Luanda Leaks onde todos os arguidos têm a
nacionalidade portuguesa à excepção de Isabel dos Santos! E quando
se sabe que apenas foi aberto um dos oito discos rígidos contendo
informação explosiva, imagino que nos discos que ainda não ouvimos
tocar... esteja lá a orquestra inteira desta terceira república! E
respectivas desafinações.
Por
isso Rui Pinto continua preso embora para a maioria dos portugueses
seja considerado um herói. Quem não comunga desta opinião são
naturalmente os criminosos que vão beneficiando da generosidade do
estranho ordenamento jurídico português e possívelmente todos os
que contribuíram e contribuem para que o mesmo ordenamento se
mantenha tal qual como está. E, claro, os benfiquistas ameaçados
pelos e.mails. É muita gente, é a tal orquestra cuja partitura já
todos conhecemos.
Entretanto
e por uma questão de contraditório, eis alguns dos argumentos que
vão passando pela televisão, pérolas de gente 'muito preocupada'
com a obtenção ilícita das provas! Há diversas nuances mas um
traço em comum – embora não o digam, preferiam que nada se
soubesse continuando tudo no segredo dos deuses. Para eles, mais
importante que a revelação da prática de um crime é a reputação
do presumível criminoso. E já falam em 'justiça privada' ou na
possibilidade dos 'piratas' escolherem os alvos, ou seja, os
corruptos a abater! Quem não deve não teme, mas pelos vistos, eles
temem!
Concluindo
o que está à vista de todos, o excesso de formalismos e garantias
de que padece o actual ordenamento jurídico português (algo que
desconfio tem intenções ocultas) não tem conduzido a que haja mais
e melhor justiça, mas sim à impunidade, ao eternizar dos processos judiciais, transformando Portugal num paraíso da corrupção!
Sem
mais, obrigado Rui Pinto!