Num cenário cada vez mais
parecido com os finais da primeira república, ainda sem bombas nem revoluções
diárias por que senão a mesada europeia acabava-se, a verdade é que o confronto
político subiu de tom e o inquilino de Belém está cada vez mais enredado na
teia dos seus afectos! Sendo assim e para variar vou transcrever alguns
comentários que fiz no jornal Observador a propósito dos temas mais
candentes da actualidade política.
(Porque somos uma sociedade
atrasada)
Só uma sociedade atrasada
é que ainda mantém partidos comunistas com alguma expressão eleitoral. Isto é
uma verdade evidente. Está à vista de todos. Basta olharmos para os países mais
desenvolvidos da Europa onde os partidos comunistas ou desapareceram ou não têm
hoje qualquer relevância política. Mas há uma pergunta que não podemos deixar
de fazer a nós próprios - mas onde é que nos atrasámos, melhor dito, o que é
que nos atrasou?! E continua a atrasar?! Há quem afirme, e eu concordo, que os
nossos políticos ainda estão no século dezanove, mas isso não é uma explicação,
é um facto. Explicar as causas desse anacronismo é que interessa saber. Para corrigir. O resto
é conversa fiada. Eu tenho um palpite mas não digo.
(As ilusões sobre o fim da
crise)
Mas quem é que tem ilusões
sobre o fim da crise?! Ninguém! E é precisamente por isso que o governo e os
seus acólitos não param quietos e todos os dias tentam distrair a população com
uma balela qualquer. Agora são os offshores e as fugas ao fisco no tempo do
Passos Coelho! Não há pachorra.
Sobre o fim da crise a
única verdade que conta é esta: - Quando houver um português com a confiança
suficiente para assumir o risco de investir o seu dinheiro no seu o país, então
sim, a crise acabou. E todos saberemos disso ao mesmo tempo. Até lá é tudo mentira.
(Um governo sob suspeita)
'As suspeitas se não
chegam para derrubar um governo (em Portugal) chegam talvez para desacreditar
um regime'! Uma previsão cada vez mais próxima. Tão impossível de acontecer
como o fim da união soviética e já agora o fim da união europeia. Será aquilo a
que chamamos uma surpresa esperada. O clima trauliteiro e de golpes baixos
ainda não desceu à rua, por enquanto mantém-se e desenvolve-se nas altas esferas
de uma nomenclatura cada vez mais dividida. Mas porque estamos completamente
dependentes do exterior, à mínima falha que dali provenha, o país pode incendiar-se.
E nessas circunstâncias Marcelo não tem condições para ser bombeiro. E nem vejo
quem possa sê-lo!
Saudações monárquicas