terça-feira, fevereiro 28, 2017

A lista fatal!

"O presidente do Fórum para a Competitividade, Pedro Ferraz da Costa, defende a divulgação da lista de maiores devedores da Caixa Geral de Depósitos, como pretende a oposição na comissão parlamentar de inquérito ao banco público, já que considera que esta seria apenas “uma ameaça aos ladrões” e não uma “ameaça ao regime." 

(Lido no Jornal 'Observador')


Comentário:

Um tiro na mouche. Ou se preferirem, um tiro em cheio. A Caixa Geral de Depósitos foi a manjedoura da terceira república e só não vai continuar a ser porque faliu. É verdade que em Portugal, como em qualquer país falhado, o público e o privado confundem-se, daí que seja muito difícil separar o trigo do joio. Ferraz da Costa inclina-se para a privatização da Caixa, embora ela já seja privada pois está apenas ao serviço de alguns. Eu inclino-me para a mudança de regime político, única forma de deixarmos de ser um estado falhado.


Saudações monárquicas

domingo, fevereiro 26, 2017

Voltemos ao que interessa!

Pronto, o homem já assumiu as responsabilidades, já disse que era burro, incompetente, demitiu-se do partido, mas também disse que a publicação das estatísticas é independente da cobrança dos impostos e que o prazo para tal termina em 2024! Voltemos pois ao assunto que interessa e que foi interrompido com a manobra de diversão dos offshores. O que o povo português quer é a lista dos créditos de favor e os nomes dos beneficiários desses créditos concedidos pela Caixa Geral de Depósitos. Lista que o tribunal da Relação já decidiu que deve ser entregue à Comissão de Inquérito da Assembleia da República. Tão simples como isto. E não estamos a falar de estatísticas, mas de crédito mal parado. O problema é que em Portugal há sempre dois pesos e duas medidas. Quando o conhecimento da verdade pode atingir a direita usa-se toda a artilharia disponível e mais alguma. Quando esse mesmo conhecimento pode afectar a esquerda (e os seus poderes ocultos) usam-se todas as artimanhas e artifícios para esconder a verdade. Foi assim que conhecemos toda a verdade, incluindo os nomes dos protagonistas políticos no escândalo dos 'ballet rose', vícios do tempo do Salazar. Já no que toca aos 'ballet blue' - leia-se processo da Casa Pia - políticos nem vê-los! Eram de esquerda, apareceram e desapareceram rápidamente do processo. Se calhar vai ser assim com a Caixa Geral de Depósitos.


Saudações monárquicas

sexta-feira, fevereiro 24, 2017

Portugal no fio da navalha!

Num cenário cada vez mais parecido com os finais da primeira república, ainda sem bombas nem revoluções diárias por que senão a mesada europeia acabava-se, a verdade é que o confronto político subiu de tom e o inquilino de Belém está cada vez mais enredado na teia dos seus afectos! Sendo assim e para variar vou transcrever alguns comentários que fiz no jornal Observador a propósito dos temas mais candentes da actualidade política.


(Porque somos uma sociedade atrasada)

Só uma sociedade atrasada é que ainda mantém partidos comunistas com alguma expressão eleitoral. Isto é uma verdade evidente. Está à vista de todos. Basta olharmos para os países mais desenvolvidos da Europa onde os partidos comunistas ou desapareceram ou não têm hoje qualquer relevância política. Mas há uma pergunta que não podemos deixar de fazer a nós próprios - mas onde é que nos atrasámos, melhor dito, o que é que nos atrasou?! E continua a atrasar?! Há quem afirme, e eu concordo, que os nossos políticos ainda estão no século dezanove, mas isso não é uma explicação, é um facto. Explicar as causas desse anacronismo é que interessa saber. Para corrigir. O resto é conversa fiada. Eu tenho um palpite mas não digo.


(As ilusões sobre o fim da crise)

Mas quem é que tem ilusões sobre o fim da crise?! Ninguém! E é precisamente por isso que o governo e os seus acólitos não param quietos e todos os dias tentam distrair a população com uma balela qualquer. Agora são os offshores e as fugas ao fisco no tempo do Passos Coelho! Não há pachorra.
Sobre o fim da crise a única verdade que conta é esta: - Quando houver um português com a confiança suficiente para assumir o risco de investir o seu dinheiro no seu o país, então sim, a crise acabou. E todos saberemos disso ao mesmo tempo. Até lá é tudo mentira.

(Um governo sob suspeita)

'As suspeitas se não chegam para derrubar um governo (em Portugal) chegam talvez para desacreditar um regime'! Uma previsão cada vez mais próxima. Tão impossível de acontecer como o fim da união soviética e já agora o fim da união europeia. Será aquilo a que chamamos uma surpresa esperada. O clima trauliteiro e de golpes baixos ainda não desceu à rua, por enquanto mantém-se e desenvolve-se nas altas esferas de uma nomenclatura cada vez mais dividida. Mas porque estamos completamente dependentes do exterior, à mínima falha que dali provenha, o país pode incendiar-se. E nessas circunstâncias Marcelo não tem condições para ser bombeiro. E nem vejo quem possa sê-lo!



Saudações monárquicas

quarta-feira, fevereiro 22, 2017

A caixa da Mariquinhas!

Não são cortinas de ferro nem há muros de silêncio, por enquanto são apenas umas tabuinhas, um resguardo discreto para evitar olhares indiscretos. Os portugueses podem estar sossegados, confiem em nós porque nós só queremos o bem da nação! A Caixa é do povo, as tabuinhas protegem a caixa, protegem o sistema financeiro, protegem os clientes. No fundo protegem o povo. Além do mais as tabuinhas estão na constituição, é a nossa privacidade que está em jogo! Já imaginaram o que seria a Caixa sem tabuinhas?! Era uma vergonha! Via-se tudo! Viam-se os créditos de favor, viam-se os beneficiários desses créditos, conheciam-se as imparidades, o enriquecimento sem causa, as causas da falência da Caixa, via-se a manjedoura da terceira república em todo o seu esplendor! Portanto as tabuinhas fazem falta. Já me esquecia, acabava-se a novela dos SMS, apanhavam-se os mentirosos e, muito importante, a mitologia da banca pública, a sua celebrada seriedade e transparência, caiam por terra! Mais uma razão para a esquerda defender as tabuinhas. É o nosso fado. Pobre Caixa, coitada da Mariquinhas.


Saudações monárquicas

sábado, fevereiro 18, 2017

Republicanos fiáveis...

Republicanos completamente fiáveis não há. E não há desde logo porque mantêm, consciente ou inconscientemente, aquele recalcamento, filho do egoísmo, e que se traduz na incapacidade de abdicarem do seu direito à chefia de estado em nome de um valor maior - a paz e a prosperidade da comunidade que dizem amar acima de tudo! Neste sentido também são mentirosos. E hipocritamente preferem participar (ou assistir) à luta de galos em que inevitávelmente se transforma qualquer eleição para a chefia de estado. Onde escrevi 'galos' pode ler-se, porque a acepção é mais verdadeira, luta de facções, de interesses, sempre obscuros, em suma,  uma luta que tem pouco a ver com a unidade que se pretende na representação do todo nacional. Por isso a ciência política ensina que as repúblicas passaram a monarquias como única solução para acabar com aquela guerra civil latente e assim manter a integridade das pátrias. O intróito acaba aqui e para quem visita estas páginas já não é novo. E vou repeti-lo sempre.

E é desta maneira que entramos nas 'quintas-feiras e nos outros dias' de Cavaco Silva, um dos republicanos mais fiáveis desta terceira república. É verdade que teve os seus pecados políticos, mas só o facto de ter aturado, às quintas feiras, o nosso conhecido engenheiro Sócrates, isso vai dar-lhe algumas indulgências na hora de enfrentar o juízo final. Mas para além de Sócrates aquelas páginas são a melhor legenda para o que acabei de escrever acima. A república é aquilo, é aquela guerra suja, permanente, sejam quais forem os protagonistas. E desta guerra ninguém sai incólume. Nem Cavaco.


Saudações monárquicas

quinta-feira, fevereiro 16, 2017

Henrique de Bragança

Morreu ontem o infante Dom Henrique, o irmão mais novo do Duque de Bragança. Morreu com a mesma discrição e simplicidade com que viveu! De porte pesado, dos três irmãos era o mais parecido com o seu trisavô, o rei Dom João VI, morreu ainda novo, tinha apenas sessenta e sete anos! Tal como os seus irmãos, nasceu no estrangeiro, mais própriamente na Suíça, no tempo em que os príncipes portugueses estavam proibidos de nascer em Portugal! O regresso à Pátria só foi possível durante a segunda república e terá sido negociado entre Salazar e os poderes ocultos desta terra que um dia já foi livre e nossa.
Dom Henrique teria desaprovado esta última farpa pois não gostaria que se aproveitasse a sua morte para invectivar seja quem for! Mas eu que não tenho a sua nobreza não consigo apagar isso da memória.

Em meu nome e por certo de quem me visita, o interregno apresenta á Família Real sentidas condolências.

quarta-feira, fevereiro 15, 2017

As mentiras do ministro ou a mentira do regime!

Pouco me importa que o ministro tenha mentido. E todos sabem que mentiu, excepto provávelmente o próprio! Importa-me mais a confiança, um ponto de apoio onde possa alicerçar o futuro e esse a república não o consegue construir. Sim, porque a confiança é de facto uma construção, bem morosa e difícil, seja entre pessoas seja numa comunidade que é suposto ser histórica! Mas ainda o será?! Histórica no único sentido possível, com uma identidade comum sendo que essa identidade se mede em valores que sobrelevam os séculos e nos distinguem de outras comunidades pois senão não haveria razão para seguirmos um caminho independente. E a pergunta repete-se - seremos ainda essa comunidade fundada por um rei que usava uma Cruz no escudo com que se protegia dos infiéis?! Ou somos apenas mais uma guerra civil democrática em processo acelerado de decomposição?! Ah, pois, já me esquecia, ainda temos o Ronaldo como prova de vida e camisolas para oferecer! Que pobreza! Que tristeza! E que futuro! Mas temos mais e temos tudo tão parecido com as repúblicas anteriores que até dói! O mesmo devorismo, o mesmo estado clientelar, a mesma corrupção, a mesma impunidade, a mesma injustiça. E muitos recordes a serem batidos! E que faz entretanto o governo e quem o apoia?! Faz de tudo para se manter... incluindo mentir!


Saudações monárquicas